Transcrevo o ultimo poste do Blog Mitos Climáticos, desta feita escrito não pela mão do Mestre Rui Moura mas dos filhos, é que, no passado domingo, faleceu no Hospital Santa Maria uma referência do Clima e da ciência em Portugal:
In Memoriam
É com pesar que a família de Rui Gonçalo Moura anuncia a sua morte, aos 80 anos, que ocorreu no Domingo 27 de Junho de 2010, devido a complicações derivadas de uma intervenção cirúrgica.
Para além de um marido, pai e avô extremoso, amigo dedicado, que deixa eterna saudade entre os seus familiares e amigos, Rui Gonçalo Moura foi um Engenheiro e homem de Ciência brilhantes, com uma paixão pela verdade científica. Depois da graduação como melhor aluno do seu curso, no Instituto Superior Técnico (IST), em 1957, trabalhou durante 30 anos como engenheiro electrotécnico. Foi simultaneamente assistente e professor convidado da cadeira de Electrotecnia Teórica, Medidas Eléctricas e Alta Tensão do IST entre 1970 e 1976. Serviu na Comissão Europeia de 1987 a 1990 e na Comissão Técnica e Científica do Plano Energético Nacional de 1989 a 1992.

Depois da sua reforma, em 1992, dedicou-se ao estudo do clima, de forma a poder contribuir para um debate que considerava fundamental. Possuindo uma mente verdadeiramente brilhante, para além de se ter tornado um especialista em dinâmica do clima, aprendeu a comunicar efectivamente na era moderna, e criou este Blog em 2005. Conjuntamente com Jorge Pacheco Oliveira, traduziu o livro "A Ficção Científica de Al Gore", de Marlo Lewis Jr., publicado pela Booknomics, 2008.
Podemos ainda recordá-lo nas suas participações recentes em dois debates televisivos sobre alterações climáticas, no programa
Sociedade Civil (RTP2) em 4 de Outubro de 2009 e no
Expresso da Meia Noite (SIC) em 11 de Dezembro de 2009.
Agora que já não está fisicamente entre nós, este Blog faz parte do seu legado científico, e a sua contribuição para um debate científico sério da dinâmica climática não será esquecido. Como não será esquecida a sua luta contra o obscurantismo científico, venha este de onde vier.
Agradecemos sentidamente a todos os que nos fizeram chegar o seu pesar e uma mensagem amiga, bem como os posts que fazem referências à sua personalidade e trabalho que encontrámos.
Jornais:
Correio da Manhã,
Expresso,
Jornal iBlogs:
Anovis anopheles,
Antena cristã,
Blasfémias,
Ecotretas,
Enclavado,
Lodo,
Minoria ruidosa,
Moicanos,
My web time,
Pena e espada,
Universidade de CoimbraA Família
in Mitos Climáticos
A Notícia no Correio da Manhã :
Rui Moura tinha 80 anos
Morreu tradutor português de ‘A Ficção Científica de Al Gore’
O climatologista Rui Moura, opositor das teorias do aquecimento global por acção humana, morreu no domingo, aos 80 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde se encontrava internado, disse esta segunda-feira à Lusa fonte familiar.
Engenheiro eletrotécnico de formação, especializou-se mais tarde em Energia e depois em Climatologia, segundo a mesma fonte.
Rui Moura foi professor no Instituto Superior Técnico e destacou-se nos últimos anos pelo combate às teorias de Al Gore, ex-vice-presidente norte-americano, sobre o aquecimento global que considerava alarmistas.
"Chegou à conclusão que essas teses alarmistas não tinham bases científicas", disse à agência Lusa Jorge Pacheco Oliveira, o amigo, também engenheiro eletrotécnico, com quem criou o blogue ‘Mitos Climáticos’ e traduziu o livro ‘A Ficção Científica de Al Gore’.
"Manteve-se na área dos críticos que não acreditavam naquilo e a ciência nisso deu-lhe inteira razão", referiu Jorge Oliveira. Rui Moura defendia que as alterações climáticas fazem parte do ciclo natural da Terra.
O corpo de Rui Moura encontra-se em câmara ardente na Igreja de Caneças, concelho de Odivelas, onde se realiza na terça-feira a missa de corpo presente pelas 10h30, seguindo o funeral para o cemitério local.
Vamos esperar que Jorge Pacheco Oliveira continue o Blog "Mitos Climáticos" que é uma "agulha" neste "palheiro" que é esta sociedade inundada de informação e especulação sem fundamento.
(NOVOpress) - Tal como a NOVOpress havia anunciado, segue uma entrevista a Rui G. Moura, autor do blog Mitos Climáticos. Em nome de toda a equipa da NOVOpress os nossos sinceros agradecimentos ao Sr. Rui G. Moura pela disponibilidade e simpatia. Alertamos ainda os nossos leitores para a imagem que se encontra no final da entrevista, gentilmente cedida pelo entrevistado, sobre o fenómeno do «aquecimento global».
1) Sr. Rui Moura, pode-se apresentar aos nossos leitores? Actividades, interesses, participação cívica, etc.?
Como estudante fui o que se considera um bom aluno. Sempre no quadro de honra e nos primeiros lugares nas escolas por onde passei. A instrução primária foi feita em Lourenço Marques de onde segui directamente para um colégio interno de índole militar, em Lisboa. Aqui fiz o secundário e um curso médio, chegando ao fim como Comandante de Batalhão. Fui o antecessor do meu grande amigo Dr. Medina Carreira que também foi Comandante de Batalhão. Segui os estudos no Instituto Superior Técnico, de Lisboa, suportados por uma bolsa de estudo da Câmara Municipal de Lourenço Marques. Dada a minha preparação anterior, o curso universitário de seis anos foi completado com relativa facilidade. No IST também pertenci sempre ao quadro de honra e obtive os primeiros prémios do primeiro ao último ano. Assim, atribuíram-me os prémios do melhor aluno do 6º ano do Curso e de melhor aluno de todos os seis anos do Curso de Engenharia Electrotécnica. No IST encontrei grandes mestres como os Prof. Bento de Jesus Caraça, Mira Fernandes, Ferreira Dias e Ferrer Moncada. Fui convidado para Assistente deste último e, mais tarde, numa remodelação do IST, para Prof. Auxiliar.
A minha vida profissional foi ocupada no sector energético nacional por convite do Prof. Ferreira Dias. Depois do 25 de Abril, com a abertura dos cursos de mestrado, fiz o primeiro curso que se realizou no Instituto Superior de Economia e Gestão sobre economia, energia e ambiente. Neste curso encontrei grandes mestres franceses, especialmente no domínio da programação e gestão da energia. Recordo os Prof. Bertrand Chateau, Jacques Percebois e Pierre Criqui que foram consultores da Comissão Europeia.
Devido à boa classificação do curso de mestrado fui oficialmente convidado a ir trabalhar para a Comissão Europeia, em Bruxelas, como especialista português nos domínios do curso de mestrado. Encarregaram-me da gestão de vários Programas Comunitários relacionados com energia, ambiente, investigação e desenvolvimento e telecomunicações. Desse tempo não posso esquecer o Presidente Jacques Delors que marcou uma época na Comunidade Europeia.
Regressado a Portugal fui nomeado para trabalhar na Comissão do Plano Energético Nacional. Participei na elaboração do último Plano Energético Nacional de 1992. Durante os trabalhos de execução deste plano tive a oportunidade de pela primeira vez em Portugal, e com a experiência trazida de Bruxelas, abordar, em colaboração com o staff da Comissão do Plano Energético Nacional, a ligação do sector energético nacional com as emissões de gases para a atmosfera que era um tema da actualidade na Comissão Europeia. Foi publicado, em 1992, um relatório do Ministério da Indústria e Energia – de que na altura era ministro o Engº Mira Amaral – que hoje se pode considerar histórico, designado «Incidência Ambiental da Evolução do Sistema Energético. Emissões de SO2, NOx, CO2. 1990-2010.».
Durante a preparação dos estudos que originaram este relatório, tive oportunidade de discutir com os especialistas portugueses ligados ao assunto e verificar a falta de profundidade de conhecimentos existentes nesta matéria, a nível nacional. Reformei-me logo a seguir e dediquei-me ao estudo aprofundado da climatologia para tirar dúvidas e enriquecer os meus conhecimentos. Fiz um curso de mestrado de meteorologia de uma universidade canadiana e verifiquei com espanto quanto difícil e débil eram os fundamentos desta matéria. Aumentou o meu respeito pelos meteorologistas e climatologista por terem abraçado uma vida dedicada a uma matéria tão complexa e, ao mesmo tempo, tão pouco unificada. Para quem estava habituado ao estudo do electromagnetismo suportado por uma teoria tão forte como a das chamadas equações de Maxwell foi uma surpresa verificar que em meteorologia e climatologia existiam tantas escolas de pensamento com algumas contradições insolúveis e a falta de uniformidade e de síntese das várias escolas.
Aconselharam-me a participar num fórum internacional com os maiores meteorologistas e climatologistas internacionais – com opiniões diversas e às vezes contraditórias – até que descobri os trabalhos do climatologista francês Prof. Marcel Leroux, que fazia parte do fórum. Fiquei deslumbrado por encontrar pela primeira vez algo com lógica explicativa e baseado nas observações meteorológicas confirmadas pelas dos satélites que iniciaram a sua tarefa em 1979. O Prof. Marcel Leroux mostrou-se desde logo aberto a me facilitar o caminho dos seus vastíssimos conhecimentos. Deu-me o privilégio de me considerar seu amigo e discípulo. Tudo o que sei se deve aos seus pacientes e persistentes ensinamentos. Consegui pô-lo em contacto com dois dos mais distintos Prof. de climatologia portugueses e esteve quase a iniciar uma colaboração apertada com uma universidade portuguesa não fora o seu falecimento prematuro. Tenho ainda a esperança de colocar Portugal no topo da climatologia moderna ao entrelaçar uma universidade portuguesa com a Universidade de Lyon, França, onde o Prof. Marcel Leroux deixou uma escola que floresce com muitos alunos interessados nesta matéria. Um Prof. de climatologia de uma universidade portuguesa já se mostrou interessado no intercâmbio com a Universidade de Lyon. Falta arranjar o financiamento para levar à prática esse projecto.
Actualmente, sou o editor do blog: http://mitos-climaticos.blogspot.com
2) O que o levou a escrever o blogue Mitos Climáticos e a mantê-lo desde 2005?
Colegas meus conhecedores dos estudos no domínio da climatologia disseram que era meu dever transmitir os meus conhecimentos aos nossos concidadãos antes que desaparecesse desta vida. Sugeriram a abertura de um blogue dedicado ao assunto. Como não tinha conhecimentos suficientes em matérias ligadas às técnicas da informática, um deles abriu o blogue e disse: - «Agora é só escrever!». Nem sequer sabia como se publicava uma figura num blogue… No primeiro e no segundo ano do blogue publiquei uma espécie de tratado de climatologia moderna. Tinha a noção que era uma matéria de difícil divulgação. Fiz grandes esforços para que o blogue se dirigisse ao maior número de pessoas sem grandes conhecimentos na matéria. Tive algum apoio do Prof. Marcel Leroux que me aconselhou determinadas pistas para explicar as suas teorias modernas. Inicialmente, o blogue tinha a caixa de comentários aberta e começaram a aparecer ofensas em escritos de gente que não suportava ver desmistificados os seus mitos. Deste modo, vi-me obrigado a fechar a caixa de comentários e a discutir em privado com os leitores. Este processo tem sido enriquecedor, pois recebo muitas mensagens que me obrigam a estudar este ou aquele pormenor para satisfazer a curiosidade de leitores atentos e interessados em aumentar os seus conhecimentos e não em ofender. Não posso esquecer colegas e amigos que me ajudam especialmente na revisão dos textos pois sou o único responsável pelo conteúdo do blogue. Já tive o prazer de publicar artigos de um distinto Prof. de climatologia do Brasil. Os leitores brasileiros são dos mais entusiastas com o desenvolvimento do blogue. Recebo mensagens de leitores desde os mais modestos de Roraima aos leitores mais eruditos dos grandes centros do Brasil e de universidades. Prof. brasileiros dizem-me que aconselham os seus alunos a seguirem o blogue nos seus trabalhos de investigação. Diga-se de passagem que o Brasil tem cientistas climáticos de elevadíssimo nível. De Portugal, também se me dirigem alguns Prof. universitários incentivando o meu trabalho de divulgação e, até, auxiliando-me em determinados aspectos das suas especialidades. Mas, de um modo geral, pedem-me para manter o anonimato.
3) No seu blogue é recorrente falar do livro «A Ficção Científica de Al Gore». Segundo o Rui porque razão Al Gore decidiu abraçar e tornar-se no principal porta-voz da causa à qual se chamou «aquecimento global»?
Al Gore é um político na reforma que se transformou num homem de negócios. Não me compete analisar o porquê da sua participação num debate eminentemente científico. Só me preocupa a sua nefasta participação neste debate por verificar a sua completa falta de conhecimentos na matéria e a enormidade de erros científicos que propaga. Sendo um entertainer, a sua figura mediática pretende dar credibilidade aos erros científicos que o seu discurso comporta. Quando o filme “Uma Verdade Inconveniente” se estreou em Portugal, já o blogue Mitos Climáticos existia há algum tempo, alguns jovens dirigiram-se-me, quase todos cordialmente, no sentido de dizer que a minha actividade era inútil perante a acusação inapelável de Al Gore. Também alguns amigos – mesmo diplomados! – ficaram aterrados perante as acusações visionadas no filme. Uma leitora, estudante de ciências, trocou várias mensagens pedindo-me explicações científicas que refutassem as afirmações de Al Gore. Por mais que lhe explicasse acabou por dizer: - «Pois sim, acredito mais naquilo que ele diz…» E o que disse Al Gore? Apresentou imagens dramáticas, algumas com efeitos cinematográficos – como sejam as maquetas de plásticos a simular derrocadas de gelo de hipotéticos glaciares – como se tudo fosse culpa das actividades humanas. Cheias? Secas? Furacões? Subida dos oceanos? Tudo era devido ao aquecimento global e este era devido ao Homem. Ele espalha a palavra como um mensageiro espiritual que pretende a nossa salvação e a salvação do Mundo. Só que ele mente, mente e mente… O livro com tradução em português «A Ficção Científica de Al Gore», de Marlo Lewis Jr., foi o primeiro livro a nível mundial – nem nos EUA se publicou antes de Portugal – que desmistifica as profundas mentiras de Al Gore. É um livro com uma base científica profunda, de tal ordem que um Prof. do IST o aconselhou aos seus alunos do curso de mestrado IST-MIT. Ou seja, as mentiras de Al Gore são desmontadas umas atrás das outras com uma base científica irrefutável n’ «A Ficção Científica de Al Gore». Neste momento, Al Gore está a formar milícias de jovens americanos para espalhar a sua mensagem como uma espécie de guardas vermelhos dos tempos de Mao-Tse-Tung… Ele já confessou que o assunto era espiritual!
4) Os dados científicos de diversos grupos de pesquisa dão conta de grandes alterações no ecossistema, nomeadamente o esgotamento dos recursos fósseis, a presença teores elevados de metano e dióxido de carbono na atmosfera ou ainda o contínuo aumento da população mundial. Considera que se trata apenas de especulação ou de algo bem real?
O dióxido de carbono (e o metano) na atmosfera não tem nada a ver com alterações do ecossistema, com o esgotamento dos recursos fósseis ou a com a população mundial. Reproduzo aqui o meu curto artigo publicado na Revista da CIP, Indústria, nº 73, de Jan/Fev de 2009:
“O aquecimento global tornou-se um assunto mediático, sobretudo depois da seca observada nos Estados Unidos da América, no Verão de 1988. O receio de um novo e prolongado período de calor e de seca, como o que se verificou nos anos 1930 (cf. As Vinhas da Ira de John Steinbeck), explica a atenção particular dedicada à seca de 1988 e a dramatização que se lhe seguiu, até hoje. ”
Na verdade, a ideia do aquecimento global, com origem na emissão de gases com efeito de estufa (GEE) libertados na queima dos combustíveis fósseis, foi transformada num tema extremamente confuso, em que os alarmistas misturam tudo:
A poluição e o clima – tornou-se o clima num álibi para resolver a poluição. A evolução futura do clima é apresentada como um postulado e quem coloca dúvidas sobre o aquecimento global fica catalogado como favorável à poluição.
Os bons sentimentos e os interesses (in)confessados – alarma-se com um planeta em perigo, que é necessário salvar mas, em simultâneo, admite-se o direito de poluir, mediante o comércio de «direitos de emissão» de GEE.
As suposições e as realidades – apresentam-se modelos informáticos do clima sem relação directa com os mecanismos reais e avançam-se previsões tanto mais gratuitas quanto os prazos são mais longínquos (2100!).
O sensacionalismo e a seriedade científica – procura-se o furo jornalístico e ignora-se a informação devidamente fundamentada, com os políticos e os media a ajudar à confusão.
Os alarmistas pretendem ver sinais da catástrofe anunciada nalguns acontecimentos recentes (ondas de calor, secas, cheias, evolução natural do mar gelado do Árctico e do Antárctico) os quais, no entanto, não têm qualquer relação com as emissões de GEE.
Seleccionam as informações favoráveis à ideia do aquecimento, ocultando as que dão conta de situações de arrefecimento. O que domina incontestavelmente o debate, e mais o falseia, é que as alterações climáticas são um assunto de climatologia, que está a ser tratado, maioritariamente, por não especialistas, nomeadamente pelos ambientalistas.
Com uma complacência geralmente proporcional à ignorância dos fundamentos da disciplina, muitos dos que têm a audácia de se proclamar cientistas apenas propalam as hipóteses oriundas dos modelos.
Deve-se começar por colocar fortes reticências ao mito segundo o qual os relatórios do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) são preparados por «milhares de cientistas». É falso. Não provêm senão de uma pequena equipa dominante.
Os conhecimentos actuais sobre climatologia são em geral limitados. O IPCC reconhece-o quando refere que «A aptidão dos cientistas para fazer verificações das projecções provenientes dos modelos é bastante limitada…».
As explicações do IPCC não reflectem a verdade científica, que é extremamente complexa. São em regra simplistas, próximas do slogan, a fim de serem facilmente apreendidas. Quanto mais simples a mensagem, maior a hipótese de ser adoptada pelos políticos e pelos media.
Este conhecimento superficial e esquemático é também imposto pelas «simplificações inevitáveis, transpostas para os modelos», os quais não podem integrar todas as componentes dos fenómenos climáticos.
Esta falha explica também a fé cega atribuída a uma ciência – a climatologia – idealizada por alguns, ignorando, geralmente, que a climatologia está num verdadeiro impasse conceptual há mais de cinquenta anos.
A climatologia não dispõe de um esquema explicativo observável da circulação geral da atmosfera (fenómeno este que é fundamental) apto a traduzir a realidade das trocas meridionais de energia e vive na ignorância dos mecanismos reais.
Este impasse tem conduzido, entre outros, aos «falhanços» dos serviços de meteorologia dos EUA na previsão das trajectórias dos furacões tropicais, por deficiente conhecimento da sua dinâmica.
O conhecimento é substituído pela convicção (sincera, ou pela fé) do género «estou convencido de que o aquecimento global do planeta é uma realidade» ou «há quem não acredite no aquecimento global». Isto é a negação do método científico.
É, pois, necessário fazer um ponto da situação. Sem complacências nem concessões, aprofundado, rigoroso e unicamente centrado na climatologia, pois o estudo do clima deve ser deixado aos climatologistas.
Torna-se necessário desmascarar a pretensa ligação Homem – poluição – GEE – aquecimento global – alterações climáticas. O Homem, neste caso, está inocente e a acusação que lhe fazem não se justifica.”
5) «A terra transformou-se num enorme lixo», era uma frase que se ouvia com frequência no despoletar das causas ambientalistas. Não terá sido o carácter alarmista e culpabilizante dos discursos o factor que impossibilitou um debate saudável sobre esta matéria?
Claro que sim, como fica implícito na resposta à pergunta anterior. A Terra só se transformou num enorme lixo nas mentes deformadas dos alarmistas. Não conseguem perceber que só à medida que avança o progresso e o bem-estar das populações é que começa a preocupação com a conservação da Natureza. Por que não vão eles pregar aos famintos do Chade para terem cuidado com a separação do lixo para a reciclagem. Uma chadiana faminta sem saber como alimentar os filhos seria capaz de entender a preocupação dos salvadores do planeta? O alarmismo climático tornou-se numa nova religião. É preocupante ver como estrelas de cinema se tornaram políticos e políticos se tornaram estrelas de cinema propagando uma mentira colossal mas escondendo a sua hipocrisia de uma vida regalada com viagens em aviões particulares a jacto de um lado para o outro a propagar a fé do “aquecimento global”.
6) A comunicação social portuguesa tem dado algum tempo de antena às pessoas que como o senhor têm-se mostrado cépticos frente ao pensamento único das alterações climáticas?
De modo algum. Foi necessário protestar sistematicamente ao Provedor do Telespectador da RTP com as reportagens desvirtuadas da televisão oficial paga por todos nós para o sr. Provedor realizar um programa dedicado ao assunto. Entrevistaram-me durante quarenta e cinco minutos e passaram na RTP uns breves segundos. Quanto às estações de rádio e de televisão privadas nada se pode fazer já que as reportagens são escolhidas para aumentar as audiências. Quanto às oficiais pagas simultaneamente pelos contribuintes tinham a obrigação de dar o mesmo tempo de antena às diversas opiniões para que os telespectadores tirassem conclusões pelas suas próprias cabeças e não pela cabeça dos alarmistas. Ainda por cima, os convidados da RTP, e da RDP, são sempre os mesmos sem competência na matéria. Alguns dos convidados apresentam mesmo profundo desconhecimento em climatologia. Pois são estes os mais assíduos na RTP e na RDP.
7) O Sr. esteve recentemente num debate organizado por alunos numa escola em Estarreja. Qual a aceitação que as suas teses cépticas tem junto dos mais jovens, normalmente mais influenciáveis em questões ligadas ao ambiente?
Já fui convidado para cima de uma dezena de vezes para a realização de palestras e debates
em escolas da Grande Lisboa, e não só. Estas escolas pertenciam aos ensinos secundário e universitário. Numa do ensino universitário já me convidaram três vezes. Os alunos portugueses são inteligentes e têm espírito crítico próprio da juventude. Muitas vezes o espírito crítico pode estar adormecido devido ao sistema de ensino que não fá-lo despertar. Mas as minhas intervenções têm sido sempre muito bem recebidas. Inicialmente, os alunos podem estar na dúvida, mas as minhas explicações sempre acompanhadas com slides do tipo Power Point, rapidamente lhes desperta a curiosidade. No final de uma hora estão convictos de que anteriormente tinham sido alvo de um ensino dirigido com uma finalidade ideológica e não científica. Numa escola dos arredores de Lisboa estive dois dias seguidos. No primeiro dia visionámos o filme de Al Gore. No seguinte analisámos detalhadamente as mentiras de Al Gore. Foi um sucesso. Inicialmente, mesmo alguns professores duvidavam que Al Gore fosse um mentiroso. Mas ficaram convencidos das manipulações e das distorções algorianas.
8) Não teme que os “negacionistas” do «aquecimento global» venham a sofrer perseguições políticas e até, quem sabe, judiciais?
Falta de vontade para que isso aconteça não existe. Mas, em pleno século XXI, é difícil que isso aconteça. De facto, alguns cientistas queixam-se da dificuldade na obtenção de financiamentos para as suas investigações se não manifestarem fé na religião de Estado em que se transformou o “aquecimento global”. Mas a nível internacional existem exemplos do que alguns designam por eco-fascismo. Um colunista inglês já propôs a formação de um tribunal tipo Nuremberga para julgar os cépticos. O sr. Rajendra Pachauri, chairman do IPCC, acha que os cépticos deveriam emigrar para outro planeta. Provavelmente por que vê o seu emprego em perigo…
9) Sr. Rui Moura, os nossos agradecimentos em nome dos leitores da NOVOpress. Para terminar pretende deixar algumas ideias que não tivessem sido expressas nesta pequena entrevista?
Agradeço o vosso interesse em entrevistar-me sobre um assunto tão delicado como este. Faltou talvez uma pergunta: - «Que alternativa vê que se possa tomar perante as variações do clima, isto é, entre mitigar (as emissões) e adaptar?» Só encontro uma: - «Adaptarmo-nos para o que vier, para o calor ou para o frio. O Homem só pode adaptar-se às eternas variações do clima impostas pela Natureza. Assim como não é responsável pelo Período Quente Contemporâneo também não pode fazer nada para modificar a situação. Quanto à mitigação, deve começar por mitigar a ignorância quanto aos mecanismos reais dos fenómenos meteorológicos e climáticos para que possa adaptar-se da melhor maneira possível.»
«Met Office mostra que o “aquecimento global” terminou há uma década»
[cc] Novopress.info, 2009, Texto original cuja cópia e difusão são consideradas livres, desde que se mencione a fonte de origem [http://pt.novopress.info]