Não se passou assim tanto tempo que a palmatória tenha caído no esquecimento colectivo. A professora fria, austera e de régua na mão ainda assombra os pesadelos de muita gente crescida. E está de volta. Não aqui, em Portugal, onde a prática foi proibida em 1993, mas numa cidade de 60 mil habitantes do Texas nos Estados Unidos.Nas 14 escolas públicas de Temple, foram os próprios pais a pedir o regresso da reguada para disciplinar os filhos mais rebeldes. O conselho escolar da cidade votou e aprovou por unanimidade o castigo em Maio do ano passado, que só é aplicado pelo director e em casos considerados graves. Três reguadas na palma da mão é a pena máxima para os que agridem os professores e funcionários, para os que roubam os colegas, para os que são apanhados a assaltar a escola, ou que sejam acusados de bullying.
O castigo, instituído há quase um ano, só foi aplicado uma vez. Bastou para "reduzir drasticamente a violência escolar", explicou ao jornal "Washington Post" Steve Wright, o director do conselho escolar de Temple. O efeito preventivo da palmatória terá sido suficiente para assustar os alunos agressivos e todos estarão satisfeitos: pais, professores e alunos.
Em Portugal não seria bem assim. Só a ideia causa arrepios a uma boa parte dos pais e dos professores do ensino básico e secundário. Não só porque a pedagogia do medo já não tem muito sucesso entre os educadores portugueses, mas principalmente porque a maioria dos adultos ainda se lembra de quando era miúdo e teve de estender a mão à palmatória. A experiência pessoal conta muito para rejeitar a medida adoptada nas escolas do Texas.
Rosário Varela, professora de Português da Escola Secundária Luís Freitas Branco, em Oeiras, guardou um ódio de estimação tão profundo à sua professora primária que até se recusou a comparecer à homenagem que lhe prestaram há uns anos. Maria José Novo, professora do 1.o ciclo na Amadora também se recorda do medo que tinha de errar nas contas de matemática por causa das palmatórias. Fernanda Ramos, presidente da Associação de Pais da Secundária da Ramada (Odivelas), nem se lembra mais porque apanhou "tantas reguadas" na escola. Perante um passado tão tenebroso seria improvável que quisessem copiar a experiência americana.
O que defendem são doses elevadas de diálogo e também muita criatividade para despertar nos alunos o gosto de aprender. É o que dizem todos, sem excepção, mas também confessam que só isso não resolve nada. É a partir deste ponto que começam as queixas. Professores acusam os pais de se demitirem da educação dos seus filhos. Pais criticam os professores por não estarem preparados para lidar com a indisciplina na escola, apesar de admitirem que, em regra, há cada vez mais encarregados de educação "divorciados" da escola, diz Paula Chuço, da associação de pais Agrupamento Vertical de Mora. Só que isso não serve como única justificação: "As crianças são por natureza irrequietas e não basta querer para ser professor." É preciso formação específica, vocação e até o carisma conta para conseguir disciplinar uma turma, defende Paula Chuço. E esforço da parte das famílias, acrescenta Fernanda Ramos, da associação de pais da Secundária da Ramada: "Reconheço, enquanto mãe, um desinteresse dos pais perante a vida escolar dos filhos. Basta ver a adesão quase inexistente deles nas reuniões convocadas pela associação ou pelos professores. Mas também sei que uma mesma turma pode ser indisciplinada com um professor e bem comportada com outro, logo há que procurar saber os motivos dessa diferença."
Que a escola em regra se tornou num "depósito" para os pais com "carreiras exigentes" deixarem os filhos é ponto assente para a professora de Português Rosário Varela Pinto. Que, em muitos casos, são os pais a precisar de "umas boas reguadas" por serem tão "displicentes" é outra "verdade" para Mário Octávio Oliveira, professor de Electrónica da Secundária Luís Freitas Branco. Mas ambos reconhecem que a escola é incapaz de disciplinar os alunos. "As medidas sancionatórias não têm qualquer efeito dissuasor sobre os adolescentes", conta Rosário Pinto. Nem sequer consequências sérias: "A partir do momento que, por exemplo, uma suspensão de um aluno não conta como falta para acumular e para reprovar de ano, que efeito é que uma sansão destas pode ter?"
in iOnline
O Texas .... se são os adultos a dar os maus exemplos, se a violência e rebeldia são exacerbadas nos media, na TV e no Cinema, é claro que as crianças e jovens também as veneram. Especialmente porque vivemos uma época audiovisual. O Texas é bom exemplo em pouquíssimas coisas e mau exemplo em muitas e está será um deles.
Em Portugal o principal problema prende-se não só com a permissividade do sistema disciplinar, mas também com a incapacidade dos pais em se imporem e de, no núcleo familiar, cometerem erros básicos como deixar que os "meninos" se convençam que podem fazer o que querem e sem respeitar seja quem for, que não sofrem quaisquer consequências.
Não será nunca a violência que vai acabar com a violência. Até porque isso iria dar umas dicas de como resolver os problemas: "Se os adultos e professores obtém o que querem batendo e punindo fisicamente os outros então é assim que eu também o conseguirei".
É claro que um "par de estalos" ás vezes faz milagres e resolve algumas audácias pela raiz. Contudo não pode ser sistema e ainda por cima é difícil de incluir em qualquer regulamento, pois dificilmente se conseguiria indicar quando é ou não correcto se utilizar e por outro lado como evitar os abusos.
Os jovens são por natureza exibicionistas. Ddisputam audácias e gostam de impressionar os colegas com macaquices e como o sistema é permissivo deixa que estes comportamentos se instalem até que chega a altura que tudo passa das marcas mas já é tarde para fazer o que quer que seja.
Por outro lado existem alunos que nunca foram obrigados a se autodisciplinar para realizar uma tarefa. Se sempre fizeram em casa o que quiseram e os pais nunca se conseguiram impor porque "carga de água" metendo-os numa sala com alguém que dizem ser professor se vão comportar de forma diferente?
Para as situações referidas existem soluções que obrigariam a uma mudança de regras nas escolas, à formação de professares nesse sentido e, possivelmente à criação de um educador dentro da escola que não existe e que lhe caberia a tarefa de identificando os excessos do primeiro caso ou as carências do segundo, agir em conformidade de modo a corrigir definitivamente a situação.
Uma sala de aula só funciona se tiver alunos! Se alguns não querem ou não conseguem ser alunos tem que ser corrigidos, sob pena de não se conseguir ensinar a ninguém. Por causa de um aluno muitas vezes nenhum aprende, logo ninguém consegue ser aluno.
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