Domingo, 21 de Março de 2010

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Basta de Insegurança!
É preciso fazer cumprir a Lei!
A insegurança, as agressões físicas e verbais são uma realidade nas escolas de Coruche.
No dia 18 de Março, uma auxiliar da Escola de Vale Mansos foi bárbara e cobardemente agredida, tendo sido transportada em estado grave para o Hospital Distrital de Santarém.
Tem havido agressões físicas a alunos nas várias escolas de Coruche e agressões verbais e ameaças físicas aos Professores. Basta!
Todos sabem quem pratica os actos criminosos de violência e coacção, alguns elementos da etnia cigana, que vêem os seus subsídios sociais serem cortados devido ao não cumprimento dos requisitos legais para poderem ser apoiados, nomeadamente às famílias de jovens que têm de frequentar a escola e não o fazem.
O Agrupamento Escolar de Coruche criou um projecto específico para os alunos dessa etnia, para a sua integração e eles não aderem. Onde está a CPCJ?
As Escolas pelo simples facto de terem de cumprir a Lei, vêem os funcionários ameaçados, os professores têm medo, as crianças e jovens não querem ir à escola. O medo e o terror instalaram-se nas nossas escolas!
Onde estão a Autoridade e as Forças de Segurança? Estão sem efectivos permanentes e meios legais para poderem fazer cumprir a Lei e dar segurança efectiva aos cidadãos, aos alunos, aos professores, às famílias. Politicamente não lhes é dado força! Ninguém se queixa com medo e o Ministério Público não pode actuar.
Onde está a Câmara Municipal de Coruche? O MIC nas últimas eleições defendeu a criação de um corpo de Polícia Municipal e acções concretas para aumentar a segurança, como o estabelecimento de um contrato local de segurança com o Estado.
Sabíamos que esta situação iria acontecer e vai piorar se nada for feito! É preciso dar segurança a quem toma decisões e é preciso ser firme e enérgico no cumprimento da lei.
É aqui que o Estado de Direito é posto em causa, pelo que é preciso agir já! Não podemos permitir que a justiça se torne popular e caia na rua com os cidadãos a terem de zelar pela sua própria segurança.
O MIC – Movimento Independente de Cidadãos por Coruche apela ao Executivo Municipal que tome decisões excepcionais para apoiar o Agrupamento Escolar e a GNR no cumprimento da sua missão e da legalidade.
O MIC já solicitou no órgão onde se encontra eleito uma reunião de emergência com o Sr. Presidente da Assembleia Municipal e apela à união de todos os líderes autárquicos no sentido de coordenar acções e esforços para dar segurança à população de Coruche e punir os criminosos.
O MIC fará chegar esta informação e o pedido de acções e medidas eficazes ao Sr. Presidente da Autarquia de Coruche, ao Sr. Governador Civil de Santarém, ao Sr. Comandante Geral da GNR, aos diversos grupos parlamentares da Assembleia da República, ao Sr. Ministro da Administração Interna, ao Sr. Primeiro Ministro e ao Sr. Presidente da República.
É fundamental que a população de Coruche se una em torno de um objectivo vital para a nossa vivência em sociedade, a Segurança!
MIC - Movimento Independente de Cidadãos por Coruche
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Sexta-feira, 19 de Março de 2010
Mário Fernandes |
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A agressão ocorreu dentro do recinto escolar |
Vítima recebeu tratamento hospitalar
Família de criança agride funcionária de escola
Uma auxiliar de acção educativa da escola de Vale de Mansos, em Coruche, foi quinta-feira agredida por familiares de uma criança. A funcionária precisou de receber tratamento médico no Hospital de Santarém, mas já teve alta.
A presidente do agrupamento de escolas de Coruche, Fátima Bento, contou que a agressão ocorreu dentro do perímetro escolar e envolveu quatro familiares da criança, três adultos e um adolescente, residentes numa comunidade da vila.
A funcionária, responsável pelo acompanhamento dos alunos nos transportes escolares, terá sido agredida depois de ter repreendido a criança dentro do autocarro.
Mas "este não é um caso isolado". Segundo Fátima Bento, há outras crianças que têm vindo "a provocar problemas e a demonstrar comportamentos de indisciplina dentro e fora da escola, sobretudo nos transportes escolares".
A presidente do agrupamento de escolas já resolveu mesmo pedir apoio à autarquia e à GNR de Coruche para chamar a atenção das famílias para os casos de indisciplina dos alunos.
A GNR registou a agressão de ontem, mas, nestes casos, apenas os adultos podem ser chamados a responder pelas suas acções. "A maioria destas crianças têm entre seis a oito anos de idade e não podem ser imputadas. Nem mesmo ao abrigo da Lei Tutelar Educativa, que só se aplica a jovens entre os 12 e os 16 anos. Há um vazio legal", explicou o capitão Botas, acrescentando que estes casos de indisciplina têm sido reencaminhados para a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.
in Correio da Manhã
E pronto! Coruche volta a ser notícia nacional. Desta vez por uma triste situação....

Uma auxiliar de acção educativa da escola de Vale de Mansos em Coruche foi quinta-feira agredida por familiares de uma criança, tendo sido transportada ao Hospital de Santarém, de onde já teve alta, disse fonte da escola.
Segundo a presidente do agrupamento de escolas de Coruche, Fátima Bento, a agressão aconteceu dentro das instalações da própria escola e envolveu quatro familiares da criança, três adultos e um adolescente, que residem numa comunidade dentro da vila.
A funcionária, que acompanha as crianças nos transportes escolares, terá sido o alvo escolhido por ter repreendido a criança quando esta causou distúrbios dentro do autocarro.
“Este não é um caso isolado", disse Fátima Bento, adiantando haver crianças que têm vindo "a provocar problemas e a demonstrar comportamentos de indisciplina dentro e fora da escola, sobretudo nos transportes escolares”.
A professora diz que, após tomar conta destes comportamentos de indisciplina, resolveu pedir o apoio da autarquia e da GNR de Coruche para começar a chamar a atenção das famílias.
O capitão Botas, da GNR de Coruche, disse à Lusa que foi tomado auto de notícia da agressão de quinta-feira, mas que, nestes casos, apenas os adultos poderão ser chamados a responder pelos seus actos.
“A maioria destas crianças têm entre seis a oito anos de idade e não podem ser imputadas. Nem mesmo ao abrigo da Lei Tutelar Educativa, que só se aplica a jovens entre os 12 e os 16 anos. Há um vazio legal”, frisa o militar, acrescentando que estes casos de indisciplina na escola têm sido apenas reencaminhados para a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens local.
in O Mirante
Quem diria que trabalhar com crianças se iria tornar num trabalho de risco?!
É por esta razão que as crianças "difíceis" e "especiais "continuam a ter um comportamento difícil! Quem se impõe e repreende é logo "posto em sentido" pelos familiares da criança.
Este é um trabalho difícil e não se consegue à força. A mediação e o trabalho de um mediador membro dessa comunidade poderia ajudar. Afinal temos crianças que sem a escola só se afastariam ainda mais da comunidade, de bons exemplos e até de uma alimentação equilibrada.
Mas afinal não foram os adultos que agrediram a auxiliar? Se foram, as autoridades judiciais podiam estabelecer um valor exemplar. Tenho a certeza que o bolso é a parte do ser humano que lhe dá mais depressa juízo e mais abundantemente.
A temática referente a esta "comunidade" já foi aqui abordada várias vezes e continuo a reiterar aquilo que referi na altura: estas atitudes e abordagens comprovam a falta de vontade desta comunidade em alterar a imagem que a sociedade portuguesa tem dela. Comprova até que a imagem corresponde à realidade.
Coruche é uma localidade de gentes pacificas e que recebem bem qualquer etnia que nos respeite. Nas aceitamos que nos chamem "racistas" porque nos queixamos dos abusos constantes de uma etnia que é violenta e não assume os seus erros, demonstrando que não se quer integrar.
O Jornal "O Ribatejo" refere-se a uma aluna de 6 anos:
Familiares de aluna agridem funcionária dentro de escola básica em Coruche
Autor João Nuno
Uma auxiliar de educação da escola do 1º ciclo de Vale de Mansos, Coruche, foi agredida por familiares de uma criança na quinta-feira, tendo sido transportada ao Hospital de Santarém.
A funcionária, que está em casa de baixa médica, sofreu escoriações na face e no corpo, e teve alta no próprio dia.
Segundo a presidente do agrupamento de escolas de Coruche, Fátima Bento, a agressão aconteceu dentro das instalações da própria escola e envolveu quatro familiares da criança, três adultos e um adolescente, que residem numa comunidade de etnia cigana dentro da vila.
A funcionária, vigilante das crianças nos transportes escolares, terá sido o alvo escolhido por ter repreendido a menina, de seis anos, quando esta causou distúrbios dentro do autocarro.

“Este não é um caso isolado”, disse Fátima Bento, adiantando haver crianças que têm vindo “a provocar problemas e a demonstrar comportamentos de indisciplina dentro e fora da escola, sobretudo nos transportes escolares”.
A professora diz que, após tomar conta destes comportamentos de indisciplina, resolveu pedir o apoio da autarquia e da GNR de Coruche para começar a chamar a atenção das famílias.
O capitão Carlos Botas, da GNR de Coruche, disse que foi levantado um auto de notícia da agressão de quinta-feira, mas que, nestes casos, apenas os adultos poderão ser chamados a responder pelos seus actos.
“A maioria destas crianças têm entre seis a oito anos de idade e não podem ser imputadas. Nem mesmo ao abrigo da Lei Tutelar Educativa, que só se aplica a jovens entre os 12 e os 16 anos. Há um vazio legal”, frisa o militar, acrescentando que estes casos de indisciplina na escola têm sido apenas reencaminhados para a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens local.
in O Ribatejo
Domingo, 14 de Março de 2010
Bruno Colaço |
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Pais são chamadas às escolas para ajudar professores a vencer o medo que sentem dos menores |
Violência: Conhecidos mais casos em escola de Fitares
Professores com medo de alunos
Há "professores com medo dos alunos e que pedem ajuda dos pais para tentarem impedir a indisciplina nas escolas", denunciou ao CM o presidente da Federação Regional de Lisboa das Associação de Pais, Isidoro Roque.
A exemplo dos sindicatos de professores, também as associações de pais reclamam medidas urgentes para travara a violência escolar.
Na Escola Básica 2,3 de Fitares, Sintra, alunos de uma turma do 9º ano levaram o professor de Música ao desespero. Insultaram-no, bateram-lhe na cabeça e empurraram-no até cair no pátio da escola. A 9 de Fevereiro, o professor Luís Vaz do Carmo suicidou-se na ponte 25 de Abril.
A directora da escola, Cristina Frazão, apesar de ter recebido sete queixas do professor, não puniu os alunos, acusou a irmã do professor, Maria Filomena Carmo, que considera a escola responsável pela morte do irmão.
Numa primeira explicação para a ausência de relação entre o suicídio e a escola, o director regional de Educação de Lisboa, José Joaquim Leitão, referiu que o professor sofria de uma "fragilidade psicológica já há muito tempo". O director regional acrescentou que os alunos "não podem transportar na sua vida uma situação de culpa".
As agressões ao professor não surgem isoladas. Na última semana uma professora sofreu um traumatismo craniano na mesma escola.
João Saramago
Domingo, 22 de Novembro de 2009
Quando um aluno falta dias seguidos a escola tem de providenciar no sentido de que a criança volte à escola. E como se faz isso agora? Em alguns casos vai pessoal técnico da escola a casa do aluno falar com a família. E conseguem? Pouco. A maioria das famílias dos alunos faltosos tem défice de inserção social e educação cívica mas não lhe falta arrogância e atrevimento. E então o que acontece? Recebem este pessoal com palavras violentas e impróprias, acusações, ameaças de vinganças, etc. Isto acontece na primeira vez porque nas outras o pessoal não arrisca, tem medo de actos violentos, vira as costas e escreve no relatório que não foi possível falar com a família referenciada.
Creio que é abusivo e incompreensível que a escola tenha de cumprir esta função, tanto mais que estes casos acontecem em meios em que as pessoas não respeitam ninguém.
É fácil dizer: que chamem a polícia. Mas se a polícia (a mando da escola) obrigasse este tipo de pessoas a qualquer coisa, o que acho difícil, não faltariam as vinganças sobre os professores, na sua integridade e nos seus bens.
Essa gente sabe que os outros têm medo deles e também sabe a força que o seu grupo tem.
Disseram-me que uma coisa semelhante se passa com o pessoal da assistência social, quando precisam de resolver situações difíceis ou dar pareceres sobre a atribuição de RMI. Por isso vemos notícias nos jornais como aquela da senhora e do filho, em Coruche, aprisionados pelo filho e nora. Segundo a notícia o caso estava referenciado por técnicos da assistência social mas, ainda segundo a notícia, foram mal recebidos pela nora e por isso as vítimas tiveram de esperar meses até que um familiar fizesse queixa.
Como se vê, a execução de qualquer política é feita no terreno e não nas belas palavras dos programas. Para que as medidas tenham sucesso têm que ser apoiadas, de contrário cada executante resolve o seu problema de segurança.
Não nos admiremos pois da alta percentagem de abandono escolar.
MLRodrigues para diminuir esta percentagem lançou um item na avaliação dos professores em que penalizava (já foi retirado esse ponto) aqueles que não reduzissem o abandono nas suas turmas.
Com que apoios? NENHUNS. Penalizava-se o professor e não o prevaricador.
A escola é obrigatória, os alunos abandonam e os pais são responsáveis e não lhes acontece nada?!
Uma notícia do DN do dia 24 de Setembro dá conta de um estudo feito pelos pediatras do Hospital de Famalicão em que concluíram: "apenas 28% das crianças de etnia cigana que participaram no estudo têm o Plano Nacional de Vacinas actualizado".
A vacinação é obrigatória, os pais não levam lá os filhos e não lhes acontece nada?!
Legislar que é obrigatório não chega. Como se faz cumprir é que é a questão.
Joviana Benedito
Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora
in Expresso
Terça-feira, 8 de Setembro de 2009
Oferta a alunos do 1.º Ciclo
Portimão
Freguesia dá mochilas e lápis a 600 alunos
A Junta de Freguesia de Portimão vai promover a oferta de equipamento escolar a cerca de 600 alunos da freguesia inscritos no 1º Ciclo. A primeira entrega está marcada para dia 10, no Agrupamento Vertical Júdice Fialho, seguindo-se as restantes até dia 14.
"A iniciativa surge com o objectivo de minimizar estes custos nos orçamentos familiares", disse ao CM a presidente da junta, Ana Figueiredo, sublinhando já terem sido distribuídas resmas de papel ao longo do ano lectivo passado. Este ano, a junta investiu cerca de cinco mil euros na compra de mochilas e de estojos com lápis para oferta, distribuindo também duas toneladas de cadernos e blocos oferecidos pela associação Humanitarius, de Portimão, com base em donativos de várias empresas.
in Correio da Manhã
É preciso ou se ser rico ou cigano para não sentir o preço do material escolar e livros. Isto porque os ciganos não pagam e os ricos são os únicos que tem contas bancárias positivas ao fim do mês.
Quinta-feira, 16 de Abril de 2009
Foram encontrados alimentos contaminados em cantinas escolares, hospitais e lares para os idosos
Saúde: 101 amostras de alimentos contaminados
Uma bactéria – listeria monicytogenes –, que pode ser mortal, foi detectada em 101 amostras de alimentos recolhidos em cantinas de escolas, hospitais e lares de idosos.
A bactéria foi detectada em vegetais em decomposição, carne de porco, salames, patês de frango, peru e carne de vaca.
O anúncio da presença daquela bactéria nos alimentos foi feito pela investigadora Isabel Santos, do Laboratório de Microbiologia dos Alimentos do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), no Congresso de Saúde Pública, em Lisboa.
Segundo o CM apurou, as 101 amostras contaminadas com a bactéria foram detectadas num universo de dez mil análises efectuadas durante quatro anos.
Fonte do INSA afirmou que "das 101 amostras com a bactéria apenas cinco por cento – que correspondem a cinco amostras – apresentavam um grau de contaminação acima dos valores de referência, o que poderia pôr em risco a saúde das pessoas".
A taxa de mortalidade da infecção provocada pela listeria monicytogenes é elevada, ronda os 25 por cento, aumenta com a idade e é maior nos doentes crónicos e em recém-nascidos.
Ao CM o bastonário dos Médicos, Pedro Nunes, desvalorizou a importância da bactéria, afirmando que "existe desde sempre".
Cristina Serra
Listeria monocytogenes
Características
Bacilo pequeno Gram +.
Não formador de esporos.
Anaeróbio facultativo.
ß-hemolítico.
Catalase positiva.
Oxidase negativa.
Motilidade característica a 20 C (em "guarda chuva")
Cresce a temperaturas de refrigeração.
Factores de virulência
Parasita intracelular facultativo.
Induz a formação de granulomas.
Listeriolisina O (ruptura dos fagossomas).
Isolada do solo, água, pó, vegetação, peixes, insectos, pássaros e animais.
Transmissão
Ingestão de alimentos contaminados.
Alimentos refrigerados são de maior risco Leite e queijos são considerados os alimentos de maior risco, embora surtos ocorram em vários alimentos, incluindo saladas e vegetais prontos para o consumo A fonte primária da bactéria é o ambiente: vegetação, solos e animais, os quais contaminam os alimentos.
Patologias
Doença em adultos saudáveis é assintomática ou síndrome do tipo gripal.
Meningite e bacteremia especialmente em imunocomprometidos.
Doença neonatal.
Doença precoce
Transmissão placentária.
Abcessos e granulomas.
Doença tardia
Ocorre após o parto
Meningite.
Terapêutica
Penicilina ou ampicilina
Prevenção
Cuidados com alimentos susceptiveis (queijo fresco, carne suina mal passada)
Informação obtida em Wikipedia
Segunda-feira, 23 de Março de 2009
Estela Silva/Lusa
Escola Primária da Lagoa Negra
18 Março 2009 - 00h30
Barcelos
Alunos ciganos nunca tinham ido à escola
"O que andam para aí a dizer é uma vergonha. Aqui não há racismo. Estas crianças e jovens nunca tinham vindo à escola". As palavras, ditas de forma exaltada, são de uma professora do Agrupamento de Escolas EB 2,3 Abel Varzim, em Barcelos, que preferiu não se identificar – porque só a Direcção Regional de Educação do Norte pode falar sobre o assunto – mas que não quis calar a "revolta" relativamente ao caso do ‘contentor dos ciganos’ da Lagoa Negra.
O monobloco, a que o secretário da Junta de Freguesia de Barqueiros, António Cardoso, chamou contentor, foi colocado no âmbito do projecto ‘Entre Margens’, que tinha por objectivo cativar para a escola as crianças dos acampamentos ciganos da zona.
Depois de os professores terem sensibilizado a matriarca do acampamento principal para a necessidade da frequência da escola, formou-se uma turma de 17 alunos, com idades entre os 9 e os 19 anos. Têm várias disciplinas, incluindo espanhol, e o 'contentor' é o único espaço da escola com ar condicionado. O sociólogo Carlos Silva, da Universidade do Minho, diz que 'errou quem rotulou esta situação de discriminatória ou racista'.
S.C.
Segunda-feira, 13 de Outubro de 2008
Dizem que as crianças do primeiro ano são insultadas e agredidas por outras mais velhas
Os pais que fizeram o protesto foram identificados pela GNR e vão prestar declarações ao Ministério Público.
Um grupo de pais e encarregados de educação de 15 crianças que frequentam o primeiro ano da Escola de I Ciclo do Vale Verde, Coruche, fecharam os portões da escola a cadeado na segunda-feira em protesto contra a insegurança que os filhos vivem na escola e nos transportes escolares. Outro motivo do protesto tem a ver com a substituição de uma auxiliar de educação da escola.
Às oito da manhã ninguém pôde entrar. Chamada a GNR, deslocou-se ao local uma patrulha da Escola Segura, que por sua vez chamou os bombeiros para retirarem as correntes e o cadeado. Cerca das 09h30 já a escola funcionava. O problema deve-se à convivência dos alunos do primeiro ano com alguns alunos do quarto ano. Segundo a porta-voz do grupo de pais, os 15 alunos do primeiro ano, as duas auxiliares da escola e uma professora são frequentemente confrontadas com insultos proferidos pelos alunos mais velhos, além de se registarem agressões dos mais velhos aos mais novos e às auxiliares.
“A professora põe-os no recreio, não os repreende. O que queríamos é que se integrassem junto dos nossos e fossem disciplinados por parte da professora e do agrupamento para não maltratarem as nossas crianças”, refere Natalina Marques.
O mesmo, dizem os pais, passa-se no autocarro que os leva a casa a Santo Antonino, com passagem por Vale Mansos. “Insultam a auxiliar que os acompanha e o condutor”, asseguram. Outra mãe, Carla Rosalino, diz que algo se passa quando não há unidade entre as duas professoras da escola. “Se algo se passa nas aulas com os miúdos como é que uma das professoras diz que está tudo bem?”, questiona.
O vereador com o pelouro da educação na Câmara de Coruche, Nelson Galvão, esteve na escola, assim como a presidente do Agrupamento de Escolas Educor, Fátima Bento, para tentarem perceber que o que se passava. Mas os pais garantem que uma carta a denunciar a situação já chegou ao agrupamento, em 17 de Setembro.
Os pais preferem não colocar o enfoque do problema na questão das etnias. Mas naquele estabelecimento a turma de primeiro ano tem sete alunos da zona do Vale Verde e oito alunos ciganos, que vêm de Santo Antonino. E nesta turma dizem que não tem havido problemas. Já quanto ao quarto ano, há dois alunos para nove de etnia cigana, um deles com 13 anos, que os pais dizem provocar grande parte dos problemas por ser agressivo com os colegas da sua turma e do primeiro ano.
A presidente do Agrupamento Educor confirma que o aluno em causa está sinalizado e decorre um processo disciplinar. Fátima Bento diz, no entanto, que a escola funciona e não compreende a razão que levou os pais a fechar os portões quando só no próprio dia, à tarde, se deslocaram ao agrupamento para explicar o que queriam em concreto com o protesto.
“Quem tem de elaborar relatórios sobre o que se passa na escola são as professoras e os elementos da Escola Segura, se houver denúncias. Nada recebemos até à data. Agora, se uma professora não tem pulso para oito alunos, temos que perceber o que se passa”, refere Fátima Bento. esta última considera não se tratar de um problema da escola do Vale Verde nem de Vale Mansos, onde também há crianças ciganas, mas sim um problema social do concelho.
Por seu turno, Nelson Galvão lamenta o show-off criado quando todos se poderiam sentar à mesa. “A única questão que colocaram até aquele protesto resultou numa reunião dos pais comigo, no dia 25 de Setembro, e tinha a ver com o transporte das crianças passar das 17h30 para as 15h30 por não haver actividades extracurriculares naquela escola. O que foi resolvido”, argumenta.
Segundo o autarca os alegados maus comportamentos dos jovens durante o transporte escolar não tem sido reportados, por escrito, nem pela auxiliar que os acompanha nem pelo motorista. Apenas houve um ou outro relato verbal. Durante o protesto os pais foram identificados pela GNR e terão de prestar declarações no Ministério Público. O vereador acrescenta que as despesas da deslocação da equipa e viatura dos bombeiros para abrir os portões da escola serão imputadas aos pais que protestaram.
in O Mirante