Sexta-feira, 14 de Outubro de 2011
Foto obtida em: A Nossa Terrinha
Quinta-feira, 8 de Setembro de 2011
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Utentes de Coruche, Salvaterra de Magos e Cartaxo vão ficar sem este serviço a partir do dia 1 de Outubro |
A falta de rentabilidade económica do serviço ferroviário de passageiros entre Coruche e o Setil, no concelho do Cartaxo, levou a CP a decidir-se pela sua supressão, a partir do dia 1 de Outubro.
Em comunicado, a empresa explica que a procura é muito reduzida, “cerca de 12 passageiros por circulação”, com um “custo unitário por passageiro transportado superior a 16 euros, para uma receita gerada de 1,5 euros”.
“Está assim muito longe de atingir os níveis mínimos de sustentabilidade necessários à manutenção da oferta”, esclarece a empresa no mesmo comunicado.
O serviço de passageiros neste troço da Linha de Vendas Novas entrou em funcionamento há precisamente dois anos, em Setembro de 2009, depois de, a 22 de Julho do mesmo ano, a CP, a REFER e as Câmaras Municipais de Coruche, Salvaterra de Magos e Cartaxo terem assinado um protocolo para a circulação de composições de passageiros.
O período experimental definido no acordo termina no final deste mês.
“Consideramos profundamente lamentável esta decisão unilateral da CP, sem qualquer negociação com as autarquias, tendo em conta o investimento até ao momento realizado e a convicçãode que apenasdecorridos quatro meses da alteração de horários seja precoce encerrar definitivamente a linha”, afirmou o presidente da Câmara de Coruche, Dionísio Mendes, sublinhando a posição da empresa “é contrária aos interesses das populações” dos três concelhos ribatejanos afectados.
“Consideramos que foi e é determinante a importância do transporte ferroviário para diminuir as assimetrias e encurtar as distâncias entre o interior e Lisboa”, considerou Dionísio Mendes, lembrando que se trata de um meio “mais confortável, económico e ecologicamente vantajoso”.
Para o autarca, estes argumentos justificam “o empenho em torno da prossecução do serviço e da renovação do protocolo”.
Segundo a Câmara de Salvaterra de Magos, os municípios foram apanhados de surpresa pela decisão da CP, uma vez que, numa reunião realizada no dia 14 de Julho, o conselho de administração da empresa demonstrou “interesse na renovação deste protocolo e na consequente continuidade deste serviço à população”.
A autarquia “lamenta esta decisão, pois cumpriu todos os compromissos que assumiu com a CP, financeiros e não-financeiros, no âmbito deste protocolo”, salientou a presidente Ana Cristina Ribeiro.
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Paulo Caldas, Ana Cristina Ribeiro e Dionísio Mendes, com a então secretária de Estado dos Transportes Ana Paula Vitorino |
“Honrámos os nossos pagamentos, criámos redes complementares de circuitos rodoviários de acesso às estações de Muge e de Marinhais através da rede «Magos Bus», e, dentro das nossas possibilidades, incentivámos à utilização deste meio de transporte por parte da população”, acrescentou Ana Cristina Ribeiro, lamentando “os transtornos que o fim deste serviço trará aos munícipes do concelho que maior número de passageiros diários tem a utilizar este transporte público”.
A Câmara já fez chegar o seu descontentamento à CP, lembrando que, “pela sua importância e dimensão, o protocolo foi na altura considerado pela própria tutela como inovador a nível nacional”, e que é do conhecimento público que existem diversas linhas a nível nacional com perdas na sua exploração, mas que permanecem activas.
Por João Nuno Pepino
in O Ribatejo
Segunda-feira, 7 de Março de 2011
Sindicato dos Maquinistas decide
Nuno Fernandes Veiga |
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O Sindicato dos Maquinistas suspendeu a greve, às horas extraordinárias, no troço Coruche-Setil, devido aos danos provocados nas populações dos concelhos de Coruche, Cartaxo e Salvaterra de Magos.
A administração da CP lamenta, em comunicado ”que esta postura não seja alargada a todas as ligações ferroviárias a nível nacional e que se insista em continuar a prejudicar gravemente as populações de outras regiões do país”. Ao Correio da Manhã, fonte do Sindicato dos Maquinistas explicou que esta decisão se prende com o facto da empresa estar “a usar a greve para suspender todo o serviço (naquele troço), quando o podia realizar à semelhança do que está a fazer no resto do País”.
in Correio da Manhã
Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2011
Ainda sobre o tema do encerramento a 1 de Fevereiro do transporte ferroviário de passageiros na Linha de Vendas Novas (Setil/Coruche) fui confrontado, ontem, com o pedido de entrevistas por parte da Rádio Cartaxo e da Rádio Marinhais, pedindo-me ambas comentasse a situação e os últimos desenvolvimentos. Deixo-vos seguidamente o texto que resume aquelas intervenções.
Ontem, já depois das 16 horas, recebi da CP a seguinte correcção ao teor da comunicação que ontem publiquei no post.
Da leitura deste documento resulta como mais preocupante, para mim, o facto de a CP estar a ser gerida de modo aparentemente pouco profissional, pois de outra forma é difícil compreender um lapso como este!
Naquilo que verdadeiramente importa aos munícipes do concelho de Salvaterra de Magos, o que podemos perceber é que a nossa Câmara Municipal em vez de dever um ano e tal de facturas deve quase um ano.
A boa notícia é que se confirma o que dissemos no post anterior. Perante a busca da verdade e a sua exposição pública, a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos lá resolveu finalmente enviar um plano de regularização da dívida, que lhe tinha sido pedido no dia 1 de Outubro, assumindo o pagamento gradual das facturas em atraso.
Esperemos que estas movimentações que a nossa acção motivou sejam o suficiente para permitir a continuidade do transporte e que, entretanto, sejam identificadas as medidas a adoptar para permitir reduzir o défice de exploração e continuar este serviço público.
in Blog Fazer por Salvaterra, Fazer por Todos Nós
Em face das notícias vindas na comunicação social dando nota de que a CP pretendia o encerramento do transporte de passageiros na linha de Vendas Novas - ligação Setil/Coruche - os vereadores socialistas manifestaram, na última reunião de Câmara (ver post de 6 de Janeiro) a sua preocupação, solicitaram a indicação dos números de pessoas transportadas por cada horário do comboio e pediram à Câmara que tudo fizesse para evitar o encerramento puro e simples daquele serviço ferroviário.
Infelizmente os acontecimentos precipitaram-se e a Srª Presidente da Junta de Freguesia de Marinhais informou-nos, na passada 6ª feira, dia 14 de Janeiro, que a CP já tinha confirmado por escrito que o encerramento se daria a 1 de Fevereiro.
Intrigado com aquela decisão, logo no início da tarde desse mesmo dia, contactei o Sr. Presidente do Conselho de Administração da CP questionando-o quanto à legalidade da decisão. O que está protocolado é que o serviço - no mínimo - tenha a duração de dois anos, logo tem que chegar a Setembro de 2011. Reproduzo seguidamente o texto do email que enviei.
Em resposta, o Conselho de Administração fez-me uma longa resenha do desenvolvimento dos factos, onde deixa inequívoco que foi o incumprimento por parte das Câmaras Municipais dos pagamentos das facturas mensais devidas à CP (e que de acordo com o Protocolo deviam ser pagas com o atraso máximo de 2 meses), que justificou a decisão de SUSPENDER o serviço de transporte. Não é invocada qualquer outra razão.
Em síntese, as Câmaras têm meses e meses de atraso, e até à passada 6ª feira só a Câmara Municipal de Coruche tinha deixado claro qual o Plano que assumia para regularizar as facturas em falta. As Câmaras Municipais do Cartaxo e de Salvaterra de Magos desde 1 de Outubro nada tinham respondido. Curioso é também poderem ler que desde 7 DE DEZEMBRO que as Câmaras Municipais sabiam do encerramento e aquelas duas Câmaras faltosas nada fizeram para evitar o problema.
NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA dão conta de que a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, depois de saber o conteúdo do ofício que acabaram de ler, enviou, alegadamente, na passada 2ª feira, dia 17 de Janeiro, o tal Plano de Regularização da dívida e procedeu ao pagamento de algumas das muitas facturas em atraso.
Creio que
todos lamentamos que a maioria BE tenha escondido estes factos da população, instigando-a até contra a CP, mas quero crer que devido à acção que desenvolvemos de busca da verdade e da subsequente denúncia da situação, a maioria no executivo foi "empurrada" para começar a honrar os compromissos que assumiu e assinou e que, desta forma, será possível renegociar com a CP, evitando a suspensão do serviço no próximo dia 1.
Se assim for, valeu a pena o empenhamento dos autarcas socialistas na resolução de mais um problema que afectaria a nossa população!
in Blog Fazer por Salvaterra, Fazer por Todos Nós
Quarta-feira, 29 de Dezembro de 2010
Câmara de Coruche quer explicações sobre o possível fim da ligação por comboio a Lisboa
Por Jorge Talixa
Autarca socialista garante que ainda não foi informado sobre a intenção da CP. A linha foi reaberta em Setembro do ano passado com o apoio de três câmaras
O presidente da Câmara de Coruche garantiu na semana passada que ainda ninguém lhe disse nada sobre o projectado encerramento da ligação ferroviária entre o Setil e Vendas Novas e que pretende discutir o assunto com a tutela governamental da CP.
O plano de actividades da empresa para 2011 prevê a supressão de comboios de passageiros em várias linhas, entre as quais o Ramal do Setil, onde a circulação foi retomada em 15 de Setembro de 2009 - após cinco anos de interrupção -, na sequência de um acordo entre a transportadora, a Secretaria de Estado dos Transportes e as câmaras do Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos. O protocolo deveria vigorar dois anos, mas as autarquias estão agora preocupadas com a intenção da CP e com a falta de resposta a um pedido de reunião dirigido ao secretário de Estado dos Transportes.
"Não sabemos nada, o que sabemos é através dos jornais e de notícias que dizem que haverá intenção também de fechar esta linha. Não temos mais notícia absolutamente nenhuma e estamos a aguardar a reunião com o senhor secretário de Estado para discutirmos a situação e encontrarmos uma solução", sustenta Dionísio Mendes, presidente da Câmara de Coruche, defendendo que a questão deve ser debatida entre a tutela e as autarquias e não com a CP.
Depois de anos de negociação, a CP e as câmaras assinaram em 2009 um protocolo onde se estabelece que os eventuais prejuízos da exploração serão divididos em partes iguais pela empresa e pelas autarquias. "Este é um modelo único no nosso país, somos as únicas autarquias que suportam custos de exploração de transporte ferroviário. Acordámos desde o princípio que seria dessa maneira. Na altura foi-nos apresentado como uma situação exemplar que poderia passar a acontecer noutros concelhos. Isso não aconteceu, mas nós, numa perspectiva de fazer pedagogia para um maior uso do comboio, entendemos que seria uma atitude de incentivar", sublinha o autarca do PS. Dionísio Mendes frisa que, desta forma, seria possível reduzir a pressão sobre os acessos rodoviários a Lisboa e promover um transporte ambientalmente mais favorável.
Só que a adesão dos passageiros nunca foi muito significativa. Em Julho, responsáveis da CP disseram ao PÚBLICO que os prejuízos já somavam "centenas de milhares de euros" e que as autarquias estavam atrasadas no pagamento da sua parte. Esta afirmação motivou um pedido de reunião urgente por parte dos autarcas, que discutiram o assunto com a CP mas, desde então, pouco se avançou. Dionísio Mendes diz que as câmaras já pagaram uma parte, mas salienta que "neste momento o que está em causa é a discussão total do assunto", porque "há uma série de incumprimentos do protocolo por parte da CP e da Refer". O autarca alude a obras prometidas para as estações, a horários mais de acordo com as necessidades dos passageiros e à promoção das potencialidades turísticas deste percurso ferroviário. "Tudo é discutível, mas é preciso que a tutela nos receba", conclui, salientando que a reunião com o secretário de Estado esteve agendada para a semana passada e foi desmarcada.
in Público
Sexta-feira, 6 de Agosto de 2010
Prejuízos de 296 mil euros
Por Carlos Cipriano
Cartaxo, Salvaterra e Coruche assinaram protocolo com a CP que não estão a cumprir.
A reactivação do serviço ferroviário para Coruche, em Setembro do ano passado, já acumulou desde então prejuízos de 296 mil euros que deveriam ser repartidos entre a CP e os municípios de Cartaxo, Salvaterra e Coruche, numa proporção de 50 por cento para a primeira e 16,66 por cento para as câmaras.
São estas as percentagens que constam de um protocolo assinado entre estas autarquias e a transportadora pública, mas que, segundo o presidente da CP, José Benoliel, não tem vindo a ser cumprido.
De Setembro de 2009 a Junho deste ano o custo da automotora e da tripulação que faz a ligação entre Setil (concelho de Cartaxo) e Coruche, com paragens em Morgado, Muge e Marinhais, foi de 326 mil euros - a CP obteve receitas de apenas 30 mil euros. Metade dos 296 mil euros do prejuízo deveria ser suportada pelos municípios, que prometem para esta semana um comunicado conjunto sobre este assunto.
O regresso do comboio a Coruche aconteceu quatro anos depois de a CP ter acabado com o serviço de passageiros na linha de Setil a Vendas Novas, onde se arrastava uma velha automotora que proporcionava receitas de 550 euros por mês.
A introdução de material moderno e boas ligações no Setil à linha do Norte permitiram colocar Coruche a 1h30m de Lisboa, com receitas de 3000 euros por mês. Insuficiente, mesmo assim, para os custos de exploração da CP - 32.600 euros mensais -, o que dá uma taxa de cobertura de apenas 9%.
A dívida dos municípios - que se comprometeram a assegurar ligações rodoviárias gratuitas da sede do concelho às estações - ascende a 148 mil euros, cabendo cerca de 5000 euros mensais a cada um. Segundo a CP, foram transportados entre Setembro de 2009 e Junho deste ano 34.419 passageiros, o que dá uma média inferior a 20 passageiros por comboio, um valor que se adapta mais a um serviço em autocarro do que ferroviário.
O protocolo entre as câmaras e a CP vigora por três anos, podendo ser prorrogado, e é uma verdadeira experiência-piloto em Portugal de partilha de risco entre autarquias e a transportadora. Os valores em causa - tanto do défice de exploração como do número de passageiros transportados - não são inferiores aos de outras ligações regionais que a CP assegura no resto do país, inseridas no serviço público universal e nas quais as autarquias não são chamadas a cobrir o défice de exploração.
in Público
Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009
Cerca de três dezenas de passageiros que pretendiam apanhar o comboio na estação do caminho-de-ferro em Coruche ao final da manhã de sábado, 12 de Setembro, ficaram apeados e sem qualquer informação sobre os horários de comboios naquele dia. António Campos, que tinha planeado fazer essa viagem de comboio até Lisboa, verificou, antes de sair de casa, os horários dos comboios na internet. A locomotiva das 12h38 era a que lhe dava mais jeito e chegaria a tempo de almoçar na capital com a família.
O autocarro da Rodoviária que transporta os passageiros entre a vila e a estação de caminho-de-ferro consoante o horário dos comboios levou-os numa viagem de aproximadamente três quilómetros. Já na estação é que os pretensos passageiros tiveram conhecimento através de um papel informativo que o comboio das 12h38 tinha sido antecipado para as 11h40.
“Foi uma confusão porque as pessoas tinham a sua vida organizada e precisavam de apanhar aquele comboio para compromissos que já estavam marcados. Como é possível alterarem os horários de um dia para o outro e não avisarem nem alterarem também na internet automaticamente”, interroga António Campos, reforçando que teve o cuidado de ver os horários antes de sair de casa.
O MIRANTE verificou na página da internet da CP que o horário antigo do trajecto Coruche-Lisboa esteve online durante todo o fim-de-semana tendo sido alterado na segunda-feira de manhã.
Recorde-se que o transporte ferroviária de passageiros entre Coruche e Setil (Cartaxo), com ligação a Lisboa pela Linha do Norte, foi reactivado no dia 7 de Setembro (havia sido suspenso em 2004 por falta de rentabilidade) e até sábado passado as viagens foram gratuitas.
Veja a notícia completa na edição semanal que sai à quinta-feira.
in O Mirante
Terça-feira, 8 de Setembro de 2009
Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
Linha de Vendas Novas: Comboios voltam a circular entre Lisboa e Coruche
A Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, presidiu hoje à cerimónia de reabertura do serviço ferroviário de transporte de passageiros na Linha de Vendas Novas, entre Lisboa e Coruche.
O novo serviço, que volta a aproximar as populações dos concelhos de Cartaxo, Coruche, Salvaterra de Magos e Lisboa, contará com dez circulações diárias, nos dias úteis (cinco em cada sentido), e seis comboios aos sábados (três em cada sentido), entre as estações de Coruche e Setil, com paragem em Marinhais e Muge.
Para assinalar a reabertura deste serviço, as viagens entre Setil e Coruche serão gratuitas na primeira semana, ou seja de 8 a 12 de Setembro.
Trata-se um momento histórico para esta região, em franco crescimento populacional, já que o novo serviço resulta de um modelo inovador, em que os défices de exploração serão partilhados pela CP e as Câmaras Municipais, em linha com as Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário, traduzindo o empenho das administrações Central e Local na concretização desta iniciativa.
Este compromisso decorre da celebração de um Protocolo, assinado no passado dia 22 de Julho, entre a CP, a Refer e as Câmaras Municipais do Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos.
A reabertura do troço Coruche-Setil ao tráfego de comboios de passageiros implica um investimento de cerca 430 mil euros por parte da Refer, para a realização de trabalhos de adaptação das Estações abrangidas.
O troço Coruche-Setil tem uma extensão de 24,8 quilómetros e atravessa os concelhos de Coruche, Salvaterra de Magos e Cartaxo. O tempo total do trajecto até Setil será de 30 minutos, optimizando as ligações à cidade de Lisboa e assegurando a ligação ferroviária ao norte do País. A ligação Coruche-Lisboa terá a duração de 1h21.
in Portal do Governo
Sexta-feira, 31 de Julho de 2009
Composição de 264 lugares sentados vai funcionar de segunda a sábado
Comboios de Coruche ao Setil para ligação a Lisboa em Setembro
| Protocolo prevê que o serviço garanta 16 viagens diárias de ida e volta nos dias úteis. |
O transporte de passageiros na linha ferroviária Coruche-Setil (Cartaxo) e posterior ligação a Lisboa começa a funcionar a partir de meados de Setembro durante um período experimental de dois anos, após a desactivação da circulação de passageiros na antiga linha de Vendas Novas em 2004 por falta de rentabilidade.
A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, apadrinhou dia 22 de Julho, em Coruche, a assinatura do protocolo que envolve a Refer, empresa que gere a infra-estrutura ferroviária, a CP, operadora de transporte, e os municípios de Cartaxo, Salvaterra de Magos e Coruche.
Promover o transporte ferroviário de passageiros a partir dos três concelhos de forma mais rápida, económica e ambientalmente vantajosa é o principal objectivo do protocolo. A CP disponibiliza uma composição com capacidade para 264 lugares sentados e garante 10 viagens (cinco em cada sentido de manhã à noite) nos dias úteis e seis viagens (três em cada sentido), aos sábados, de Coruche a Lisboa, com paragens nas estações de Marinhais e de Muge. No Setil, os passageiros terão de fazer transbordo para composições que seguem na linha do Norte (ver caixas).
No que respeita a responsabilidades, a Refer compromete-se a investir 430 mil euros para beneficiação das estações de Coruche, Marinhais e Muge, além da criação de estacionamento, iluminação e outras melhorias. A CP terá de suportar 50 por cento do custo de exploração do serviço, estimado em 49 mil euros mensais. A cada um dos três municípios cumpre pagar sete mil euros mensais à CP, correspondentes a 16,66 por cento.
As autarquias terão ainda de garantir as acessibilidades entre as estações e os serviços de transportes, sejam eles municipais ou por operadores privados. Têm ainda de assegurar a manutenção e conservação dos espaços, a sua limpeza e vigilância pública.
Campanha pública
para atrair passageiros
Ana Paula Vitorino sublinhou que a reactivação da linha a partir de Coruche dá seguimento à estratégia do Governo de reforço do comboio como transporte estratégico esperando que na fase inicial de funcionamento sejam garantidos 100 passes mensais. A governante garantiu ainda que a estação do Setil servirá como eixo de ligação rodoviária e ferroviária ao futuro aeroporto em Alcochete e ao Poceirão.
Os presidentes das três autarquias estão também satisfeitos. Para Dionísio Mendes, autarca de Coruche, o funcionamento da linha para passageiros irá facilitar a vida aos residentes que trabalham ou estudam fora e atrair novos moradores. “Acredito que vamos chegar ao fim destes dois anos com nível zero de custos”, confessou.
No Cartaxo a vantagem é a possibilidade de passageiros que apanham comboios em Azambuja o fazerem no Setil, estando os sete quilómetros de ligação da cidade à estação candidatados a fundos comunitários para serem reabilitados. “Devemos ter no concelho 150 a 200 passageiros que fazem diariamente o trajecto para Lisboa. Com passe mensal a custar 70 euros desde o Cartaxo, os utentes vão ter acesso a várias ligações”, afirmou a O MIRANTE.
Sobre Salvaterra de Magos, a presidente Ana Cristina Ribeiro disse que o essencial passa por fazer uma campanha de informação junto das populações e disponibilizar transportes urbanos que sirvam as freguesias e as estações.
Horários diversificados, preços por definir e sem direito a domingos
Os horários definidos nos dias úteis prevêem partidas madrugadoras das estações da região e regressos até perto das 21h30. Em Coruche haverá partidas às 06h36, 07h50, 12h38, 17h44 e 19h43. A viagem de Coruche ao Setil demora meia hora. Do Setil a Santa Apolónia a primeira chegada é às 08h11. A partir daí chegam comboios às 09h11, 14h11, 19h11 e 21h11.
De Lisboa para a região a primeira partida da capital faz-se às 05h48 com chegada ao Setil às 06h42. Daí haverá ligações a partir das 07h12. A última saída de Lisboa dá-se às 19h48 com chegada ao Setil pelas 20h42.
Ao sábado estão definidas partidas de Coruche às 08h05, 12h38 e 18h36 com chegadas a Santa Apolónia às 09h41, 14h11 e 20h11. Os regressos da capital far-se-ão em três horários 07h48, 13h48 e 18h48). As chegadas à última estação (Coruche) realizam-se às 09h20, 15h20 e 20h29.
O presidente do conselho de administração da CP, Cardoso dos Reis, disse a O MIRANTE que a oferta de horários e preços na reactivação da linha é a possível. No caso da ausência de comboios aos domingos, adianta que só se farão alterações caso a procura o justifique.
in O Mirante