Entre os 4,66 milhões de agregados familiares que entregaram declarações de rendimentos, contam-se 1,33 milhões com um rendimento global abaixo dos 7500 euros, ou seja, menos de 540 euros brutos por mês, se considerarmos a existência de subsídios de férias e Natal. Ignorando estes dois, falamos em 1,33 milhões de agregados com rendimentos mensais abaixo dos 625 euros brutos. Os números são da Direcção-Geral dos Impostos e reportam-se ao ano mais recente de que há dados completos: 2009.
Olhando em detalhe para cada um dos escalões de rendimentos até 7500 euros brutos, o quadro fica bem negro. É que dentro destes 1,33 milhões de famílias, contam-se quase 295 mil lares, onde os rendimentos globais não chegam sequer aos três mil euros brutos anuais. O total das famílias nesta situação declaram ao Fisco 414,7 milhões de euros brutos anuais que, numa média simples, implica que cada um dos lares ganhe 1400 euros brutos por ano.
Já no patamar seguinte, entre os 3 mil e os 4,5 mil euros brutos anuais, contam-se 268 mil agregados. Estes ganham um total de 975 milhões de euros brutos por ano, valor que atira para um rendimento médio anual de cada uma destas famílias na casa dos 3600 euros, ou 300 euros por mês, considerando 12 meses.
No escalão seguinte, entre os 4,5 mil e os 6 mil euros anuais, estão mais 289 mil agregados familiares, que ao todo ganham por ano 1,54 mil milhões de euros. Ou seja, uma média de rendimento anual de 5,3 mil euros brutos. Já entre os 6 mil e os 7,5 mil euros, encontram-se outros 487,5 mil agregados, cujos rendimentos totais atingem 3,27 mil milhões de euros. Em média, cada um destes agregados terá um rendimento anual de 6,7 mil euros.
Açores penalizados É na região autónoma dos Açores que as famílias com rendimentos abaixo dos 7500 euros brutos por ano mais pesam. São 31,5 mil agregados nesta situação, num universo de 101,4 mil, representando assim 31,1% do total. Na Madeira, apenas 28,4% dos agregados registados estão nessa situação - 31,1 mil em 109,7 mil lares -, enquanto que em Portugal Continental o peso de famílias a ganhar menos de 7500 euros brutos por ano está nos 28,6% - são 1,27 milhões em 4,44 milhões de agregados -, segundo contas do
i tendo por base os dados da Direcção-Geral dos Impostos.
Mais de um milhão As regiões autónomas continuam a perder se olharmos para os rendimentos globais dos portugueses pelo ângulo dos que mais ganham.
Segundo os dados do Fisco, não há nenhum agregado familiar nos Açores ou na Madeira a ganhar mais de um milhão de euros brutos por ano. Já em Portugal Continental, diz o Fisco, contam-se 150 agregados nessa situação: ganharam um total de 250 milhões de euros, ou seja, 1,66 milhões de euros brutos para cada uma dessas famílias.
Um último dado a realçar dos dados disponibilizados pelo Fisco ao Parlamento: o patamar de rendimento onde se encontram mais famílias portuguesas está na parcela entre os 642 euros e os 958 euros brutos mensais (escalão: 9 mil e os 11,5 mil euros/ano). São mais de 550 mil famílias.