Francisco Carlota olha para a foto que conta um dos muitos episódios da construção da igreja matriz de Coruche. Aquela imagem é uma de três ou quatro em que se revê a trabalhar, entre as dezenas de fotografias que integram a exposição que inaugurou a comemoração dos 50 anos da igreja de S. João Baptista, a mais emblemática e altiva do centro histórico de Coruche.
Foi naquela obra que teve o seu primeiro ofício. No total eram mais de 40 trabalhadores. Não havia gruas, os grandes blocos de pedra eram levantados a pau e corda. As pedras metidas à mão, assentando aqui e ali. Eram cerca de oito horas de trabalho diário, mas na altura tinha idade para puxar pelo cabedal. O moço de outrora conta actualmente 73 anos. A construção da igreja custou 2.500 contos.
“Naquele tempo ganhava 50 escudos por dia. Era responsável por toda a parte do cimento armado da obra”, diz com duplo orgulho: o de ter contribuído para a construção de um marco de Coruche e de, ainda hoje, a igreja apresentar uma conservação invejável.
Passou por bastantes dificuldades. A maior das quais a de desmanchar os andaimes em torno da igreja devido à força do vento nas alturas. A 27 metros. Teve de se cortar a madeira à volta, aos poucos, de uma ponta a outra, e até os beirados.
A montagem do sino de quatro toneladas não foi nada meiga. A determinada altura não se suportou o peso e caiu redondo no chão. “Caiu na terra que se tinha tirado dos alicerces da obra. Foi preciso um trabalho de cinco dias para tirar o sino”, recorda Francisco Carlota.
Se trabalhar nas nuvens já não era fácil, pior se tornava a seguir ao almoço. “Tínhamos uma infusa de três ou quatro litros que servia para levar água até lá acima com um arame. A partir de determinada altura passou a ser vinho da taberna do Zé Teixeira, ali perto”, confessa com um sorriso Francisco Carlota. O vinho ajudava a encarar o trabalho com mais força. A restante energia ganhava-se a caminho de casa de bicicleta para comer comida mais pesada e suportar com destreza o trabalho físico.
Ricardo Carreira
in O Mirante
Uma exposição sobre a igreja de S. João Baptista abriu dia 8 as comemorações dos 50 anos da igreja matriz de Coruche. No salão nobre da Caixa Agrícola de Coruche estão retratados em fotografias os passos desde a construção e bênção da igreja à inauguração. O processo de construção da igreja decorreu de 1952 a 1955, tendo a primeira pedra sido lançada em 27 de Fevereiro de 1952. A inauguração do templo teve lugar a 23 de Novembro de 1958.
Durante a inauguração da exposição, o pároco de Coruche, Elias Serrano, sublinhou a importância de recordar a infância e juventude, ao mesmo tempo que se contextualiza a cultura e sociedade de há meio século. “Esta exposição evoca a bênção feita por D. Manuel Mendes à inauguração pelo arcebispo de Évora, D. Manuel Salgueiro”, exemplificou o pároco.
A igreja de S. João Baptista é ponto de atenção para quem desce até ao centro histórico pela imponência da sua fachada. Nas fotos da exposição identificam-se trabalhadores, convidados, autoridades civis, militares, religiosas e de Estado que visitaram a obra ou estiveram no seu lançamento ou inauguração. À época a igreja custou cerca de 2.500 contos, verba para a qual se contou com o apoio da população e dos autarcas, por iniciativa do então padre José Alves.
Para o presidente da Câmara de Coruche, Dionísio Mendes (PS), o apoio da equipa do museu municipal foi decisiva para a realização da exposição, a par do espólio de mais de 250 mil negativos cedidos há dois anos pela empresa Foto-Cine ao museu. “Que o exemplo da igreja seja visto como união de esforços de pessoas de todas as idades e estatuto social para a história de Coruche”, destacou o autarca. À noite realizou-se um concerto da Banda Filarmónica da Sociedade de Instrução Coruchense e do Coro do Município de Benavente.
Para dia 23, o mesmo em que em 1958 a igreja foi inaugurada, é realizada uma eucaristia solene, presidida pelo Arcebispo de Évora, D. José Alves.
in O Mirante
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