Quinta-feira, 17 de Maio de 2012

Aquecimento global é história para boi dormir”, diz climatólogo da USP

A pouco mais de um mês para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o professor Ricardo Augusto Felício é a “água no chope” de qualquer tese ambientalista, a ponto de dizer que o aquecimento global é “história para boi dormir”, que o protocolo de Kyoto “é uma grande besteira” e que Al Gore, o ex-vice-presidente americano que fez o documentário “Uma Verdade Nada Inconveniente”, sobre os perigos da elevação das temperaturas no planeta, não passa de um “sem-vergonha”.

O que mais intriga em Felício, e que serve como contraponto ao espírito de conservação ambiental e de políticas de sustentabilidade tão em voga, é que o seu discurso é muito bem embasado em estudos e, claro, na sua formação específica: é bacharel e mestre em meteorologia da Antártida, onde já esteve para duas temporadas de pesquisas, além de doutor em climatologia da Universidade de São Paulo.

Ele repudia a existência do efeito estufa e afirma, com toda a convicção, que buraco na camada de ozônio é algo equivocado, pois sem a incidência do sol, ela simplesmente não existe, é um estado transitório. Sempre com argumentos fortes. “Não é teoria da conspiração, é mentira mesmo. São vários os interesses. O discurso da mídia está sempre pautado no medo, na morte e no futuro. A gente fica evocando os maiores medos da humanidade”, explica.

Vinte anos após a Eco92, o Brasil, e especificamente o Rio de Janeiro, volta a ser o centro das atenções em temas relacionados ao meio ambiente e suas políticas a partir do mês que vem. Para o professor, porém, tudo não passa de “uma grande mamata”. “A cada 20 dias tem uma reunião num lugar exótico: você não adoraria viajar? Copenhague no Natal? Show!”, afirma.

Confira a seguir a entrevista exclusiva do Terra com o climatólogo da USP.

Terra: Quer dizer que essa história toda de aquecimento global é pura balela?
Ricardo Felício: É história para boi dormir. Primeiramente, pela hipótese que se utiliza: essa história toda de efeito estufa, que aí incrimina o gás CO2, aquele que alimenta toda a nossa vida, e está entre os que absorvem a radiação infravermelha, deixando a Terra ainda mais quente. Mas isso aconteceu sempre em toda a história do planeta. A taxa de CO2 é extremamente pequena, em torno de 0,033% a 0,035%. É tão ridículo! E estamos falando de todo o CO2 do planeta. Para você ter uma noção, a atividade humana é menor que a dos insetos. Não dá para engolir mais essa história. É uma física impossível. Se isso acontecesse os cientistas já teriam montado algum equipamento nesse sentido, justamente para captar essa energia extra, você não acha?

Terra: Sinceramente não sei, mas estou ouvindo sua tese.
Felício: O climatólogo canadense Thimoty Ball (outro famoso por contrariar a tese coletiva do aquecimento global) dizia que nós confundimos essa ideia de green house (casa verde) com glass house (casa de vidro). Porque a energia entra naquela casinha de vidro, esquenta o ar, mas ele não sai lá de dentro. O efeito estufa é um efeito que diminui, ou até anula a dinâmica de fluído de atmosfera. Você está dentro do carro, com vidro fechado: você vai morrer porque você está com calor. Abriu o vidro, caem 20 graus quase que automaticamente.

Terra: E os outros gases, como os CFCs?
Felício: Essa besteira que inventaram que foi o protocolo de Montreal, que antecedeu outra besteira chamada protocolo de Kyoto, fala que não pode ter. Criaram até delegacias no Canadá para não se usar CFC. Você torna o gás um vilão, que quem usa tem que ser preso para não destruir a camada de Ozônio. Chegou-se ao ponto de se confiscar produtos, como desodorantes, que usavam esse gás. Resumidamente, é queda de patentes: é um gás altamente benéfico para a indústria, não reage com nada. Quando ele cai no mar, as próprias bactérias o destroem, segundo o último artigo científico que li. A quantidade de CFC é irrisória.

Terra: Mas não causa buracos na camada de ozônio?
Felício: Mudança climática não é ciência consolidada. Lá na Inglaterra já está saindo do currículo escolar. Mas para nós aqui, que somos país de terceiro mundo, continua se ensinando esta besteira. O que existe na atmosfera é nitrogênio e oxigênio. O tal do ozônio é um estado transitório quando a energia solar incide sobre a atmosfera. O ultravioleta categoria C, por propriedades da molécula, age sobre o O2. É bem simples o que eu vou dizer: ele reage, e gera o ozônio. Ele é transitório. Quando não tem energia, não forma. Sem sol, não tem camada de ozônio. É um ciclismo rápido. Quando não tem luz, não tem ozônio.

Terra: Você já viu, certamente, o documentário “Uma Verdade Nada Inconveniente”, do ex-vice-presidente dos EUA, o Al Gore?
Felício: Ele é um sem-vergonha! Ele é dono da bolsa climática CCX (que cuida de créditos de carbono), que está caindo por chão, porque sua história é irreal. O filme e o livro são proibidos de entrar nas escolas do Reino Unido. A alta corte britânica proibiu, você sabia disso? Porque tem pelo menos 10 inverdades ali. Aqui você vai a qualquer escola e tem gente ensinando e falando do filme daquele desgraçado.

Terra: Quais inverdades são essas?
Felício: Uma é a do próprio efeito estufa, ao mostrar que os efeitos meteorológicos estão ficando severos. Poxa, gente de velha guarda dos Estados Unidos que estuda tornados há décadas mostra que isso não existe. É o processo da desinformação. Colocam um cientista político corrupto por trás, que vai na história que você quer escutar. Eu estudo há anos a Antártida e já estive lá duas vezes. Os anos de 2007 e 2009 foram os mais frios, quebrou-se recorde de 1941. Justamente no ponto em que eles dizem que mais se aquece, que é a península Antártida. O pessoal do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que trabalhava sério com as informações de meteorologia, nos últimos 15 anos mostrou que a temperatura estava baixando. Só que fecharam a estação deles! Quando a informação não convém, fecha-se.

Terra: Acho que algumas pessoas que lerem essa entrevista vão ter a impressão de que você fala de uma teoria da conspiração.
Felício: Não é teoria da conspiração, é mentira mesmo. São vários os interesses. Você vai me desculpar, mas o discurso da mídia está sempre pautado no medo, na morte e no futuro. As pessoas vão morrer! A gente fica evocando os maiores medos da humanidade.

Terra: Você está dizendo, fazendo um comparativo, que a ideia de aquecimento global é igual a dos armamentos de destruição em massa que o ex-presidente americano George W. Bush usou como justificativa para invadir o Iraque? Ou seja, a teoria do medo?
Felício: Exatamente. É o controle das pessoas. Você justifica qualquer ação governamental com isso. Esses caras estão passando por cima de tudo, estão legitimados porque estão salvando o planeta. Você está abrindo precedentes para se salvar o planeta. Passa por cima de lei, de controle de recursos naturais. O medo legitima a implementação de qualquer coisa, e ainda serve de desculpa que não deu para fazer algo que deveria ser feito. Teve enchente? Poxa, desculpa, quem mandou você usar o seu carro? Mudou o clima do planeta: se você não usar a sua lâmpada de led você vai ter um desastre de enormes proporções. Agora inventaram até essa história de proibir sacolinha plástica (a distribuição em supermercados) para obrigar as pessoas a gastar mais dinheiro.

Terra: Você também é contra isso? Mas o plástico demora mais de 100 anos para se degradar no ambiente.
Felício: O planeta é muito mais sofisticado do que a gente acha. Já existem vários mecanismos na espreita aproveitando a oportunidade. Já ouviu falar das leveduras negras? São bactérias que comem até petróleo. Esse papinho que não pode usar plástico é bomba relógio elitista, porque os pobrezinhos não vão poder mais usar. Vai fazer as pessoas gastarem dinheiro para se comprar plástico? É uma sem-vergonhice! Daqui a pouco vão falar que o aquecimento global começou com as sacolinhas. Temos tecnologia para chegar no lixão e eliminar o plástico. Poxa, já temos bactéria que come até petróleo! É a velha máxima: ‘Está com dor de cabeça? Corta a cabeça’.

Terra: Por que não usaram essa tal levedura no derramamento de óleo do golfo do México, então?
Felício: É como eu disse: tudo uma questão de interesse. Sempre é assim. Já estou abstraindo dessas coisas. Não dá, cara.

Terra: O que você acha da Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorre agora no próximo mês de junho?
Felício: Minha opinião é a pior possível: a (premiê alemã Angela) Merkel não vem, um monte de gente não vem. O que vamos deixar para os filhos? Rio+50, Rio+infinito? Isso é literalmente manter as colônias daqui sob o domínio europeu. Em 1492 vieram com o espelhinho vender para gente, agora vêm com essa mentira. É a ‘mamata’, meu velho. A cada 20 dias tem uma reunião num lugar exótico: você não adoraria viajar? Copenhague no Natal? Show! (sobre o último grande encontro climático mundial na capital dinamarquesa, em dezembro de 2009). Nunca vamos resolver esse problema porque é a ‘mamata’ e não precisa de nenhum cientista para falar isso. O mito tem poder porque as pessoas acreditam. Aí eu quero ver quem é que vai por o nomezinho para se responsabilizar. Em ciência, quem faz afirmação é que tem que provar. Isso é um princípio, o cético não tem que provar, a gente pede a prova. Não tem prova nenhuma, isso que é o pior.

Não tem medo de estar totalmente enganado?
Felício: Nenhum mesmo. Não dá mais. O planeta vai fazer o que quiser e danem-se vocês seres humanos. Quando eu quiser fazer nevasca, vou fazer, e quando tiver tsunami vocês correm com os rabos no meio das pernas. Veja como é curioso: os cientistas sempre têm uma solução desde que você pague por elas. O cético fala para você não fazer nada, e não pagar nada. Não estou falando para você pagar algum produto meu.

Terra: E se daqui a alguns meses você escrever um livro falando sobre tudo isso? Não será também, de certa forma, por interesse?
Felício: A pior coisa para um cientista é ter que fazer isso. Passo o bastão para quem quiser. Queria ficar no meu cantinho, fazendo minha pesquisa, trabalhando sossegado. Mas é muita patifaria. Sou humanista, não um marxista. É o destino da humanidade por outro viés. O planeta vai muito bem, obrigado. Vai continuar por aqui quando nós já tivermos desaparecido. Já tem um monte de livros aí na praça, gente muito melhor do que eu. Procura na internet. São 35 mil oceanógrafos, meteorologistas dos EUA. Muita gente que não aceita essa hipótese. Não tem mais o que falar: tem que encerrar esse assunto. São dois mil anos de assunto, chega! Temos que nos preocupar em resolver os assuntos da humanidade, como os recursos hídricos para resolver a condição das pessoas na seca.

 

In Jornal Agora MS

 

 

publicado por portuga-coruche às 07:00
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Segunda-feira, 16 de Janeiro de 2012

Aquecimento global: origem e natureza do alegado consenso científico

Um fenómeno sociológico, não um fenómeno físico


Cientistas fazem declarações sem significado ou ambíguas.
Advogados e medias traduzem tais declarações em sinais de alarme.
Políticos respondem ao alarme alimentando cientistas com mais dinheiro.

por Richard S. Lindzen (Wikipedia)

"Procurar falhas no IPCC é crucial. A noção de que se você for ignorante em alguma coisa e alguém lhe aparecer com uma resposta errada tem de aceitá-la porque não tem uma outra resposta errada para dar é como a cura pela fé, é como o charlatanismo na medicina. Se alguém lhe disser que deve ingerir caramelos para curar o cancro e você responder que isso é estúpido, ele diz: bem, pode sugerir alguma outra coisa? Será que ao responder que não isso quer dizer que você tem de ingerir caramelos?

 

A maior parte das pessoas instruídas aceita o aquecimento global como real e perigoso. Realmente, a propaganda em torno do aquecimento global leva muita gente a acreditar que se trata da principal ameaça que se apresenta à humanidade. Na Cimeira do Rio sobre o Clima, em Junho de 1992, foram esboçados acordos internacionais para lidar com aquela hipotética ameaça, em reunião assistida por chefes de estado de dúzias de países. Tenho a declarar de início que, como cientista, não vejo nenhuma base substantiva para as ameaças do aquecimento popularmente difundidas. Além disso, de acordo com muitos estudos de economistas, agrónomos, e hidrólogos, haveria pouca dificuldade na adaptação a um tal aquecimento, se viesse a acontecer. Tal é, também, a conclusão do relatório recente do Conselho Nacional de Investigação sobre adaptação às mudanças do clima. Muitos aspectos do cenário catastrófico já foram descartados pela comunidade científica. Por exemplo, o temor da elevação do nível do mar, presente em muitas das discussões iniciais sobre o aquecimento global, teve estimativas sucessivamente reduzidas em várias ordens de grandeza. Agora há acordo de que até mesmo a contribuição do aquecimento para a elevação do nível do mar seria secundária, face a outros factores mais importantes.

Para demonstrar porque afirmo não haver qualquer base substantiva para previsões de grande aquecimento global, devido a aumentos observados de gases com efeito de estufa tais como o dióxido de carbono, o metano, e os clorofluorcarbonetos (CFC), passarei em revista, de maneira breve, a ciência associada às previsões.

RESUMO DAS QUESTÕES CIENTÍFICAS

Antes de considerar a teoria do efeito de estufa em si é útil começar com algo que quase sempre é aceite como pacífico — é inevitável que a concentração atmosférica do dióxido de carbono venha a aumentar para o dobro do teor actual e possivelmente para o quádruplo. A prova da análise de amostras de cilindros de gelo polar e a amostragem atmosférica directa, mostram que a quantidade de anidrido carbónico no ar tem aumentado desde o ano de 1800. Antes de 1800 a densidade era de aproximadamente 275 partes por milhão em volume. Hoje é de 355 partes por milhão. Acredita-se que o aumento também é devido à combinação da queima de combustíveis fósseis e, antes de 1905, da desflorestação. Calcula-se que o volume total tenha aumentado exponencialmente, pelo menos até 1973. De 1973 até 1990 a taxa de aumento foi mais lenta. Cerca da metade do anidrido carbónico gerado migrou para a atmosfera.

É bastante incerto prever o que sucederá à emissão do anidrido carbónico ao longo deste século. Admitida uma tendência de expansão do uso de carvão, com desenvolvimentos rápidos no nível de vida do terceiro mundo, com grande aumento da população e reduzida participação no uso de combustíveis não-fósseis, de energia nuclear e outras, pode-se considerar um cenário de emissões que conduzirá à duplicação (em relação aos níveis actuais) do teor de anidrido carbónico por volta de 2030. O Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas, da ONU, refere-se a este como o "cenário normal'' (business as usual) de desenvolvimento global. Como se mostra, o cenário usado é incompatível com dados registados do último século, ao prever que já teríamos aproximadamente 400 partes por milhão em volume. Um cenário desenvolvido no Max Planck Institute, de Hamburgo, mostra que nem sequer no tal "cenário normal'' seria duplicado o teor de anidrido carbónico até o ano 2100. Parece improvável, além disso, que o futuro da energia venha a pertencer apenas ao carvão, indefinidamente. Também acho difícil de acreditar que o desenvolvimento tecnológico não conduza a reactores nucleares aperfeiçoados num prazo de cinquenta anos.

Não obstante, já convivemos com um aumento significativo do teor de anidrido carbónico que foi acompanhado por aumentos de outros gases com efeito estufa antropogénicos tais como metano e clorofluorcarbonetos. Realmente, em termos de potencial de efeito estufa antropogénico, tivemos um aumento de 50 por cento em teor de dióxido carbónico equivalente durante o último século. Os efeitos dos aumentos são certamente merecedores de estudo, independentemente de qualquer cenário futuro quanto ao clima.

O EFEITO ESTUFA

A ideia simplificada na divulgação popular do efeito de estufa é a de que a atmosfera é transparente à radiação solar (ressalvada a interferência muito significativa da reflectividade das nuvens e da superfície) a qual aquece a superfície da Terra. A superfície compensa aquele aquecimento com contra-radiação infravermelha. Essa radiação aumenta com a temperatura crescente da superfície, e a temperatura ajusta-se até se alcançar o equilíbrio. Se a atmosfera também fosse transparente à radiação infravermelha, a contra-radiação induzida por uma temperatura média de superfície de menos dezoito graus Celsius equilibraria a radiação solar entrada (menos a reflectida para o espaço pelas nuvens). Mas a atmosfera não é transparente ao infravermelho. Desta forma a Terra aquece um pouco mais pela devolução à superfície terrestre da radiação do espaço (gases naturais com efeito de estufa) de um certo fluxo de radiação infravermelha. Isso é o que é chamado de efeito estufa natural.

O facto de a temperatura média da superfície da Terra ser de quinze graus Celsius positivos em lugar de menos dezoito graus Celsius é atribuído àquele efeito. Os absorvedores principais de infravermelho na atmosfera são o vapor de água e as nuvens. Mesmo que todos os outros gases com efeito estufa (como anidrido carbónico e metano) desaparecessem, ainda teríamos 98 por cento do efeito estufa natural. Não obstante, é alegado que aumentos de dióxido de carbono, e de outros gases antropogénicos, conduziriam a uma elevação significativa da temperatura. Como vimos, o teor de dióxido de carbono está a aumentar, assim como o de outros gases com efeito estufa antropogénicos. Uma hipótese amplamente aceite, mas questionável, é que esses aumentos se manterão com a mesma tendência do último século.

Esta explicação do mecanismo do efeito de estufa é demasiado simplista para ser levada a sério. Muitos de nós aprendemos na escola elementar que o calor pode ser transportado por radiação, convecção e condução. A hipótese acima só se refere à transferência por radiação. Como se mostra, se houvesse apenas transferência por radiação, o efeito estufa aqueceria a Terra ao nível de aproximadamente 77 graus Celsius em lugar de 15 graus Celsius. De facto, o efeito estufa só é de aproximadamente 25 por cento do que deveria ser numa situação de perda exclusivamente por radiação. A razão para isto é a presença de convecção (transporte de calor por movimentos de massas de ar) que reduz em muito a absorção por radiação. 

 O que está realmente a acontecer é ilustrado esquematicamente na Figura 1. A superfície da Terra é arrefecida em grande medida por correntes atmosféricas (em várias formas que incluem nuvens espessas) as quais conduzem o calor em altitude e para os pólos, a partir dos trópicos. Uma consequência deste mecanismo é que os gases com efeito de estufa, bem acima da superfície da Terra, são de importância primordial para marcar a temperatura da Terra. Isso é especialmente importante para o vapor de água cuja densidade diminui por um factor de mil, entre a superfície e a altitude de dez quilómetros. Outra conclusão é que não se pode calcular a evolução da temperatura da Terra sem modelos que, com precisão, consigam reproduzir os movimentos da atmosfera. Realmente, os modelos actuais introduzem erros grandes — da ordem dos 50 por cento. Não causa surpresa que esses modelos estejam impossibilitados de calcular correctamente a temperatura média da Terra ou a sua variação do equador aos pólos. Para corrigir aqueles erros os modelos são ajustados ou "parametrizados'' a fim de reconciliá-los com a realidade, de maneira aproximada.

Continua a ter interesse perguntar o que esperar com a duplicação do teor de dióxido de carbónico. Um grande número de cálculos já efectuados conclui que, se isto acontecer, teríamos um aquecimento de 0,5 a 1,2 graus Celsius. O consenso é que tal aquecimento teria poucas consequências, se é que alguma. Mas até mesmo aquela previsão está sujeita a alguma incerteza por causa do modo complicado como actua o efeito de estufa. Além do mais, o clima é um sistema complexo onde é impossível que todos os factores internos permaneçam constantes. Com os actuais modelos climáticos existem factores que ampliam os efeitos do dióxido de carbono e conduzem a previsões de aquecimento na vizinhança de quatro a cinco graus Celsius. Processos internos do sistema climático que aumentam a resposta ao aquecimento são designados como rectroalimentações positivas. Processos internos que diminuem a resposta são designados como rectroalimentações negativas. A rectroalimentação positiva mais importante considerada nos modelos actuais é a do vapor de água. Em todos os modelos actuais, na troposfera superior (cinco a doze quilómetros de altitude), o vapor de água – o principal gás com efeito estufa – cresce com o aumento das temperaturas na superfície terrestre. Sem aquela rectroalimentação, nenhum modelo actual poderia prever aquecimento maior do que 1,7º Celsius — quaisquer que fossem os outros factores. Infelizmente, o modo como os modelos actuais tratam factores como as nuvens e o vapor de água é muito arbitrário. Em muitos casos simplesmente não é conhecida a física subjacente. Em outras instâncias há erros identificáveis. Até mesmo erros de computação têm tido papel de peso. Realmente, há forte evidência de que todos os factores de rectroalimentação conhecidos são, na verdade, negativos. Neste caso, é de se esperar que a resposta seria um aquecimento menor devido ao anidrido carbónico.

É sugerido pelos modeladores que as previsões não dependem de realimentações negativas que nos poupariam de uma "catástrofe devida ao efeito estufa antropogénico". O que é omisso, em tais afirmações, é que os modelos actuais dependem pesadamente de indemonstráveis factores de rectroalimentação positiva que fazem prever níveis exagerados de aquecimento. Os efeitos das nuvens têm vindo a receber melhor atenção, e isso não é descabido. A consideração das nuvens, nos modelos, é tratada de modo sumário e leva a previsões imprecisas. Mas as nuvens reflectem aproximadamente 75 watts por metro quadrado. Dado que a duplicação da concentração de dióxido de carbono mudaria o fluxo de calor de superfície em apenas 2 watts por metro quadrado, é evidente que uma pequena mudança na existência de nuvens pode afectar fortemente o comportamento do dióxido de carbono. A situação é complicada pelo facto de as nuvens a altas altitudes também acentuarem o efeito de estufa. Realmente, o efeito das nuvens ao reflectir calor e aumentar o efeito de estufa pode anular-se e conduzir aproximadamente a um equilíbrio. O efeito global das nuvens sobre o clima depende, por um lado, do seu desempenho no aquecimento e, por outro, do possível desequilíbrio resultante dos seus efeitos de arrefecimento e de aquecimento.

De modo semelhante, factores que envolvem a contribuição da cobertura de neve para a reflectividade servem, nos modelos actuais, para ampliar o aquecimento atribuído ao teor crescente de anidrido carbónico. O que acontece parece bastante razoável; climas mais quentes estariam presumivelmente associados a menos neve e menos reflectividade – o que acentuaria o aquecimento. Porém, a neve é associada ao Inverno, quando a luz solar incidente é mínima. Além disso, as nuvens escudam a superfície da Terra do Sol e minimizam a resposta da cobertura de neve. Realmente, há crescente evidência de que as nuvens acompanham a diminuição da cobertura de neve com tal intensidade que torna aquela rectroalimentação negativa. Porém, se se perguntar porque os modelos actuais prevêem um aquecimento tão grande devido ao teor crescente de anidrido carbónico, a razão é principalmente devida ao efeito da rectroalimentação do vapor de água. Todos os modelos actuais prevêem que climas mais quentes serão acompanhados por aumento de humidade em todos os níveis. Como já foi notado, tal é o produto inevitável dos modelos uma vez que eles não têm nem o apoio da física nem a precisão numérica para levar em conta o vapor de água. Recentes estudos do processo físico de como nuvens espessas hidratam a atmosfera de modo forte sugerem que esta, tida como a maior das realimentações positivas, é de facto negativa e também de grande peso. 

 Não só há razões fortes para acreditar que os modelos estão a exagerar as consequências do anidrido carbónico crescente mas, talvez de modo mais significativo, as previsões dos modelos ao longo do último século descrevem a mecânica do aquecimento incorrectamente e superestimam muito sua magnitude. O registo da temperatura média global durante o último século é irregular e não sem ambiguidades. Porém, mostra um aumento médio de cerca de 0,45º C mais ou menos 0,15º C, com a maior parte do aumento acontecido antes dos anos 40, seguido por algum arrefecimento no início dos anos 70 e por um rápido (mas modesto) aumento de temperatura no fim dos anos 90. Como notado, já vimos que houve um aumento de concentração de "dióxido de carbónico equivalente" da ordem de 50 por cento. Assim, com base em modelos que prevêem um aquecimento de 0,25º C, ao duplicar a concentração de anidrido carbónico, poderíamos esperar um aquecimento de dois graus Celsius. Porém, se incluímos a desfasagem imposta pelo calor latente dos oceanos, poderíamos esperar um aquecimento de cerca de um grau Celsius — o qual ainda é duas vezes o observado. Além disso, a maior parte do aquecimento aconteceu antes de o efeito de estufa dos gases antropogénicos ser somado aos naturais da atmosfera. A Figura 2 mostra o que poderia ter sido esperado de modelos com diferentes sensibilidades a uma duplicação do dióxido de carbono. O que se observa nos registos do passado é muito consistente com a hipótese de um aumento em cerca de 1,3 graus Celsius para o dobro da concentração – admitido que todo o aquecimento observado seria devido ao aumento do anidrido carbónico. Porém, nada há na série de dados históricos que possa ser distinguido da variabilidade natural do clima.

Se forem consideradas as regiões tropicais a conclusão é até mais discordante. Há ampla evidência de que a temperatura da superfície do mar equatorial permaneceu dentro da faixa de mais ou menos um grau Celsius, relativamente à sua temperatura presente, por milhares de milhões de anos, mas os modelos actuais prevêem aquecimentos de até dois a quatro graus Celsius no Equador. Deve ser notado que ao longo de grande parte da história da Terra a atmosfera já teve maiores concentrações de anidrido carbónico do que aquela que actualmente se prevê nos séculos vindouros. De facto, eu poderia listar a evidência pormenorizada dos pequenos efeitos que seguem a duplicação do teor de anidrido carbónico.

CONSENSO E VISÃO POPULAR

Muitos estudos realizados a partir do século XIX sugerem que emissões de anidrido carbónico, industriais e outras, poderiam levar ao aquecimento global. Também foram notados problemas com tais previsões, e seu insucesso em reconciliações com temperaturas observadas lança suspeita sobre os mecanismos postulados. Realmente, a tendência para menores temperaturas globais nos anos 50 deu origem ao alarme sobre um possível arrefecimento global nos anos 70. Havia debate científico normal, embora a histeria sobre o arrefecimento tivesse certa analogia com a actual histeria sobre o aquecimento, inclusive em livros como A Estratégia do Genesis, por Stephen Schneider e Alterações Climáticas e Economia Mundial por Crispin Tickell — ambos os autores bem actuantes na defesa das preocupações actuais como a "explicação'' do problema e a promoção de regulamentação internacional. Também houve um livro do distinto escritor de ciência, Lowell Ponte (O Arrefecimento) que tentou ridicularizar os cépticos e recomendou actuar mesmo na ausência de fundamentos científicos firmes. Houve mesmo um relatório do Conselho de Investigação Nacional da Academia Nacional das Ciências Americana que chegou às conclusões ambíguas habituais, no caso sobre o arrefecimento. Mas a comunidade científica nunca levou o assunto a sério, os governos ignoraram-no, e como as temperaturas globais aumentaram nos anos 70 o assunto ficou mais ou menos adormecido. Enquanto isso, cálculos feitos com modelos — especialmente no Laboratório Geofísico de Dinâmica de Fluidos, de Princeton — continuaram a prever aquecimento significativo devido ao anidrido carbónico crescente. Essas previsões foram consideradas interessantes, mas de âmbito académico — até mesmo pelos cientistas envolvidos.

A histeria presente começou formalmente no Verão de 1988, embora a sua preparação tenha sido iniciada uns três anos antes. Foi um Verão especialmente quente em algumas regiões, particularmente nos Estados Unidos. O aumento abrupto de temperatura nos anos 70 era demasiado acentuado para ser associado ao aumento gradual de anidrido carbónico. Não obstante, James Hansen, director do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, em testemunho perante o Comité de Ciência, Tecnologia e Espaço do senador Al Gore, disse, com efeito, ter 99 por cento de certeza de que a temperatura havia aumentado, e que ocorrera aquecimento por efeito de estufa. Porém, ele nada disse sobre a relação entre as duas variáveis. Apesar do facto de essa correlação não estar demonstrada, o movimento ecológico adoptou-a imediatamente como tese.

AUTO-PERPETUAÇÃO

O crescimento dos movimentos ecológicos desde os anos 70 tem sido fenomenal. Na Europa o movimento centrou-se na formação de partidos Verdes; nos Estados Unidos o movimento orientou-se para a criação de grandes organizações de lobby do ambiente. Esses grupos de lobby têm orçamentos de várias centenas de milhões de dólares e empregam aproximadamente 50 mil pessoas; seu apoio é tido em alta conta por muitas figuras políticas. Como em qualquer grupo grande, a auto-perpetuação torna-se a preocupação dominante. O aquecimento global virou um cavalo de batalha dos esforços para angariar fundos. Ao mesmo tempo, os media aceitam os pronunciamentos desses grupos como verdade objectiva, sem questionamento.

Dentro da comunidade da modelação do clima em grande escala — um subconjunto pequeno da comunidade interessada em ciência do clima — a resposta imediata foi criticar Hansen por divulgar resultados de um modelo, altamente incertos, como relevantes para a acção pública. A motivação de Hansen não era totalmente óbvia, mas apesar da crítica a comunidade da modelação concordou em que aquele rápido aquecimento não seria possível sem influência externa. Isso bastou para que políticos e activistas se agarrassem a qualquer sugestão de perigo como razão suficiente para regulamentação governamental, a menos que a sugestão pudesse ser contestada com rigor. Isso é uma assimetria particularmente perniciosa, uma vez que o rigor geralmente é impossível em ciências ambientais.

Outros cientistas concordaram rapidamente em que com o aumento do anidrido carbónico algum aquecimento poderia ser esperado e que com concentrações de anidrido carbónico suficientemente grandes o aquecimento poderia ser significativo. No entanto, houve cepticismo generalizado. No início de 1989, porém, os media mais populares, na Europa e nos Estados Unidos, declaravam que "todos os cientistas" concordavam em que o aquecimento era real e com potencial catastrófico.

PERSEGUIÇÃO & HISTERIA

Tal como a maior parte dos cientistas preocupados com clima, eu estava ansioso por ficar fora do que parecia ser um espectáculo de circo. Mas no Verão de 1988 Lester Lave, professor de economia do Carnegie Mellon University, escreveu-me sobre o seu afastamento de uma audiência no Senado por sugerir que o assunto do aquecimento global era cientificamente controverso. Eu assegurei-lhe que o assunto não só era controverso como também improvável. No Inverno de 1989 Reginald Newell, professor de meteorologia do Massachusetts Institute of Technology, viu cortada a dotação da National Science Foundation para análises de dados que não demonstrassem aquecimento durante o último século. Peer-reviewers (revisores) das revistas sugeriram que os seus resultados eram perigosos para a humanidade. Na primavera de 1989 fui convidado para um simpósio sobre aquecimento global na Tufts University. Eu era o único cientista climático num painel de ecologistas. Ouvi, da parte destes, apelos estridentes por acção imediata e amplas expressões de impaciência com a ciência. Claudine Schneider, então congressista de Rhode Island, afirmou que "os cientistas podem discordar, mas podemos ouvir a Mãe Terra, e ela chora". Parecia claro que uma situação perigosa estava a surgir, e o perigo não era propriamente do aquecimento global em si.

Na primavera de 1989 preparei uma crítica à ideia do aquecimento global, a qual submeti à Science, revista da Associação Americana para o Progresso da Ciência. A monografia foi rejeitada sem revisão como carente de interesse para os leitores. Submeti então o artigo ao Bulletin of the American Meteorological Society, onde foi aceite após revisão, re-revisão, e renovada aceitação — um procedimento inabitual, para dizer o mínimo. Enquanto isso, o artigo foi atacado na Science antes mesmo de ter sido publicado. O artigo circulou por aproximadamente seis meses como clandestino ("samizdat"). Mas foi apresentado na conferência Humboldt do MIT e divulgado pelo Frankfurter Allgemeine.

Enquanto isso, o circo do aquecimento global estava no auge. Reuniões sucediam-se sem interrupção. Uma das mais notáveis dessas reuniões teve lugar no Verão de 1989 no rancho de Robert Redford em Sundance, Utah. Redford proclamou que era tempo de cessar a investigação e começar a actuar. Suponho que seria uma sugestão razoável quando feita por um actor, mas também é indicativa da atitude geral para com a ciência. Barbara Streisand empenhou-se em apoiar pessoalmente a investigação de Michael Oppenheimer fazendo pressão junto ao Environmental Defense Fund, embora ele seja um activista do ambiente e não um climatologista. Meryl Streep fez um apelo na televisão pública para travar o aquecimento global. Até foi preparado um projecto de lei para garantir um clima estável para os americanos.

Pelo outono de 1989 parte da imprensa estava a dar conta que havia controvérsia (Forbes e Reader's Digest foram notáveis nisso). Reclamações de ecologistas alegavam que os cépticos estavam a receber exposição excessiva. A publicação do meu artigo foi seguida pelo empenho insistente por parte do editor Bulletin of the American Meteorological Society, Richard Hallgren, em solicitar refutações. Tais artigos foram preparados por Stephen Schneider e Will Kellogg, administrador científico menor nos últimos trinta anos, e esses artigos foram seguidos por uma correspondência activa principalmente em apoio à visão céptica. Realmente, uma recente pesquisa de opinião Gallup entre cientistas do clima na American Meteorological Society e American Geophysical Union mostra que a maioria esmagadora duvida que tenha havido qualquer aquecimento identificável provocado pela acção humana (49 por cento afirmaram que não, 33 por cento não sabiam, 18 por cento pensavam que houve algum; porém, entre os activamente envolvidos em investigação e com contribuições frequentes de artigos em revistas de investigação sérias, nenhum acredita em qualquer aquecimento global provocado por acção humana até hoje conhecida). Em geral, o debate dentro da comunidade meteorológica foi saudável e, neste episódio, de rara unanimidade.

Fora do meio da meteorologia, Jeremy Legett, da Greenpeace, um geólogo, publicou um livro em que ataca os críticos da hipótese do aquecimento — especialmente a minha pessoa. George Mitchell, líder da maioria do Senado e pai de um activista ambiental proeminente, também publicou um livro que apela à aceitação do problema do aquecimento (World on Fire: Saving an Endangered Earth). O senador Gore publicou um livro (Earth in the Balance: Ecology and the Human Spirit). Esses são apenas uns poucos exemplos da caudalosa torrente de publicações sobre aquecimento global. Raramente um tão magro conteúdo científico provocou tamanha onda de popularização da parte de indivíduos que nada entendiam do assunto.

As actividades da Union of Concerned Scientists merecem uma menção especial. Esta organização amplamente apoiada dedicou-se originalmente ao desarmamento nuclear. Ao terminar a guerra fria, o grupo começou a opor-se activamente à produção de energia em centrais nucleares. A sua oposição à energia nuclear era impopular entre muitos físicos. Nos últimos anos, a organização voltou-se para a batalha contra o aquecimento global de modo particularmente histérico. Em 1989 o grupo começou a difundir uma petição que urge o reconhecimento do aquecimento global como o grande perigo potencial para a espécie humana. A maioria dos destinatários que não assinou foi solicitada a fazê-lo pelo menos mais duas vezes. A petição acabou por ser assinada por 700 cientistas, inclusive muitos sócios da Academia Nacional de Ciências e laureados com o prémio Nobel. Só três ou quatro dos signatários, porém, tinham qualquer envolvimento com a climatologia. De maneira interessante, a petição tinha duas páginas, e na segunda havia um apelo para a consideração renovada da energia nuclear (antes combatida). Quando a petição foi publicada no New York Times, esta segunda página foi omitida. Em todo caso, aquele documento ajudou a solidificar a percepção pública de que "todos os cientistas" concordavam com o cenário do desastre climático. Tal abuso flagrante de autoridade científica não passou desapercebido. Na reunião anual de 1990 da Academia Nacional de Ciências, Frank Press, seu presidente, alertou os membros da sociedade sobre o inconveniente de emprestar a sua credibilidade a campanhas sobre as quais não tinham um conhecimento especial. Destacou o caso da petição publicada. Na minha opinião o que a petição demonstrou foi que o imperativo de lutar contra o aquecimento global tornara-se parte do dogma da consciência liberal – um dogma ao qual os cientistas não estão imunes.

Ao mesmo tempo, aumentaram as pressões políticas sobre os que discordam da "visão majoritária". O senador Gore censurou publicamente os "cépticos" em artigo de fundo do New York Times. Num exemplo perverso de falta de lógica ele associou os "verdadeiros crentes", no aquecimento, com Galileu. Também se referiu, em outro artigo no verão de 1988, a uma Kristallnacht (Noite de Cristal) antes do holocausto do aquecimento.

A noção de "unanimidade científica" actualmente está intimada ligada ao relatório do Grupo de Trabalho I do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas, da ONU, divulgado em Setembro de 1990. Aquele Painel era constituído em grande parte por cientistas designados pelos governos respectivos. O Painel tem três grupos de trabalho. O Grupo de Trabalho I nominalmente trata de ciência climática. Aproximadamente 150 cientistas contribuíram para o relatório, mas a representação de universidades americanas foi relativamente pequena e é provável que assim permaneça, uma vez que os recursos e o tempo para participação nas discussões intergovernamentais não estão disponíveis para a maioria dos cientistas universitários. Muitos governos concordaram em usar aquele relatório como a base autorizada para política do ambiente. O relatório, como tal, tem características positivas e negativas. Metodologicamente, o relatório confia profundamente em grandes modelos, e no seu interior os modelos de relatório são em grande parte verificados por comparação com outros modelos. Uma vez que os modelos são conhecidos por concordarem mais entre si do que com a Natureza (até mesmo depois de "afinados"), tal abordagem não parece promissora. Além do mais, vários dos participantes experimentaram pressões para enfatizar resultados que apoiam o cenário oficial e para suprimir outros resultados. Aquela pressão frequentemente foi eficaz, e uma consulta entre os participantes revelou discordância significativa deles em relação ao expresso no relatório final. Todavia, o corpo do relatório é extremamente ambíguo, e as ressalvas são numerosas. O relatório é antecedido por um resumo executivo escrito pelo editor, sir John Houghton, director do Instituto de Meteorologia do Reino Unido. O resumo não dá relevo à incerteza que prevalece em grande parte do relatório e tenta apresentar a expectativa de aquecimento significativo como resultado científico firmemente estabelecido. O resumo foi publicado como um documento separado, e é seguro dizer que os decisores governamentais lerão pouca coisa a mais do que o resumo. Com base no resumo, ouve-se frequentemente dizer que "centenas dos maiores cientistas do clima, de dúzias de países, todos concordaram que..." Não importa saber quem está de acordo, uma vez que os que citam o sumário insistem em avalizar os cenários mais extremistas. Devo acrescentar que a comunidade da climatologia, até aos anos mais recentes, era bastante pequena e estava concentrada nos Estados Unidos e na Europa, não em "dúzias de países".

Enquanto os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas estavam em elaboração, o Conselho de Investigação Nacional dos Estados Unidos foi incumbido de preparar uma síntese do estado actual do conhecimento sobre a mudança global do clima. O painel escolhido não era promissor. Quase nenhum membro da academia era especialista em climatologia. Realmente, só um cientista esteve directamente envolvido em estudos do clima, Stephen Schneider, que é um activista ambiental ardente. Também incluía três activistas ambientais profissionais, e foi chefiado pelo ex-senador, Dan Evans. O painel incluiu cientistas distintos e economistas fora da área de clima e, talvez por causa disto, o relatório emitido pelo Painel foi em geral correcto. O relatório concluiu que era carente a base científica para justificar uma acção dispendiosa, embora a prudência recomendasse que acções baratas mereceriam ser consideradas, ou feitas as que deveriam de qualquer modo ser feitas. Um subcomité do painel emitiu um relatório sobre a adaptação à mudança climática, o qual levou em conta até mesmo os cenários de aquecimento mais extremos, e afirmou que os Estados Unidos teriam pouca dificuldade de adaptação. Não surpreende que os ecologistas no Painel tenham influenciado fortemente o teor dos relatórios, mas não tendo conseguido impor completamente as suas opiniões, tentaram distanciar-se dos relatórios, ora renunciando ou emitindo opiniões dissidentes minoritárias. Igualmente não surpreende que o New York Times publicasse os relatórios daquele painel na página 46. Os temas nunca foram discutidos nos media – salvo em breves alegações de que os relatórios apoiavam uma visão catastrofista. Não obstante, os relatórios daquele Painel americano eram indicativos do cepticismo crescente relativo ao assunto do aquecimento global.

Realmente, o cepticismo emergente é notável sob muitos aspectos. Um dos protagonistas mais antigos da hipótese do aquecimento global, Roger Revelle, o falecido professor de ciências oceanográficas da Scripps Institution of Oceanography que iniciou a monitorização directa da concentração atmosférica do anidrido carbónico durante o Ano Geofísico Internacional (1958), é co-autor com S. Fred Singer e Chauncy Starr de uma monografia a recomendar que a acção quanto ao aquecimento global seja adiada por falta de base científica adequada. Outro defensor activo da hipótese de aquecimento global, Michael McElroy, chefe do Department of Earth and Planetary Sciences em Harvard, escreveu recentemente um artigo onde reconhece que os modelos existentes não podem ser usados para prever o clima.

Seria razoável esperar que tal cepticismo crescente tivesse mais influência sobre o debate público, mas a insistência na "unanimidade científica" continua e não diminui. Às vezes, aquela insistência adquire algumas formas estranhas. Há mais de um ano, Robert White que chefiou a U.S. Weather Bureau e é actualmente o presidente da Academia Nacional de Engenharia, escreveu um artigo para o Scientific American onde destacava que a questionável a base científica de previsões de aquecimento global era totalmente inadequada para justificar quaisquer acções dispendiosas. Declarou ele que se houvesse insistência em fazer algo, só se deveriam fazer coisas que de qualquer modo seriam feitas mesmo sem a ameaça do aquecimento. Após aquele artigo, Tom Wicker, colunista do New York Times e confidente do senador Gore escreveu uma nota na qual declarou que White havia recomendado acção imediata sobre o "aquecimento global." A minha própria experiência é semelhante. Num artigo, publicado em Audubon, Stephen Schneider declara que eu "admiti agora que algum aquecimento parece inevitável". Diferenças entre expectativas de mudanças medidas em alguns décimos de grau e aquecimento de vários graus são convenientemente escondidas. Karen White num artigo longo e laudatório de James Hansen no New York Times Sunday Magazine relatou que eu concordara em que haveria aquecimento, tendo "relutantemente dado uma estimativa de 1,2 graus''. Isso era, é claro, uma inverdade.

Mais recentemente testemunhei numa audiência do Senado conduzida pelo senador Al Gore. Desenrolava-se ali uma discussão abstracta sobre o vapor de água na troposfera superior. Dois anos antes eu salientara que, se a fonte de vapor de água naquela área nas regiões tropicais fossem nuvens espessas, então o aquecimento superficial seria acompanhado por redução de vapor de água em camadas de nível superior. Investigação subsequente estabeleceu que deve haver uma fonte adicional — amplamente atribuída a cristais de gelo libertados por essas nuvens espessas. Eu notei que aquela fonte muito provavelmente diminuía a humidade numa atmosfera mais morna. Ambos invertem processos de rectroalimentação os quais tornam-se negativos em lugar de positivos. O senador Al Gore perguntou se eu rejeitava agora minha sugestão de dois anos atrás como sendo factor principal. Eu respondi que sim. Al Gore chamou o escrivão para anotar que eu tinha retractado as minhas objecções ao "aquecimento global". No debate que se seguiu, envolvendo principalmente outros participantes na audiência, foi dito a Al Gore que ele estava a confundir os assuntos. Porém, logo depois disso Tom Wicker publicou um artigo no New York Times em que afirma ter-me retractado da minha oposição à hipótese do aquecimento global e que isto confirmava a necessidade de acção imediata para restringir a ameaça iminente. Escrevi uma carta ao Times em que protestei por a minha posição ter sido grosseiramente falseada e, após um mês de espera, a minha carta foi publicada. O senador Al Gore, todavia, voltou a afirmar no seu livro que eu me retractara das objecções científicas ao cenário de aquecimento catastrófico e também adverte outros cientistas, que duvidam do cenário do aquecimento global, que estão a prejudicar a humanidade.

QUALQUER CIENTISTA SERVE

Por que há tal insistência na unanimidade científica no assunto do aquecimento global? Afinal de contas, a unanimidade em ciência é virtualmente inexistente em assuntos menos complexos. Unanimidade em um assunto tão incerto quanto o do aquecimento global seria surpreendente e levanta suspeitas. Além disso, por que são procuradas as opiniões de cientistas de outros campos que não o da climatologia? Raramente são pedidas opiniões de biólogos e de médicos sobre alguma teoria da física de alta energia. Aparentemente, quando se trata de "aquecimento global'' qualquer cientista serve.

A resposta a estas questões está quase seguramente na política. Por exemplo, na Cimeira da Terra, realizada no Rio, foram ensaiadas propostas para negociar acordos internacionais sobre a emissão de anidrido carbónico. É certo que os custos e implicações de tais acordos seriam profundos para países industrializados e países em desenvolvimento. Dadas as circunstâncias, seria muito arriscado para os políticos fazer tais acordos a menos que os cientistas "insistissem" neles. Não obstante, a situação provavelmente é bem mais complicada que a que se sugere.

[*] Professor Titular de Meteorologia do Massachusetts Institute of Technology. Foi colaborador proeminente do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) e o principal responsável dos "Assessment Report" – pedra basilar dos relatórios quinquenais do IPCC. Renunciou a essa colaboração perante a falta de ética do núcleo central de decisão do IPCC. Este publicou textos não aprovados pelo grupo de climatologistas responsáveis pela componente científica dos documentos oficiais. Muito especialmente insurgiu-se com a afirmação "da prova discernível da intervenção humana nas alterações climáticas" quando os cientistas apontavam exactamente para a falta de provas e salientavam as muitas incertezas na matéria. A sua voz é regularmente ouvida nas comissões científicas do Congresso dos Estados Unidos. É membro da Academia das Ciências dos EUA. O autor tem uma vastíssima obra publicada, tanto em livros como em revistas e jornais. Ver nota em http://en.wikipedia.org/wiki/Richard_Lindzen

O original encontra-se em http://www.cato.org/pubs/regulation/reg15n2j.html

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

 

 

Este artigo já tem uns anos mas é de divulgar!

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A mentira do aquecimento global (Republicação)

Dr. Jarl R. Ahlbeck, engenheiro químico na Universidade Abo Akademi da Finlândia:

“Até agora, as medições do mundo real não dão base para se preocupar com um aquecimento catastrófico futuro.”

Dr. Kiminori Itoh, físico-químico ambientalista, membro do IPCC:

“Os temores espalhados sobre o aquecimento global constituem o pior escândalo científico da história... Quando o público perceba a verdade, vai se sentir decepcionado com a ciência e com os cientistas”.

Dr. Arun Ahluwalia, geólogo da Universidade de Punjab , diretor do International Year of the Planet

“Atualmente, o IPCC virou um circuito fechado: não ouve os outros... Não tem abertura mental. Estou deveras surpreso pelo fato de o Prêmio Nobel da Paz ter sido outorgado [a Al Gore e ao IPCC] com base em conclusões cientificamente incorretas.”

Prof. Paul Reiter, Instituto Pasteur, Paris:

"Nós achamos que vivemos numa era de razão, e o alarme pelo aquecimento global parece ciência; mas não é ciência, é propaganda."

Prof. Ian Clark, Departamento das Ciências da Terra, Universidade de Otawa:

"Não podemos dizer que o CO2 vá dirigir as mudanças climáticas, certamente nunca o fez no passado."

Patrick Moore, Co-fundador da Greenpeace.

"O movimento ambientalista tornou-se a maior força que impede o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos."

Prof Ivar Giaever, Premio Nobel de Fisica 1973:

"Eu não acredito no aquecimento global... ele transformou-se numa nova religião".

Philip K. Chapman, geofísico, engenheiro astronáutico, ex-astronauta, físico do M.I.T.

“Todos esses que exigem inverter a curva do aquecimento global com urgência precisam desligar o pisca-pisca e apresentar algum pensamento sobre o que nós deveríamos fazer se, em lugar do aquecimento global, nós estivéssemos enfrentando um esfriamento global”.

Timothy Ball, ex-professor de climatologia da Universidade de Winnipeg, Canadá:

“O CO2 (dióxido de carbono) não é um gás poluente. Ele tem conseqüências positivas, na verdade. Quanto maior sua concentração na atmosfera, maior o crescimento das plantas. A atividade do Sol é o principal fator que afeta o clima no planeta, mas quase não é mencionada. (... ) Eles [os especialistas] têm medo de falar, são acusados de receber dinheiro da indústria do petróleo. Eu mesmo já fui alvo de ataques pessoais”.

Dr Evaristo Eduardo de Miranda, chefe-geral da unidade de monitoramento por satélite da EMBRAPA:

“O ambientalismo não entendeu o conceito de desenvolvimento sustentável . (...) outra tendência perigosa é tratar o assunto de maneira apocalíptica. Só se prevêem coisas ruins com as mudanças climáticas. É preciso trazer outros pontos de vista. Por exemplo, o desaparecimento da calota polar vai gerar uma economia de combustível inacreditável, porque vai encurtar caminhos na navegação. É preciso lançar um pouco de racionalidade à questão, sobretudo quando se trata de hipótese inverificável. É curioso como os cientistas, senhores da razão e ateus, adotam nessa hora uma linguagem totalmente religiosa. Eles falam de toda a teologia do fim dos tempos, das catástrofes, do homem vitimado e castigado com o dilúvio, como Noé”.

Stanley B. Goldenberg, meteorologista da NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration:

“Há uma mentira ovante que está sendo espalhada pela mídia e que faz acreditar que só uma franja de cientistas não acredita no aquecimento global provocado pelo homem”. (Stanley B. Goldenberg é especialista em furacões na NOAA )

Prof David S Gee, professor emérito de Ciências da Terra, Universidade de Uppsala, Suécia:

“Durante mais quantos anos o planeta deverá ainda esfriar para que comecemos a ouvir que o planeta não está aquecendo? Durante mais quantos anos deverá continuar o atual esfriamento?”

Dr. Vaclav Klaus, Presidente da República Checa

“Como uma pessoa que viveu sob o comunismo na maior parte de sua vida eu me sinto obrigado a dizer que a maior ameaça à liberdade, à democracia, à economia de mercado e à prosperidade hoje em dia é o ambientalismo, não o comunismo. A ideologia ecologista quer substituir o livre e espontâneo desenvolvimento da humanidade com uma espécie de planificação central que agora é chamada de global”.

Freeman Dyson, da US National Academy of Sciences e professor emérito de Física de Princeton:

“O mundo real é turvo, complicado e cheio de coisas que nós não entendemos ainda. É muito mais fácil para um cientista se sentar num prédio com aquecimento e fazer rodar modelos de computador do que se vestir com roupas de inverno e sair a medir o que realmente está acontecendo do lado de fora nos pântanos e nas nuvens. É por isto que os expertos em modelos climáticos acabam acreditando nos seus próprios modelos...” Freeman Dyson é membro da U.S. National Academy of Sciences e professor emérito de Física do Institute for Advanced Study da Universidade de Princeton.

R.Austin e W.Happer, professores de Física em Princeton; L.Gould , em Hartford; R.Lindzen (MIT) etc:

“O céu não está caindo, a Terra vem se esfriado há dez anos. O presente esfriamento NÃO foi predito pelos modelos de computador alarmistas. Os melhores meteorologistas do mundo não podem predizer o clima com duas semanas de antecipação, e nem ousam predizer o resto do século. Pode Al Gore? Pode John Holdren? Estamos sendo inundados de afirmações de que as provas são claras, de que o debate está encerrado e de que devemos agir imediatamente, mas de fato NÃO EXISTEM ESSAS PROVAS, NÃO EXISTEM.”

Prof. Nils Axel Mörner, ex-presidente da Comissão Internacional para os Câmbios do Nível do Mar:

“O mar não está crescendo e não cresceu nada nos últimos 50 anos”

Richard Keen, climatologista do Department of Atmospheric and Oceanic Sciences, Colorado Univ

“A Terra vem se esfriando desde 1998, em desafio às predições do IPCC da ONU... A temperatura global em 2007 foi a mais fria numa década e a mais fria do milênio... tal vez seja por isso que o “aquecimento global” está sendo chamado de “cambio climático”.

Dr. Pal Brekke, físico solar, do Norwegian Space Centre em Ohio:

“Quem quer que pretenda que o debate está encerrado e que as conclusões são definitivas pratica uma abordagem fundamentalmente anti-científica numa das questões mais nevrálgicas da nossa época”.

Luiz Carlos Baldicero Molion, Prof. de Meteorologia da Universidade Federal de Alagoas:

“Quando eu digo que muito provavelmente estamos num processo de resfriamento, eu faço por meio de dados. (...) eu já vi esse filme antes, na época do discurso da destruição da camada de ozônio pelos CFCs, os compostos de clorofluorcarbonos. (...) inventaram a história de que esses compostos estavam destruindo a camada de ozônio. Começou exatamente com a mesma fórmula de agora. (...) um terrorismo climático como é esse aquecimento global.”

Bob Carter, professor de geologia na Universidade James Cook, Austrália

“Ao longo dos últimos anos vem sendo registrados sinais climáticos mais frios do habitual em todo o mundo, levando muitos cientistas a questionar a moda, já muito desatualizada, do alarmismo com o aquecimento global”.

Fonte: http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com/


in Pravda
 
Republicação: Públicado anterioremente neste blog em 13 de Agosto de 2009
 
 
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Quinta-feira, 5 de Janeiro de 2012

Da "pornografia climática"

É sempre bom encontrar ambientalistas que mantêm relações cordiais com a realidade e, sobretudo, com um tom de voz baixo. Walker e King são dois exemplares dessa espécie rara, o ambientalista-que-não-grita. Sim, ok, Hot Topic não escapa por completo aos tiques habituais da tribo: a pressão apocalíptica (do estilo "se não fizermos nada nos próximos vinte anos, estamos perdidos"), a tendência para falar em "civilização humana" (como se existisse uma Humanidade una e indivisível à espera do consenso científico uno e indivisível) e a sugestão de soluções que abririam a porta a um controlo absurdo sobre as pessoas (ex.: "cartão de crédito de carbono", no qual seria apontado o carbono emitido por cada cidadão). Sim, Hot Topic tem isso tudo, mas também tem uma dose assinalável de sensatez e de tacto político. E isso salva o livro.

Para começar, os dois autores têm noção que o Ocidente não pode aparecer nas Cimeiras de Copenhaga com a atitude quero-posso-e-mando. Não vale a pena ficar a gritar contra a insensibilidade de chineses e indianos em relação ao ambiente, porque os líderes asiáticos têm uma preocupação constante em cima das suas pobres cabeças, a saber: continuar a retirar milhões de pessoas da pobreza mais abjecta. Portanto, convinha que os ocidentais mostrassem alguma sensibilidade social a par da sensibilidade ambiental. Neste sentido, Walker e King criticam uma posição anti-China muito comum: "sim, a China é o maior emissor a nível global e um dos países em crescimento mais rápido. Mas mesmo assim liberta menos gases efeito estufa per capita do que todo o mundo desenvolvido". Mais: até à data, a China "foi responsável por uma parte muito pequena do problema". A industrialização da China começou apenas em 1979. Portanto, "para terem uma hipótese de persuadir os países em desenvolvimento", os países ocidentais terão de controlar as suas próprias emissões per capita.

A par desta sensibilidade política e humana (os ursos polares são importantes, sim senhora, mas os seres humanos, parecendo que não, também merecem atenção), King e Walker atacam aquilo que apelidam de "pornografia climática", isto é, os ambientalistas histéricos que poluem o espaço público com o beneplácito dos média. Esta dupla britânica desfaz, por exemplo, aquelas patranhas que passam por ciência, a começar pelo argumento de filme de domingo à tarde. Depois, Walker e King criticam a típica arrogância ambientalista. E ainda bem que o fazem. Porque já não há paciência para a atitude "eu sou mais verde do que tu". É essa presunção de superioridade que torna o ambientalista numa personagem, digamos, um pouco chatinha. 



Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/da-pornografia-climatica=f697714#ixzz1iZgq7gGi

Por Henrique Raposo

in Expresso

 

 

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Quarta-feira, 27 de Julho de 2011

A mentira do buraco antropogênico de ozônio


O gás carbônico (CO2) “vilão” do século 21 e responsável pelo aquecimento global seria na verdade o gás da vida. Essa é a teoria defendida pelo climatologista Luís Carlos Molion, físico com pós-doutorado na Inglaterra, mais de 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, sendo 25 destes à frente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e, Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

De acordo com Molion, a emissão de CO2 pelo homem é irrisória frente à quantidade lançada pela natureza na atmosfera. “Os fluxos naturais – oceanos, solo, vegetação – lançam 200 bilhões de toneladas de CO2 anuais na atmosfera e a atividade humana libera 6 bilhões de toneladas. Sua tese é fundamentada no princípio de que a Terra tem um ciclo natural de aquecimento e resfriamento que dura em média 60 anos. “As variações são repetitivas e não cíclicas. Há um período em que o sol passa da atividade máxima para a mínima”, garante.

Para o pesquisador, entre 1940 e 1960 a Terra passou por um período de grande atividade solar e agora o Sol começa a se dirigir para o novo mínimo que vai ocorrer entre 2020 e 2032, seguindo o ciclo solar de 90-100 anos. “Depois de 1960 já era prevista uma redução de O3, uma vez que para o aumento da camada de ozônio é necessário radiação ultravioleta do sol (UV). É obvio que depois de um máximo vem um mínimo. Então, os países desenvolvidos, e que dominam o comércio global, usaram esse conhecimento científico, que não é de domínio dos formuladores de políticas públicas, para explorar os países pobres, notadamente os tropicais, que precisam de refrigeração a baixo custo, eliminando os CFC”.

De acordo com Molion, o crime que eles cometeram é que se tornaram de domínio público e não pagavam mais direitos de propriedades. “O oligopólio que detém as patentes dos substitutos dos CFC é composto pela Allied Chemical Corp (USA), Du Pont (Canadá), Imperial Chemical Ind (ICI, Inglaterra), Atochem (Grupo ELF, França) e Hoechst (Alemanha), todas elas pagam impostos sobre os lucros em seus países de origem. Na década de 1990 o quilo do CFC custava US$1,70 e hoje os substitutos podem custar mais de US$35,00 para o consumidor final”, explica.
A hipótese do Professor surgiu na década de 1970 quando ele observou que as moléculas de CFC são de cinco a sete vezes mais pesadas que o ar e precisariam ser levados até 40-50 km de altitude na estratosfera, onde ocorre a reação de formação do ozônio. “As medições feitas pela Nasa com aviões voando na baixa estratosfera não detectaram sequer uma molécula de O3 nessa região. Como iriam chegar a 50Km de altitude?”, explica Molion.

A Organização Mundial de Saúde adota o limite de 50 partes por bilhão por volume (ppbv) para o O3, ou seja, 100 microgramas por metro cúbico (para o O3, 1ppbv =2 microgramas por m3). Já, a Agência de Proteção Ambiental americana adota 75ppbv para um tempo de exposição de 8 horas.

“Devido a seu alto poder oxidante, o O3 reage praticamente com todos outros gases. Nos ambientes poluídos por gases do escapamento dos veículos nas grandes cidades, o O3 reage com nitrogênio, de fato formando NOx que é nocivo à saúde. Grandes cidades, como São Paulo e Belo Horizonte, especialmente no inverno e com pouca ventilação, podem apresentar concentrações superiores a 200 microgramas por m3. Na Floresta Amazônica, durante os experimentos de 1985 e 1987, medimos concentrações naturais de até 40 ppbv durante o dia, caindo para menos de 10ppbv à noite. No período seco, agosto-setembro, durante as queimadas no Centro Oeste, já foram medidas concentrações superiores a 80 ppbv. Portanto, vê-se que não é só nas grandes cidades que o problema existe”, afirma.

Assim, o aquecimento seria local e não global, como muitos defendem. Isso devido à urbanização das cidades e a formação das chamadas ilhas de calor que tornam as temperaturas do ar de 3°C a 5°C maior nos grandes centros urbanos quando comparadas às de suas redondezas. “Com a mudança da cobertura superficial, de campos com vegetação para asfalto e concreto, a evapo-transpiração é reduzida e sobra mais calor para aquecer o ar próximo da superfície, aumentando sua temperatura”, explica o metereologista.

No entanto, segundo Molion, é importante reduzir a poluição para que as pessoas tenham uma melhor qualidade de vida. “Sou a favor de uma boa rede de transporte público nas grandes cidades, uma boa rede de metro complementada com trólebus. Aqui no Brasil, funcionaria, porque a maior parte de nossa eletricidade provém de uma das formas mais limpas e mais ambientalmente amigáveis que existe, a hidroeletricidade. Nessa forma, o “combustível” é água e o “fornecedor” é o ciclo hidrológico. Como não falta água nos mares e calor do Sol, o ciclo hidrológico não vai acabar”.

Molion ainda alerta para a substituição dos HFC. “Já começaram a dizer que os substitutos dos CFC, os HFC, também destroem o O3 e que serão necessários novos gases, os substitutos dos substitutos. Isso porque os HFC têm suas patentes vencendo nos próximos cinco anos e, é claro, os países industrializados não podem viver sem explorar os outros, já que eles não possuem nem recursos energéticos nem naturais. O ozônio voltará aos níveis máximos entre 2050 e 2060, quando ocorrer o novo máximo solar. E aí a “recuperação” da camada de ozônio será mérito dos substitutos dos substitutos, mas a desigualdade social será maior num mundo com uma camada de ozônio restabelecida”, conclui o cientista.

 

Autor: Notícias Agrícolas

in AgroNotícias

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Quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2011

A Terra estará a viver a sexta extinção em massa por causa das alterações do clima



Foto: Daniel Rocha (arquivo)
As espécies do Sul da Europa deverão migrar cada vez mais para norte

Qual vai ser o impacto das alterações climáticas na árvore da vida, no final do século XXI? Pela primeira vez, um artigo, publicado amanhã, quinta-feira, pela equipa do biólogo Miguel Araújo na revista Nature, avaliou os efeitos das alterações do clima na árvore da vida. A Terra pode estar a viver a sexta extinção em massa, desta vez pela mão humana, se não forem travadas as emissões de gases com efeito de estufa.

 

 

Já houve cinco momentos de desaparecimento maciço de biodiversidade, causados por fenómenos geológicos catastróficos — como a colisão de um asteróide com a Terra há 65 milhões de anos, que ficou famosa porque, entre os desaparecidos, estavam os dinossauros. Agora, devido às alterações do clima pela acção humana, há a tese de que a Terra estará a viver a sexta extinção em massa.

Mas uma vaga de desaparecimentos tem de cumprir quatro condições para ser uma extinção em massa, explica Miguel Araújo, coordenador do pólo na Universidade de Évora do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos: tem de ocorrer de forma generalizada em todo o mundo; num período de tempo geológico curto; envolver grandes quantidades de espécies; e afectar espécies de um leque vasto de grupos biológicos.

Por exemplo, se as extinções afectarem muitas espécies só de algumas partes da árvore da vida, as extinções serão dramáticas, com impacto nos ecossistemas, mas não será a sexta extinção em massa, diz Araújo, titular da cátedra Rui Nabeiro em Biodiversidade, a primeira criada em Portugal com fundos privados (cem mil euros anuais, por cinco anos).

À procura de resposta, a equipa do biólogo, que inclui Wilfried Thuiller, entre outros cientistas da Universidade Joseph Fourier, em França, reconstruiu as relações evolutivas de grande número de espécies de aves, mamíferos e plantas, estudando o caso da Europa. Nestas relações evolutivas, a equipa projectou depois as conclusões para o risco de extinção das espécies. Teve em conta quatro cenários de alterações climáticas, consoante estimativas distintas de emissões de gases de estufa, até 2080, e usando modelos que reproduzem o clima da Terra.

Para estudar como as alterações climáticas actuais poderiam afectar a evolução da árvore da vida, foi ainda necessário distinguir as extinções causadas pelas mudanças do clima das que ocorreriam ao acaso. Para tal, a equipa removeu aleatoriamente “ramos” exteriores da actual árvore da vida, para ver até que ponto as extinções modeladas na sequência das alterações climáticas seriam diferentes de aleatórias. “Se não diferisse — é o nosso resultado —, estaríamos perante um padrão de extinções não selectivo, que afectaria a totalidade da árvore”, explica Araújo, também do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid. “As alterações climáticas previstas afectam os ramos da vida de forma uniforme, tornando-os menos densos e farfalhudos com o tempo”, diz.

“Outros estudos têm demonstrado que as ameaças humanas afectam determinados ramos concretos da árvore da vida, por exemplo espécies grandes, especializadas em determinados tipos de comida ou habitats, ou anfíbios”, diz. “O nosso artigo demonstra que as alterações climáticas terão tendência a afectar todos os ramos da árvore.”

O estudo não permite dizer, porém, qual o número de espécies que irá desaparecer. E a estes impactos há que juntar outros de origem humana, como a destruição de habitats, a caça e pesca excessivas, a propagação de espécies invasoras e de agentes patogénicos, que afectam mais uns troncos da árvore do que outros. “Como os impactos se adicionam uns aos outros, o futuro poderá reservar-nos um aumento generalizado de espécies ameaçadas que afectará quase todos os ramos da árvore da vida.”

Portanto, as alterações climáticas poderão alterar as contas actuais sobre a extinção das espécies. A Terra está então viver a sexta extinção em massa? “No caso de haver impactes de grande magnitude que afectem um grande número de espécies, o padrão de extinções modelado por nós assemelha-se ao que se esperaria numa extinção em massa, já que estas não afectaram ramos particulares da árvore da vida, mas a sua quase totalidade”, responde Miguel Araújo.

Perdas no Sul da Europa

Outra conclusão é que as espécies do Sul da Europa, que perde biodiversidade, deverão deslocar-se para o Norte. Já hoje, aliás, as alterações do clima estão a empurrar mais para norte espécies de aves e borboletas.

É também provável que espécies do Norte de África entrem no Sul da Europa — “o que já está a verificar-se com algumas aves e insectos”. Os recém-chegados tanto podem trazer mais biodiversidade, como acentuar a perda de espécies por competição ou novas doenças. “É difícil prever as consequências destas colonizações. Mas, havendo um mar entre os dois continentes, só espécies capazes de o atravessar podem colonizar a margem Norte, o que limita a diversidade de colonizadores.”

 

por Teresa Firmino

in Público - Ecosfera

 

 

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in Público - Ecosfera

 

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Terça-feira, 7 de Dezembro de 2010

Aquecimento global pode ser balela

 

Membros da ONU e do governo mexicano em mesa da conferência climática de Cancún

José Luiz Teixeira
De São Paulo

 

Só consigo dormir embalado pelo som do rádio no meu criado-mudo, ouvindo emissoras que transmitem notícias ao vivo a noite inteira.

Às vezes, uma ou outra informação me tira o sono, mas, geralmente, me acalma saber que estou confortável e protegido sob meu cobertor, enquanto o mundo pega fogo ou se afoga lá fora.

Imagino que isso funcione como as histórias para criança dormir: mesmo com bruxas e violência, fazem-nas pegar no sono rapidamente.

Tirante os recorrentes casos policiais, muitos assuntos interessantes são abordados a fundo no éter durante a madrugada.

Como a entrevista que ouvi noite dessas, do climatologista Luiz Carlos Molion, a propósito da conferência da ONU sobre mudança climática que está sendo realizada este ano em Cancún.

O cientista brasileiro, representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial, vem acusando os países do Primeiro Mundo de manipular a questão do aquecimento global.

Segundo ele, ao defender a diminuição da emissão de CO2, os mais ricos querem refrear o desenvolvimento industrial dos países emergentes.

Com isso, pretendem garantir para si, no futuro, as reservas dos recursos energéticos fósseis.

O cientista garante que não é o gás carbônico a causa do aquecimento global.

Diz mais: a Terra não está se aquecendo, isso é balela; ao contrário do que se propaga, o planeta estaria entrando em um período de esfriamento.

Seus argumentos e justificativas técnicas me convenceram.

Para quem gosta de teorias de conspiração, como eu, a entrevista foi um prato cheio.

Lembrei-me dos relatórios do serviço secreto americano, indicando que o Iraque produzia armas químicas, para justificar a invasão de seu território.

Finda a guerra, essas informações revelaram-se falsas.

Mas, daí, a segunda maior reserva de petróleo do Oriente Médio já estava devidamente dominada.

 

in Terra Magazine

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Terça-feira, 16 de Novembro de 2010

Plantas amazônicas estavam adaptadas para aquecimento global

Análise fóssil mostrou que diversidade vegetal aumentou durante episódio de aquecimento há 60 milhões de anos

Maria Fernanda Ziegler,

 

A análise de dados sobre a Amazônia durante o aquecimento global que aconteceu há 60 milhões de anos traz notícias animadoras: houve crescimento no número de espécies. Foi o que concluiu um grupo de pesquisadores da que estudou o período a partir da extração de esporos e outras matérias orgânicas fossilizadas rochas de três da Colômbia e da Venezuela.

O estudo demonstra que a floresta tropical foi capaz de sobreviver a temperaturas elevadas e a altos níveis de dióxido de carbono, diferente de especulações de que ambientes tropicais estariam seriamente ameaçados pelo aquecimento global.

 

 

“É um excelente análogo para o que está acontecendo atualmente. Ao contrário das expectativas, descobrimos que as florestas tropicais se saíram muito bem com o fenômeno, a diversidade subiu. Não encontramos evidências de aridez”, diz carlos Jaramillo, do Instituto Smithsonian de pesquisa Tropical e autor do estudo que será publicado no periódico científico Science.

Máxima térmica
Há 60 milhões de anos, a terra sofreu um aquecimento abrupto de 3ºC a 5ºC e a concentração de CO2 dobrou em apenas 10 mil anos. O evento é conhecido com a Máxima Térmica do Paleoceno-Eoceno. Porém a análise mostrou que o aquecimento resultou no aumento na diversidade de plantas frutíferas.

“O aquecimento global não têm a ver com plantas. Ele está relacionado com o impacto econômico que o aquecimento terá sobre os seres humanos . O registro fóssil mostrou que as plantas parecem ter já a variabilidade genética para lidar com altas temperaturas e elevados níveis de CO2. O verdadeiro inimigo das plantas tropicais é o desmatamento, em vez de o aquecimento global”, disse ao iG Jaramillo. 

 

in IG

 

Pergunto-me o que terão feito nessa altura os "habitantes" do planeta, primeiro para provocar semelhante fenômeno, depois para o combater....

 

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Terça-feira, 6 de Julho de 2010

Rui Moura: Uma referência

Transcrevo o ultimo poste do Blog Mitos Climáticos, desta feita escrito não pela mão do Mestre Rui Moura mas dos filhos, é que, no passado domingo, faleceu no Hospital Santa Maria uma referência do Clima e da ciência em Portugal:

In Memoriam

É com pesar que a família de Rui Gonçalo Moura anuncia a sua morte, aos 80 anos, que ocorreu no Domingo 27 de Junho de 2010, devido a complicações derivadas de uma intervenção cirúrgica.

Para além de um marido, pai e avô extremoso, amigo dedicado, que deixa eterna saudade entre os seus familiares e amigos, Rui Gonçalo Moura foi um Engenheiro e homem de Ciência brilhantes, com uma paixão pela verdade científica. Depois da graduação como melhor aluno do seu curso, no Instituto Superior Técnico (IST), em 1957, trabalhou durante 30 anos como engenheiro electrotécnico. Foi simultaneamente assistente e professor convidado da cadeira de Electrotecnia Teórica, Medidas Eléctricas e Alta Tensão do IST entre 1970 e 1976. Serviu na Comissão Europeia de 1987 a 1990 e na Comissão Técnica e Científica do Plano Energético Nacional de 1989 a 1992.


Depois da sua reforma, em 1992, dedicou-se ao estudo do clima, de forma a poder contribuir para um debate que considerava fundamental. Possuindo uma mente verdadeiramente brilhante, para além de se ter tornado um especialista em dinâmica do clima, aprendeu a comunicar efectivamente na era moderna, e criou este Blog em 2005. Conjuntamente com Jorge Pacheco Oliveira, traduziu o livro "A Ficção Científica de Al Gore", de Marlo Lewis Jr., publicado pela Booknomics, 2008.

Podemos ainda recordá-lo nas suas participações recentes em dois debates televisivos sobre alterações climáticas, no programa Sociedade Civil (RTP2) em 4 de Outubro de 2009 e no Expresso da Meia Noite (SIC) em 11 de Dezembro de 2009.

Agora que já não está fisicamente entre nós, este Blog faz parte do seu legado científico, e a sua contribuição para um debate científico sério da dinâmica climática não será esquecido. Como não será esquecida a sua luta contra o obscurantismo científico, venha este de onde vier.

Agradecemos sentidamente a todos os que nos fizeram chegar o seu pesar e uma mensagem amiga, bem como os posts que fazem referências à sua personalidade e trabalho que encontrámos.

Jornais:
Correio da Manhã, Expresso, Jornal i

Blogs:
Anovis anopheles, Antena cristã, Blasfémias, Ecotretas, Enclavado, Lodo, Minoria ruidosa, Moicanos, My web time, Pena e espada, Universidade de Coimbra



A Família

 

 

 

 

 

 

 

 

in Mitos Climáticos

 

 

A Notícia no Correio da Manhã :

 

Rui Moura tinha 80 anos

Morreu tradutor português de ‘A Ficção Científica de Al Gore’

O climatologista Rui Moura, opositor das teorias do aquecimento global por acção humana, morreu no domingo, aos 80 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde se encontrava internado, disse esta segunda-feira à Lusa fonte familiar.

 

Engenheiro eletrotécnico de formação, especializou-se mais tarde em Energia e depois em Climatologia, segundo a mesma fonte.  

Rui Moura foi professor no Instituto Superior Técnico e destacou-se nos últimos anos pelo combate às teorias de Al Gore, ex-vice-presidente norte-americano, sobre o aquecimento global que considerava alarmistas. 

"Chegou à conclusão que essas teses alarmistas não tinham bases científicas", disse à agência Lusa Jorge Pacheco Oliveira, o amigo, também engenheiro eletrotécnico, com quem criou o blogue ‘Mitos Climáticos’ e traduziu o livro ‘A Ficção Científica de Al Gore’.  

"Manteve-se na área dos críticos que não acreditavam naquilo e a ciência nisso deu-lhe inteira razão", referiu Jorge Oliveira. Rui Moura defendia que as alterações climáticas fazem parte do ciclo natural da Terra.  

O corpo de Rui Moura encontra-se em câmara ardente na Igreja de Caneças, concelho de Odivelas, onde se realiza na terça-feira a missa de corpo presente pelas 10h30, seguindo o funeral para o cemitério local.  

 

 

 

 

Vamos esperar que Jorge Pacheco Oliveira continue o Blog "Mitos Climáticos" que é uma "agulha" neste "palheiro" que é esta sociedade inundada de informação e especulação sem fundamento. 

 

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Terça-feira, 29 de Junho de 2010

O "Aquecimento Global" é uma plataforma política e econômica

Doutor em meteorologia garante que aquecimento global não é influenciado pelo homem

Luiz Carlos Moilon diz que a terra está passando por um processo de resfriamento

 

 

Molion afirma que o aquecimento é uma plataforma política e econômica
Foto:Susi Padilha

Ao contrário do que afirma a grande maioria dos pesquisadores e meteorologistas, o professor da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Molion, garante que o homem não é capaz de influenciar no clima global, e que a terra não está esquentando, e sim, passando por um processo de resfriamento.


Molion contraria o argumento principal defendido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), cujo consenso prega que a ação humana intensifica as mudanças climáticas no planeta.

Além de afirmar que o homem e suas emissões de carbono não causam o aquecimento global, que já serviu de pano de fundo para filmes e documentários, ele vai além e denuncia que as medições dos níveis de carbono são manipuladas para atender a interesses econômicos.

O buraco da camada de ozônio também está na mira do especialista. Para ele, o rombo não passa "de balela". 

Representante da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion tem mais de 40 anos de experiência em estudos do clima. Paulista, é formado em Física pela Universidade de São Paulo (USP) e com pós-doutorado em Meteorologia na Inglaterra. 

O pesquisador conversou com a reportagem do Diário Catarinense sobre a influência do homem no aquecimento global, derretimento das geleiras, entre outros.

Diário Catarinense — Enquanto o mundo tenta frear as emissões de carbono, o senhor diz que o aquecimento global não existe e que a Terra está esfriando. Por quê?
Luiz Carlos Molion — Ao contrário do que se diz, o homem não é capaz de influenciar no clima global. Por isso, as emissões de carbono não influenciam na temperatura da Terra. O Sol, fonte principal de energia do sistema climático, causa as variações repetitivas. A cada 90 anos, o astro alterna períodos de atividade máxima e mínima. Registros apontam que o Sol esteve em baixa atividade, em 1820, no final do século 19 e início do século 20. Desde 2008, entramos nesse pico que deve se estender pelos próximos 22, 24 anos.

DC — Até lá, a temperatura da Terra vai diminuir?
Molion — Sim, a radiação que chega vai diminuir e favorecer a queda da temperatura em até 0,3ºC. O clima global também será afetado pela queda de temperatura da água dos oceanos. Teremos invernos mais rigorosos com muita geada em Santa Catarina. O sistema Argo, 3.200 boias espalhadas pelos oceanos para medir a temperatura e salinidade, mostrou a perda de calor. Como os oceanos fazem parte de 71% da superfície terrestre, eles são fundamentais para o clima do planeta. Só o Pacífico ocupa 35% da superfície e está resfriando desde 2000.

DC — O resfriamento do Pacífico contraria a elevação da temperatura média da Terra divulgada pelos relatórios oficiais do IPCC. Como o senhor explica?
Molion — O problema é que os termômetros estão instalados em cidades muito urbanizadas que registram uma diferença de 3ºC do campo. Outro fator é que os dados colhidos são ajustados para mostrar um falso aquecimento. Manipulam para que os invernos fiquem mais amenos e os verões mais quentes. Hackers invadiram o sistema de um dos braços direitos do IPCC e perceberam as modificações feitas de propósito. O aquecimento, a exemplo do "buraco da camada de ozônio" é balela. Deixaram a ciência de lado para se tornarem um negócio para empresas que querem expandir os lucros.

DC — Qual o interesse em manipular dados sobre a temperatura?
Molion — O aquecimento, agora, é uma plataforma política e econômica. Reduzir as emissões de carbono é reduzir a geração da energia elétrica, base do desenvolvimento em qualquer lugar. Como existem países que têm a sua matriz calcadas nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção. Os países em desenvolvimento, como o Brasil, seriam os mais afetados, como sempre. Os ricos, mesmo não tendo mais recursos naturais disponíveis poderiam reduzir. Mas para não morrer de frio precisariam consumir mais energia e também seriam afetados pelo resfriamento.

DC — A redução de CO2 proposta na Conferência de Copenhague é válida para algo?
Molion — O CO2 é o gás da vida! Não é poluente, como é divulgado. Ele é o gás das plantas e está provado que quando se dobra a produção de CO2, se dobra também a produção das plantas. Melhor para a atmosfera e para nós! A redução poderia beneficiar porque os combustíveis fósseis são poluentes por causa do enxofre e de outros elementos. Quando liberados, eles se combinam com a umidade do ar e viram gotículas de enxofre, que atacam o sistema pulmonar das pessoas.

DC — O senhor contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?
Molion — Os fluxos naturais dos oceanos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se os países reduzirem pela metade, não vai mudar absolutamente em nada no clima.

DC — Se não há aquecimento global porque as geleiras estão derretendo?
Molion — Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, as geleiras não estão derretendo. Pedaços de gelo flutuante, que ficam na superfície da água, estão se desprendendo do iceberg, corpo de gelo com mais de 90% submerso. Esses pedaços flutuam no mar e não aumentam o nível dele. É mentira dizer que o mar está avançando.

 

in Diário Catarinense

publicado por portuga-coruche às 07:00
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