Segunda-feira, 4 de Fevereiro de 2013
25 mil mortes por ano, 70 por dia, três por hora. As taxas de sobrevivência em alguns cancros até estão a aumentar, mas o número de novos casos é tão grande que a mortalidade não consegue recuar.
Se os números atuais são dramáticos, as previsões para o futuro são aterradoras. Estima-se que, dentro de 20 a 40 anos, dupliquem os novos casos e a mortalidade relacionada com cancro. Poderemos inverter a tendência? Como é que o país se pode preparar?
A propósito do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, que se assinala esta segunda-feira, alguns especialistas admitiram, ao JN, que o que tem sido feito não chega para combater este "monstro" responsável por uma em cada quatro mortes em Portugal. Apostar na prevenção, no diagnóstico precoce e em tornar mais eficientes os recursos existentes são as melhores armas.
Por INÊS SCHRECK
in Jornal Notícias
Fiquei "maluco"! Não só com a brutalidade dos números do cancro, mas também com o facto de a jornalista ser da familia do Shreck.
Quarta-feira, 18 de Janeiro de 2012
A Confederação de Associação de Pais estranha que os preços das refeições das escolas sejam cada vez mais baixos e pede aos pais para que estejam atentos ao que é colocado nos pratos dos filhos.
«Nós hoje temos preços de refeição mais baratos do que existiam há quatro anos», revela à Lusa o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Albino Almeida, contrabalançando esta realidade com o aumento do custo de vida.
Para Albino Almeida, a descida de preços está relacionada com o desejo das empresas em conseguir ganhar os concursos. «Só isso é motivo suficiente para estarmos atentos à qualidade e à qualidade dos alimentos», defende.
À Confap chegam várias vezes histórias de escolas onde a comida não agrada aos pais por ser de má qualidade ou parecer «manifestamente insuficiente».
Sem identificar os estabelecimentos de ensino, Albino Almeida exemplificou com um caso em que foi servida uma sopa aos alunos «sem qualidade» e outro em que «as doses da carne eram manifestamente insuficientes». O responsável diz que ainda hoje guarda as fotografias tiradas às refeições colocadas nos pratos dos alunos.
Contactado pela agência Lusa, o vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, António José Ganhão, garante que a qualidade das refeições tem vindo a melhorar nos últimos anos e que as denúncias das associações de pais se referem a casos pontuais, que as escolas tentam resolver no momento.
O presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Adalmiro Fonseca, acredita que a descida de preços é conseguida com cortes no pessoal contratado, mas «nunca com cortes na comida».
Apesar de minimizar as críticas das associações de pais, Adalmiro Fonseca alerta para o facto de um número inferior de empregados na cantina poder corresponder a refeições menos saborosas: «Já me queixei disso na minha escola. Cortaram nos funcionários e o serviço obviamente ficou pior, porque a comida não era servida com a rapidez necessária e esfriava».
Já Manuel Esperança, do Conselho das Escolas, defende que a qualidade das refeições «depende» das empresas fornecedoras e que a garantia da qualidade é uma responsabilidade das direcções regionais e das escolas.
«Se uma escola vir que a comida que está a ser dada aos miúdos não tem qualidade ou que a quantidade não cumpre as normas do caderno de encargos é obrigada a denunciar a situação à direcção regional», lembra Manuel Esperança.
A Lusa questionou o Ministério da Educação e Ciência (MEC) sobre o número de queixas que anualmente chegam às direcções regionais de educação, mas a tutela optou por explicar os procedimentos seguidos: «Todas as queixas que chegam às Direcções Regionais, independente do motivo (qualidade, quantidade, diversidade, higiene, número de trabalhadores adstritos ao serviço) são tratadas com as empresas fornecedoras através de contactos directos, designadamente reuniões».
O MEC garantiu que «as Direcções Regionais de Educação mantêm um contacto permanente com os Agrupamentos/Escolas, intervindo junto das empresas fornecedoras sempre que lhe são relatados problemas de qualquer índole, de forma a ultrapassar as eventuais deficiências detectadas».
Albino Almeida reconhece que, sempre que foram feitas queixas, «a qualidade da comida melhorou substancialmente».
Para a Confap, a forma de contornar eventuais problemas era permitir às associações de pais «total acesso» às cantinas e aos contratos de concessão celebrados com as empresas.
«A vigilância tem um objectivo, que é garantir a qualidade e a quantidade. Os pais têm o direito de conferir que aquilo que o Estado está a pagar é aquilo que chega aos pratos dos nossos filhos», defendeu Albino Almeida.
Lusa/SOL
in SOL
Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2011
As comissões de utentes dos seis concelhos abrangidos pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lezíria II agendaram protestos para 29 de Dezembro. Os representantes dos utentes de Benavente, de Salvaterra de Magos, de Alpiarça, de Almeirim, de Coruche e da Chamusca reuniram-se com responsáveis pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) para exporem as suas preocupações sobre o possível fecho de várias extensões de saúde nesses concelhos.
“Saímos com o mesmo nível de preocupação e com as expectativas defraudadas. O vice-presidente da ARSLVT, Luís Pisco, não nos soube dizer o que vai acontecer a 1 de Janeiro e que só perto do final do ano é que o Governo decidirá sobre o futuro das extensões de saúde que estão em risco de fechar”, disse Domingos David, à agência Lusa.
Segundo o representante dos utentes no Concelho da Comunidade do ACES Lezíria II, estão em risco de fechar as extensões de saúde de Porto Alto e Santo Estêvão, bem como o Serviço de Atendimento Permanente de Benavente, que também serve o concelho de Salvaterra de Magos.
“Em Alpiarça, está em causa a continuidade das extensões de saúde de Paços Negros, de Marianos e da Raposa. Em Salvaterra de Magos, a extensão de saúde de Foros de Salvaterra. Na Chamusca, as extensões de Vale Cavalos e de Ulme”, explicou Domingos David, referindo que já foram encerradas as extensões de Muge e Granho em Salvaterra de Magos.
Domingos David disse ainda que, se a intenção do Governo for adiante, serão prejudicados milhares de utentes.
Mais a norte, a Comissão de Utentes de Saúde do Médio Tejo (CUSMT) diz que constatou, “com séria apreensão”, que “há o sério perigo de muitas extensões de saúde da Região do Médio Tejo (e não só) encerrarem a partir de 1 de Janeiro”. Segundo a CUSMT, os concelhos mais afectados serão Abrantes, Ourém, Torres Novas e Alcanena.
“Dos diversos contactos com responsáveis da saúde, nomeadamente com o vice-presidente da ARSLVT, Dr. Luís Pisco, feitos recentemente por estruturas de utentes, autarcas e sindicatos, apenas se pode concluir que não há solução para a substituição dos profissionais (médicos, enfermeiros e administrativos) cujos contratos de prestação de serviços acabam no fim do ano (alguns por imposição de normas governamentais)”, explica esta comissão, num comunicado enviado à imprensa.
Neste documento, a comissão afirma ainda que “hipocritamente o Ministério da Saúde aumenta as taxas moderadoras dizendo, entre outros argumentos, que é para moderar o acesso às urgências hospitalares, como não soubesse que não há cuidados de saúde de proximidade suficientes”. A situação tende a piorar a breve prazo, acrescenta a comissão, aludindo que se “torna impossível” manter abertas dezenas de extensões de saúde por falta de recursos humanos e frisando que discorda da reorganização das urgências do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) que foi aventada pela ministro da Saúde na tomada de posse do novo conselho de administração desta instituição.
“Há quem defenda que a centralização de serviços melhora a sua qualidade. Puro engano, pois a facilidade de acesso também é o factor para avaliar da qualidade”, diz a comissão de utentes, alertando os autarcas desta região do Médio Tejo para “a possibilidade de os responsáveis locais, regionais e nacionais poderem pôr em prática a política do ‘facto consumado’”, isto é, de encerrarem serviços sem aviso prévio e sem darem alternativas.
Por Bruno Oliveira
in O Ribatejo
Quarta-feira, 14 de Setembro de 2011
Semana da Mobilidade envolve 55 municípios de norte a sul do país
09.09.2011 - 13:04
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Mobilidade alternativa é o tema da Semana Europeia da Mobilidade 2011 (Manuel Roberto/Arquivo) |
A Semana Europeia da Mobilidade, que decorre entre 16 e 22 de Setembro, vai mobilizar 55 municípios portugueses. Entre os países participantes, Espanha é o recordista, com 629 localidades inscritas.
“Mobilidade alternativa” é o tema da edição deste ano da Semana Europeia da Mobilidade, uma iniciativa que foi lançada em 2002 e que conta com o apoio político e financeiro da Comissão Europeia. O objectivo é sensibilizar os cidadãos para as vantagens de andarem a pé, de bicicleta e de transportes públicos. E também encorajar as cidades a promoverem esses modos de transportes e a investirem nas infra-estruturas necessárias.
Em Portugal, o número de participantes tem vindo a diminuir nos últimos anos. Em 2008 foram 67 os municípios envolvidos, em 2009 foram 62 (alguns deles com mais do que uma cidade ou vila) e em 2010 foram 66. Este ano, estão envolvidas nesta iniciativa 55 autarquias de norte a sul do país.
Dessas, 46 comprometem-se a executar, de forma permanente, pelo menos uma medida que contribua para que os cidadãos abdiquem dos seus automóveis em favor de meios de transporte mais amigos do ambiente. Há ainda 38 municípios que vão promover um dia sem carros, em uma ou mais zonas.
Almada é, como já vem sendo hábito, uma das autarquias participantes. Em 2010, este município arrecadou aliás o prémio que anualmente distingue a participação “mais efectiva e inovadora” na Semana Europeia da Mobilidade, deixando para trás as cidades de Múrcia (Espanha) e Riga (Letónia).
Lisboa também está inscrita e prevê concretizar duas medidas permanentes: instalar estacionamento para bicicletas e parques de estacionamento para motociclos. No fim-de-semana de 17 e 18 de Setembro, a Avenida Defensores de Chaves vai estar fechada ao trânsito.
Almeirim, Barcelos, Bragança, Caminha, Coimbra, Coruche, Évora, Lagos, Mealhada, Mirandela, Oliveira do Bairro, São João da Madeira, Serpa, Vila Nova de Gaia e Vila Real de Santo António são alguns dos municípios com iniciativas previstas para a semana de 16 a 22 de Setembro.
Em Espanha são 629 os participantes, na Áustria 249, na Hungria 98, em França 95 e na Polónia 87. Apesar de a iniciativa ser designada como Semana Europeia da Mobilidade, nela também participam países como Argentina, Brasil e Japão.
Por Inês Boaventura
in Público
Quinta-feira, 19 de Maio de 2011
Coruche: Câmara exige colocação de médicos no concelho e lembra promessa do secretário de Estado
Santarém, 18 Mai (Lusa) -- O presidente da câmara municipal de Coruche exigiu hoje a colocação de médicos no concelho, sublinhando que a promessa da vinda de dois médicos em maio foi feita pelo secretário de Estado da Saúde.
Santarém, 18 Mai (Lusa) -- O presidente da câmara municipal de Coruche exigiu hoje a colocação de médicos no concelho, sublinhando que a promessa da vinda de dois médicos em maio foi feita pelo secretário de Estado da Saúde.
Frisando que a urgência de colocação de médicos no centro de saúde local foi reconhecida pelo secretário de Estado da Saúde numa reunião realizada em abril, o autarca Dionísio Mendes (PS) afirma que Manuel Pizarro prometeu na altura a contratação de dois médicos durante o mês de maio, "promessa até agora ainda por cumprir".
Em comunicado, o autarca apela a Manuel Pizarro para que "não ceda às pressões 'corporativas' que desde o início deste processo de recrutamento de médicos estrangeiros se têm manifestado contra esta medida em detrimento das necessidades sentidas pelo país e pelas populações".
Para Dionísio Mendes, não sendo possível a colocação de clínicos nacionais, "é legitimo, normal e desejável que se prossiga o programa de recrutamento de médicos no estrangeiro" que permita colmatar, no curto prazo, algumas lacunas, como as que são sentidas nos concelhos que integram o Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria.
Segundo disse o autarca, o município de Coruche tem "total disponibilidade para receber estes médicos, facultando inclusivamente alojamento".
No seu entender, a colocação dos clínicos contratados no estrangeiro deve ser feita nos agrupamentos que revelam maior carência de recursos humanos e que estão territorialmente dispersos, com população mais envelhecida e com características de interioridade, como é o caso de Coruche.
"As expetativas criadas nos coruchenses não podem ser defraudadas, sobretudo quando está em causa o direito à saúde com qualidade", afirma o comunicado da autarquia.
Na reunião realizada em abril, Dionísio Mendes manifestou junto de Manuel Pizarro as preocupações do município pelo encerramento da extensão de saúde do Biscainho e suspensão da extensão de São José da Lamarosa por inexistência de médico de família.
Por outro lado, questionou o facto de não estar ainda a funcionar, por falta de médicos, o Serviço de Urgência Básico, investimento feito no Centro de Saúde e que se encontra equipado desde julho de 2010.
MLL.
Lusa/fim
in SIC Notícias
Segunda-feira, 28 de Fevereiro de 2011
Comunicado - MIC
PS de Coruche, vota contra moção que exige Serviços de Saúde para os Coruchenses
Moção aprovada com os votos do MIC, PSD, CDU e dos presidentes de Junta da Lamarosa, Biscainho e Coruche
Os sucessivos governos socialistas governaram o País nos últimos 15 anos. Hoje, estamos a pagar essa pesada factura. Contudo, os militantes socialistas de Coruche, não se limitam apenas e sucessivamente a pedir aos eleitores para votarem em governos liderados pelo Partido Socialista.
O Presidente da Assembleia Municipal de Coruche (AM), José Coelho, exercendo a sua liberdade intelectual e falando da forma honesta que o caracteriza, reconheceu, que o seu Partido (PS) no governo, mentiu e não cumpriu as promessas que fez aos eleitores de Coruche, no âmbito das políticas de saúde. Mas a generalidade dos restantes deputados municipais do partido com maioria na Câmara, estão alinhados com as políticas de precariedade e de esvaziamento das conquistas que foram feitas no último século pelas populações. Revelam solidariedade para com a máquina do partido, mas não revelam solidariedade para com os milhares de pessoas que hoje sofrem no concelho de Coruche, devido às políticas manietadas pelo Largo do Rato.
O futuro é uma incerteza, mas entristece-nos ver que as pessoas que nos representam apenas estão preocupadas com “politiquices”, em defender os
Camaradas e não em resolver os problemas da nossa população.
A nossa acção enquanto eleitos na Assembleia Municipal de Coruche, quer-se construtiva, nunca nos batendo pela repetição de chavões, ou pelo simples deitar abaixo do trabalho que é efectuado, apresentamos ideias e congratulamo-nos no silêncio da discrição quando são executadas.
É esta a postura que escolhemos para representar as pessoas que em nós acreditam, quando este executivo faz obra, nós apoiamos, se agir mal também cá estaremos para o denunciar.
Os deputados municipais do MIC na AM,
Abel Matos Santos e
Gonçalo Ramos Ferreira, denunciaram a forma incompetente, falaciosa, trapalhona e completamente contrária ao interesse das populações, que o governo socialista tem tido em matéria de saúde, com o encerramento das extensões de saúde da Lamarosa e do Biscainho, a falta de material corrente para o correcto funcionamento dos serviços, como a falta de líquido para o Raio X ou a falta de máscaras de aerossóis, juntando a isso o cada vez menor número de médicos no concelho de Coruche e a não abertura do SUB – Serviço de Urgência Básica de Coruche.
A lei criada pelo PS no governo, proíbe a contratação de funcionários públicos, impedindo a contratação directa de médicos, mas permite que se contratem empresas para prestar esses mesmos serviços médicos, criando verdadeiros interesses sorvedores do dinheiro de todos nós, pagando-se 3 a 4 vezes mais às empresas do que ao médico pelo mesmo serviço. Por aqui se vê o desnorte e a incompetência que noutros tempos configuraria um crime de delapidação de dinheiros públicos.
Entendemos também que as direcções do ACES Lezíria II e da Sub-Região de Saúde deveriam demitir-se por manifesta incapacidade de resolverem um problema criado pelo PS.Ficou também denunciada a falácia de dizer em tempo de eleições que ter uma maioria socialista da cor do governo serviria para mais facilmente trazer para Coruche o que nós precisamos. Foi exactamente o contrário!
Pelas Pessoas, Por Coruche!
MIC
Quinta-feira, 24 de Fevereiro de 2011
Paulo Gafaniz é uma das 1800 pessoas que ficou sem médico de família após a aposentação de um clínico
“Nós só servimos para pagar impostos e não temos nada em troca”, lamenta o utente de Coruche. No Centro de Saúde local, não tem direito a assistência médica.
Paulo Gafaniz é um utente “inexistente” para o Centro de Saúde de Coruche (CSC). É essa a mensagem que deixa a máquina de senhas à entrada do estabelecimento de saúde quando o habitante de Coruche coloca o cartão de cidadão na ranhura. Como Paulo Gafaniz estão mais 1800 utentes do concelho de Coruche desde que um médico se aposentou no final de 2010. Na mesma situação está ainda a população da freguesia da Lamarosa, que sofre dessa lacuna há mais tempo.
O caso de Paulo Gafaniz é exemplificativo da situação com que se deparam os utentes que não têm médico de família. Pelas 15h30 de dia 9 de Fevereiro o utente dirigiu-se ao CSC a conselho do médico neurocirurgião que o acompanha devido a um problema de coluna lombar. Suspeita-se que tenha líquido entre a bacia e a coluna. As dores são insuportáveis. O utente precisa de uma injecção e de realizar mais exames.
“Quando vejo que o cartão diz que sou inexistente, reclamo e informam-me que sem médico de família não tenho direito a assistência no Centro de Saúde. Pedi o Livro de Reclamações, que estava trancado numa sala a que só tem acesso a chefe administrativa, e a muito custo disponibilizaram-mo”, conta Paulo Gafaniz.
O utente de Coruche declara-se revoltado. Não imaginava que pudesse passar por situação idêntica e pela contingência daqueles que, não podendo recorrer ao serviço privado, podem ficar sem assistência médica.
Perante a falta de mais um médico, a directora do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria II já tinha esclarecido a O MIRANTE (ver edição de 10 de Fevereiro) que a única hipótese era continuar a tentar convencer médicos de empresas de prestação de serviços a irem dar consultas para Coruche. Tarefa que Luísa Portugal confessa estar a ser muito difícil, dada a distância de Coruche dos grandes meios urbanos.
Paulo Gafaniz não se conformou. Na noite de 9 Fevereiro, regressou ao Centro de Saúde de Coruche, pois às 21h30 já se encontra a funcionar o Serviço de Atendimento Permanente (SAP). Mas o nome do serviço não correspondeu às expectativas, já que a resposta que obteve foi a mesma da tarde, mas de forma mais insensível. “Pedi ao médico que me ajudasse e disse-me, com grande insensibilidade, que saísse do consultório e voltasse no dia seguinte para falar com alguém da área administrativa”, conta o utente.
Paulo Gafaniz voltou a pedir o Livro de Reclamações. Mais uma vez esperou que fosse alguém destrancá-lo de uma sala. A consulta ficou paga, mas o utente regressou a casa sem ser consultado. Por esse motivo, garante que vai “continuar a mover montanhas” para denunciar a situação, seja a falta de médico ou a dificuldade em aceder ao Livro de Reclamações.
“Não se deviam conter custos na saúde e é mesmo aí que eles estão a ser retirados, onde as pessoas mais precisam. É uma incapacidade de lidar com o sistema da parte de quem nos gere. Nós só servimos para pagar impostos e não temos nada em troca”, lamenta o utente de Coruche. Desde dia 9 de Fevereiro que Paulo Gafaniz está em período de férias para descansar e realizar os exames passados pelo seu neurocirurgião. Passa grande parte dos dias de cama, devido às fortes dores, onde conta com o apoio da esposa.
in O Mirante
Terça-feira, 15 de Fevereiro de 2011
O aparelho de raio-x do Centro de Saúde de Ourém encontra-se avariado há cerca de dois meses. Segundo Pedro Marques, director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Serra d’Aire, é necessária uma intervenção no equipamento de radiologia da ordem das dezenas de milhares de euros.
Segundo fonte do Centro de Saúde de Ourém, o aparelho foi mandado arranjar na semana passada e a situação está em vias de ser resolvida. Pedro Marques garantiu que “o equipamento de raio-x vai ser reparado mas dado o elevado montante envolvido, houve necessidade de pedir autorização à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT). Não é uma simples manutenção, é uma intervenção da casa das dezenas de milhares de euros”.
O Centro de Saúde de Coruche e a Unidade de Saúde Familiar do Sorraia nele constituída estão também há mais de uma semana com o serviço de radiologia parada, mas devido à falta de líquido para revelação das chapas. Devido a essa situação há duas técnicas que estão paradas sem terem qualquer serviço para fazer.
A situação é confirmada pela directora do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria II que diz não ter autonomia nem disponibilidade financeira para adquirir esse produto desde que o fornecimento cabe à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, através da central pública de compras.
“Esperamos que o líquido seja reposto. Houve um problema no concurso e o laboratório que ganhou entregou quantidades muito pequenas. Desde Novembro de 2009 que tem havido algumas rupturas. Esperamos que o líquido para revelação seja fornecido dentro de 15 dias, caso contrário não será apenas Coruche sem o serviço de raio-x a funcionar, teremos também problemas em Almeirim e Benavente”, explica Luísa Portugal, lembrando que o ACES tem de suportar o pagamento do transporte desses utentes até ao local onde possam ser atendidos.
in O Mirante
Terça-feira, 8 de Fevereiro de 2011
Um médico do Centro de Saúde de Coruche (CSC) aposentou-se no final de 2010 e há mais 1800 utentes de sede de concelho que passam a não ter médico de família. O clínico passou à reforma por atingir os 60 anos, idade a partir da qual esses profissionais se podem aposentar. Uma situação que vem agravar o já complicado quadro de clínico do CSC, o qual já não conseguia dar resposta aos utentes da freguesia da Lamarosa.
A directora do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria (ACES) II, Luísa Portugal, reconhece que a situação se agrava mas assegura que o máximo que pode fazer é continuar a tentar contratar médicos a empresas de prestação de serviços. Uma tarefa que não tem sido fácil.
“A situação é que não há médicos. Temos tentado contratar médicos mas quem está em Lisboa ou Vila Franca de Xira, por exemplo, não quer vir para a Lamarosa ou Coruche, quer ficar mais perto”, refere Luísa Portugal, lembrando que foi possível contratar um médico para prestar serviço no Biscainho.
A directora do ACES II diz que também não é solução sobrecarregar os médicos da Unidade de Saúde Familiar do Sorraia, criada no CSC, que passariam a ter mais 1800 utentes para atender.
O presidente da Câmara de Coruche, Dionísio Mendes (PS), reuniu-se a semana passada com o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa de Vale do Tejo, Rui Portugal, mas considera que dessa entidade já não surge qualquer novidade ou capacidade de resposta.
“É tempo de passar para outro nível de decisão e já solicitei reunião com o secretário de Estado Adjunto da Saúde. A situação mais premente é a da freguesia da Lamarosa, que dista 20 quilómetros da sede de concelho, onde há muita população idosa, que não tem médico de família. Foram, feitos melhoramentos na extensão e não há médicos. É urgente resolver este problema. Se há empresas de disponibilizam médicos então contratem-se, se não é um problema de dinheiro”, refere Dionísio Mendes.
Face ao impasse na colocação de médicos naquela freguesia mas também no arranque do Serviço de Urgência Básico, Dionísio Mendes não admite vir a criar incentivos para esses profissionais de saúde. “Não vamos financiar a saúde, é algo que não faremos. Fala-se na vinda de médicos colombianos, uruguaios. É preciso é que se resolva o problema”, conclui o edil de Coruche.
Um utente do Centro de Saúde lamentou a O MIRANTE o estado de coisas, quando nem sequer uma credencial ou receitas se consegue obter. “Até final do ano outros médicos ainda passavam essas coisas, depois disso nunca mais. Quem quer um simples atestado, receita ou credencial tem de ir ao médico privado”, salienta o utente.
in O Mirante
A concelhia de Coruche do PSD acusa o governo socialista de estar a atacar o serviço público de saúde como nunca ninguém o fez e aponta como exemplo a política de saúde no concelho. Em comunicado, os sociais-democratas mostram-se solidários com as preocupações e indignação da população face ao que considera serem os exemplos dessa política. É o caso do Serviço de Urgência Básico, onde foram gastos milhares de euros, com abertura várias vezes anunciada e que continua por abrir. “Exigimos um compromisso e um assumir de responsabilidades políticas, ao nível da ARSLVT e do ACES da Lezíria II, e a sua abertura rapidamente/urgentemente”, pode ler-se.
O encerramento da extensão de saúde do Biscainho e da de S. José da Lamarosa, esta última onde a autarquia tinha efectuado obras, são casos de perda de serviço. No caso do Biscainho, salienta o PSD, obriga-se os utentes a fazerem mais de 30 quilómetros de ida e volta ao centro de saúde na sede de concelho. No que respeita à Lamarosa, critica-se o desperdício de dinheiro e o facto de a população dessa freguesia continuar sem médico da família.
A juntar a essas situações, lembra a concelhia do PSD que os mais pobres e idosos continuam no centro dos ataques da política governamental com o agravamento das taxas moderadoras e fim de algumas isenções, o fim do reembolso do transporte de doentes, redução de comparticipação de medicamentos e o ataque aos direitos dos doentes crónicos, hemodializados e oncológicos.
Para o líder da Concelhia do PSD, Francisco Gaspar, esses exemplos de ataque ao Estado Social têm como objectivo a sua “destruição” e garante que o partido não vai tolerar e calar essa “guerra declarada à prestação de cuidados de saúde”. Para isso, convida as restantes forças políticas a juntarem-se à mesma causa e exigir do Ministério da Saúde, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria a normalização do acesso à saúde.
in O Mirante