Várias estações do Metro de Lisboa viram o seu nome mudado, por anónimos, para EDP, Repsol, Banco BIC ou mesmo FMI
Várias estações do Metro de Lisboa 'ganharam' novos nomes no início deste ano, como EDP, Repsol, Banco BIC ou mesmo FMI. A empresa já removeu os autocolantes que associavam logótipos às paragens, colocados por anónimos nos mapas da rede.
Em Setembro, a estação da Baixa-Chiado passou a chamar-se Baixa-Chiado PT Bluestation, no seguimento de um patrocínio daquela empresa de telecomunicações portuguesa. Assim, nos diagramas da rede do metro, junto à referência Baixa-Chiado foram colados autocolantes com o símbolo da PT e o nome da parceria, para identificar a sua nova designação.
Com o novo ano, outras estações 'ganharam' uma marca associada ao seu nome: 'Restauradores Repsol', 'Marquês de Pombal EDP', 'São Sebastião Banco BIC’, 'Campo Grande Zon Multimédia' e 'Oriente Vodafone'.
No Marquês de Pombal existe a sede da EDP, no Oriente a da Vodafone e no Campo Grande está a ser construída a sede da Zon Multimédia.
Por sua vez, junto ao nome da estação do Terreiro do Paço, onde se encontra o Ministério das Finanças, foi colocado um autocolante com o logótipo do FMI (Fundo Monetário Internacional). Os autocolantes foram colados nos diagramas de rede de todas as carruagens do Metro.
Contactada pela Agência Lusa, fonte do Metro de Lisboa explicou que "assim que os autocolantes foram detectados", a empresa "imediatamente levou a cabo as medidas necessárias para a remoção dos mesmos com a maior rapidez possível".
Para "não afectar a normal circulação dos comboios", foi necessário "efectuar a limpeza em ambiente oficinal, o que obrigou à retirada gradual das carruagens". Na passada quinta-feira ao final do dia, a empresa afirmava que já todos os autocolantes tinham sido retirados.
(Portugal está neste estado lamentável por causa da corrupção interna – pública e privada com incidência no sector bancário – e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra. Sócrates foi dizer à Sra. Merkle – a chanceler do Euro – que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse. Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise. Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal. A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas “macaquices” bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no poder até levar o país à miséria. Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal “ajuda” ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para “tapar” o buraco do principal Banco islandês.
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos. O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.
Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições. Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.
Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental. Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não “estragar” os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais. Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.
O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez. Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo.
"Premiado com o Urso de Ouro em Berlim e Melhor documentário em Havana, o filme mostra de que forma a Argentina foi saqueada pela grandes corporações, de como o governo neoliberal de Menem conseguiu levar o país a bancarrota, privatizando tudo e servindo aos interesses do FMI, Banco Mundial e OMC. Genocídio Social, a Argentina passa da condição de país "quase de 1º Mundo" para um país em que a maioria da população se torna miserável. Mortalidade infantil, desnutrição, abandono social total, endividamento externo fizeram a marca do que seria o "exemplo de neoliberalismo para o mundo". Toda essa situação se tornou insuportável até finalmente explodir na revolta popular de 19 e 20 de dezembro de 2001."
"Tudo que o homem não conhece não existe para ele. Por isso o mundo tem, para cada um, o tamanho que abrange o seu conhecimento." (Carlos Bernardo González Pecotche)
Boaventura Sousa Santos diz que o Movimento dos "Indignados" significa o aparecimento de um novo discurso político global
Boaventura Sousa Santos diz que o Movimento dos "Indignados" significa o aparecimento de um novo discurso político global que reclama mais democracia e contesta o domínio dos mercados financeiros. No "Grande Jornal" da RTP Informação, o sociólogo disse que também em Portugal começa a surgir a consciência de que a austeridade não vai resolver nada.
Merkel alertou para os riscos de contágio de outros países em dificuldades, como Portugal e a Irlanda, caso a Grécia entre em incumprimento
A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu, no domingo, o agravamento de sanções a países da zona euro que não cumpram os critérios de estabilidade, incluindo a perda de soberania, em entrevista no domingo à televisão pública ARD.
"Quem não cumprir, tem de ser obrigado a cumprir", afirmou a chefe do governo alemão, sugerindo ainda alterações aos tratados europeus para que os países prevaricadores possam ser processados no tribunal europeu de justiça, se necessário.
O Tratado de Maastricht impõe um limite de três por cento para o défice orçamental e um limite máximo de endividamento de 60 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) aos países da União Europeia.
Portugal por exemplo, teve um défice orçamental de 9,1 por cento em 2010, que tenciona baixar para 5,9 por cento este ano, e traçou a meta de voltar a cumprir o limite de três por cento em 2013.
Merkel disse ainda que a crise das dívidas soberanas "é muito séria", advogando a permanência da Grécia na zona euro, pelo menos enquanto a União Europeia e o FMI, através da chamada 'troika', atestarem que Atenas cumpre o programa de ajustamento económico.
A chanceler alemã alertou ainda para os riscos de contágio de outros países em dificuldades, como Portugal e a Irlanda, caso a Grécia entre em incumprimento, apesar de esta solução ser defendida por muitos economistas
A revista Der Spiegel revelou que Helmuth Kohl afirmou a um amigo que as políticas europeias de Merkel são "muito perigosas".
Helmut Kohl e Angela Merkel
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Merkel perde confiança de Helmut Kohl
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Merkel perde confiança de Helmut Kohl
(REUTERS/Tobias Schwarz)
Angela Merkel perdeu a confiança do homem que a ajudou a crescer politicamente. Helmut Kohl, o antigo chanceler alemão que teve um papel preponderante na construção do actual edifício europeu, queixa-se de que as políticas europeias de Merkel são "muito perigosas".
"Ela [Angela Merkel] está a destruir a minha Europa", terá confidenciado Helmut Kohl a um amigo que o visitou recentemente, segundo a edição de ontem da revista alemã Der Spiegel. O antigo chanceler referia-se, defende a revista, à forma como a Alemanha tem lidado com a corrente crise da dívida soberana na zona euro e ao papel de Merkel no desenvolvimento do projecto europeu e da moeda única.
Não é a primeira vez que Kohl, que adoptou Angela Merkel como delfim política ainda na década de 1990, tem palavras duras em relação à chanceler e às políticas do seu Governo. Há dois meses, quando recebeu o prémio Henry Kissinger, Kohl afirmou que "a Alemanha sempre teve sucesso quando ajudou os outros. Temos que continuar o nosso caminho." Todos viram nestas palavras uma crítica à forma como o Governo alemão estava a lidar com o novo pedido de ajuda financeiro da Grécia - um dossier que ainda não foi decidido.
Continuando, aos 81 anos, um claro entusiasta do projecto europeu, Kohl defendeu que o futuro da Alemanha é "com os seus vizinhos", com os "parceiros na União Europeia".
As críticas do antigo chanceler constituem mais um disparo na forte barreira de fogo político a que Angela Merkel está, actualmente, sujeita. Há poucos dias, Volker Bouffier, destacado dirigente da CDU e chefe do governo do estado do Hesse, dizia que a chanceler corria o risco de estar a destruir a herança pró-europeia do seu partido. E, à revista Der Spiegel, afirmava: "A Europa é um projecto político. É demasiado importante para ser deixada à mercê das agências de rating."
O responsável pelos temas económicos no partido que a chanceler lidera (a CDU), Kurt Lauk, sustentava, na semana passada, que pior para um país exportador como a Alemanha era ter uma população rendida aos valores do eurocepticismo. "O Governo tem que passar à ofensiva, rapidamente."
Cimeira à vista
O endurecimento e, particularmente, a dimensão das críticas à chanceler alemã advêm do facto de Angela Merkel estar a ser vista como o principal obstáculo à libertação de uma segunda ajuda financeira à Grécia. O impasse das últimas semanas fez disparar os juros da dívida pagos pelos países em crise e produziu efeitos de contágio a outros dois - a Espanha e a Itália. O primeiro-ministro Sílvio Berlusconi foi mesmo obrigado a acelerar o processo de aprovação de um orçamento de austeridade para evitar consequências mais graves.
Merkel frustrou a tentativa de convocação de uma cimeira europeia extraordinária para sexta-feira passada, mas depois acabou por aceitar que ela se realize na próxima quinta-feira. Para discutir o novo resgate da Grécia.
Boaventura Sousa Santos defende renegociação da divida
Económico com Lusa 27/05/11 07:25
O sociólogo Boaventura Sousa Santos considera que é preciso renegociar a dívida portuguesa no curto prazo e que uma parte dela não deve ser paga.
"É preciso renegociar a dívida, porque ela é impagável e parte dela não deve ser paga, nomeadamente a que respeita ao período entre 23 de Março, quando o PEC 4 foi chumbado, e o princípio de Abril, quando foi pedido o resgate e os juros dispararam acima dos 7%", disse o professor à agência Lusa.
Esta recomendação está expressa no livro "Portugal, Ensaio contra a autoflagelação", que o académico lança hoje, em Lisboa, com o objectivo de aprofundar "uma reflexão sobre o momento que vivemos".
Perante a actual situação económica, Boaventura Sousa Santos considera que a única solução é a renegociação de uma dívida que o país não tem condições de pagar.
"É preciso ter coragem de enfrentar os riscos políticos, mas esta é a única solução", disse.
Segundo Sousa Santos, a renegociação da dívida portuguesa tem de ser lançada antes que a economia se destrua.
"É uma questão de bom senso, basta ver o que se passa na Grécia e pensar que Portugal é o único país desenvolvido que em 2012 vai estar em recessão", afirmou acrescentando que as pessoas devem reclamar na rua os seus direitos.
Sousa Santos defendeu ainda que os problemas económicos que Portugal atravessa têm de se resolver, "e não é com eleições".
Embora reconhecendo as incompetências dos governantes portugueses, o autor lembrou que a situação económica do país não se deve apenas a erros de governação mas também à crise internacional, que irá afetar ainda outros países.
"A solução tem que vir da Europa porque em termos técnicos não há uma dívida portuguesa ou grega, há uma dívida europeia que devia ser tratada como tal", afirmou.
O catedrático da faculdade de economia de Coimbra considerou ainda que o actual projecto europeu faliu e, caso a Espanha venha a precisar também da intervenção do Fundo Monetário Internacional, será o euro que estará em causa, dada a dimensão da economia espanhola.
Sociólogo diz que Portugal deve procurar apoio no Brasil ou em Angola
Em entrevista à TSF, Boaventura Sousa Santos sugeriu que Portugal possa procurar ajuda em Angola ou no Brasil como opção à UE, que «começou por ser um sonho e está a ser um pesadelo».
Boaventura Sousa Santos defende que o próximo Governo português deve procurar auxílio financeiro alternativo ao da União Europeia e FMI.
Para este sociólogo, «é preciso abrir uma auditoria pública da dívida que já se fez noutros países, como «na Alemanha, em 1953, que recebeu essa auditoria».
«É uma suspensão do pagamento da dívida e o dinheiro pode ser imediatamente accionado para o desenvolvimento económico», adiantou Boaventura Sousa Santos, em entrevista à TSF.
Esta opção implicaria que «Portugal fique fechado aos mercados europeus durante um pequeno período», sendo que, segundo este sociólogo, seria então necessária «liquidez» que poderia vir da «União Europeia, com eurobonds, se ela estivesse a funcionar».
Outra solução poderia passar por «investimentos e empréstimos de países que possam estar em condições de, a curto prazo, oferecerem algum apoio a Portugal».
Esses países poderia ser «Angola, que é já um grande investidor e com interesses comerciais muito grandes em Portugal» ou o Brasil.
«Para isso, precisamos de ter líderes políticos, gente capaz de pensar fora da caixa e das receitas e portanto tentar ver se a União Europeia começou por ser um sonho e está a ser um pesadelo somos muito velhos neste continente», recordou.
Boaventura Sousa Santos entende ainda que os partidos de Esquerda se devem alinhar na oposição na sequência dos resultados das legislativas de domingo, numa altura em que «acabou a ficção e vai começar a realidade».
O sociólogo coloca as conversações para a formação de um novo Governo num período de transição entre estes dois períodos e não tem dúvidas em afirmou que «nunca houve eleições tão irreais como estas».
«O país vai mudar profundamente nomeadamente com as privatizações e cortes nas pensões, com as alterações nos sistemas de saúde e educação. É um país que daqui a dois anos estará diferente se este memorando for cumprido», garantiu.
Apesar disto, Boaventura Sousa Santos entende que os prazos fixados neste memorando «não são exequíveis politicamente em condições democráticas», apenas em em caso de ditadura.
«Mas, é de prever que haja perturbação social e por isso é que penso que deve haver alternativas políticas», afirmou o sociólogo que sugeriu que os partidos de Esquerda deveriam substituir os seus líderes, se esse for o caso.
O sociólogo considera que o «protesto» já não pode ser alternativa e que a «alternativa de Esquerda vai ser necessária», sempre num «contexto europeu», pois a actual «solução política aguente mais de dois anos», dado que a «crise vai aprofundar».
Lendo as informações avançadas este fim-de-semana pelo "Expresso" percebe-se que a troika prepara um autêntico golpe de Estado neste País. Não se limitará a exigir, em troca do empréstimo, condições que garantam o seu pagamento - a juros que estarão longe de ser justos. Em troca, determina mudanças políticas e económicas estruturais, muitas delas de constitucionalidade mais do que duvidosa. Entre algumas das que se prevêem estará, além de alterações em setores fundamentais para a soberania de qualquer País, a privatização de grande parte das empresas públicas. Objetivo? Dois: "menor intervenção do Estado na economia" e criação de um fundo para a recapitalização da banca privada nacional.
Esta será apenas uma das muitas medidas que aí vêm. Mas ela é um excelente exemplo do que está em causa.
Antes de mais, a imposição de uma agenda ideológica à margem da democracia. As correntes radicais impõem as suas receitas - as mesmas que levaram o mundo ocidental a uma enorme crise financeira - usando instituições sem a legitimidade do voto e torneando a democracia. Aqueles que aplaudem estas medidas nunca se devem esquecer disto mesmo: venceram contra a democracia. Poderão impôr o seu ponto de vista mas ele não tem a força moral da legitimidade democrática. O modelo social que garantiu meio século de paz, de prosperidade e de uma igualdade sem precedentes na Europa será destruído através da suspensão de todas as regras democráticas. Não é através do voto do povo que lá chegarão.
Esta medida, como outras, deixará claro o objetivo destas intervenções em países em crise: transferir recursos do Estado para um setor financeiro descapitalizado pelos seus próprios erros. Parte das receitas da privatização (em saldo) do património público terá como destinatária a banca privada nacional. Depois de obrigarem os contribuintes a salvar com dinheiros públicos bancos geridos por criminosos, depois de obrigarem os Estados a pagar juros usurários, a última parte do assalto será feita mais às claras e imposta por quem ninguém elegeu.
Fica provado o que já se suspeitava: o capitalismo financeiros com rédea solta é incompatível com a democracia. A ganância sem limites derruba todos os obstáculos que encontra pela frente. E o último é este: o poder dos cidadãos e do seu voto.
Corremos muitos riscos se resistimos a este golpe de Estado e a este assalto? Sim. Mas o que está em causa é quase tudo o que realmente interessa: se estamos dispostos a entregar aos assaltantes tudo o que temos, incluindo a nossa democracia, ou se vamos, independentemente de todos os perigos, resistir.
O FMI quer que o Governo reduza ou corte na totalidade os subsídios de férias e Natal dos pensionistas, avança o Correio da Manhã. Se esta medida for aceite pelo Executivo, o Estado poupará 3233 milhões de euros.
Segundo o CM, esta é uma das medidas incluída no pacote de austeridade que a 'troika' irá hoje propor ao Governo e amanhã aos parceiros sociais.
Esta é uma estratégia semelhante à utilizada na Grécia, na qual se inclui também o corte dos 13.º e 14.º mês aos trabalhadores do sector público e privado.
O FMI, explica ainda o CM, quer também que se reduza o tempo de subsídio de desemprego e o seu valor.
O Governo português tem pouca margem de manobra, mas poderá tentar negociar reduções dos subsídios para evitar a total eliminação. O CM dá o exemplo grego, em que o 13.º mês sofreu um corte de 30% e o 14.º mês foi diminuído 60%.
Eu tinha mesmo uma solução mais eficaz e RADICAL para apresentar aos srs. do FMI e aos negociadores portugueses, isto na qualidade de reformado, porque é aos reformados k eles se atiram de forquilha na mão - pudera, não podem fazer greves...mas talvez possam ainda fazer outras coisas, veremos!... - Bem, a tal solução k eu aqui deixo é repôr em funcionamento os fornos de Treblinka e Spandau (se não chegarem haverá outros...) e acabarem rápidamente com os reformados portugueses numa espécie de "solução final". É k não seria só a poupança dos 13º e 14º...seria tb as pensões mensais e os medicamentos e outras "chatices" k estes VELHOS por aqui andam a provocar. Vamos a isso...eu me ofereço para ser o primeiro da fila, todo nu (sempre aproveitam as roupitas como os nazis faziam) e embrilhado numa bandeira nacional...apenas. É k assim a bandeira e Portugal morrem de vez connosco, sempre morrem mais bem acompanhados (bandeira e país) do k com esta escumalha k por ai anda a mandar neste planeta.