Sexta-feira, 26 de Outubro de 2012

Mudar o sistema eleitoral

1. PARLAMENTO: A CASA DA PARTIDOCRACIA - Os portugueses não têm os direitos políticos dos outros europeus. Não podem sequer escolher os candidatos que são "eleitos" para a assembleia da república. O "julgamento nas urnas" é um logro, pois os candidatos colocados nos primeiros
lugares das listas dos maiores partidos têm garantia prévia dum lugar no parlamento. Não há julgamento sem possibilidade de penalização, mas os portugueses não têm maneira de penalizar os candidatos em "lugares elegíveis". Podem ser espiões, maçons ou outra coisa qualquer, não
interessa. A ida para o parlamento não depende dos votantes, que apenas decidem a distribuição relativa dos 230 deputados. A raiz do problema é a eleição dos deputados não ser por voto nominal.

 

2. EM ELEIÇÕES DEMOCRÁTICAS NÃO HÁ VENCEDORES ANTECIPADOS - É sabido que faz parte da essência da democracia que o resultado duma eleição não possa estar decidido antes da sua realização. O sistema português não cumpre este critério. Nas eleições legislativas, os candidatos recebem os lugares de deputado em função da posição que ocupam na lista eleitoral - não das preferências dos eleitores. Os candidatos dos primeiros lugares têm um lugar garantido, semanas antes das eleições - são os "lugares elegíveis". Como não existe uma relação entre o voto e a atribuição dum lugar de deputado, os deputados NÃO representam os eleitores. Seguramente representam alguém, mas não é quem vota.

 

3. AUSÊNCIA DE ESCRUTÍNIO ORIGINA DESGOVERNO E CORRUPÇÃO - O sistema de listas fechadas teve muitas e graves consequências para Portugal: A) Os barões dos principais partidos não podem ser desalojados do parlamento pela via dos votos, vivem numa perpétua impunidade. Mesmo quando a votação do partido está em baixa, têm muitos "lugares elegíveis" para onde se refugiar. B) CORRUPÇÃO: os lóbis contornam o eleitorado e agem diretamente sobre os caciques parlamentares para fazer valer os seus interesses. Na prática, são os lóbis que têm representação no parlamento, não os eleitores. C) Surge o "fosso" entre "os políticos" e o "País Real". Cresce o sentimento pouco saudável de um político é, por omissão, um vigarista ou malfeitor.

 

4. IMPEDEM-NOS DE FAZER A NOSSA PARTE NA RENOVAÇÃO DOS PARTIDOS - D) A ausência de voto nominal bloqueia a renovação interna dos partidos. "Renovação" é uns serem substituídos por outros. É o papel do eleitorado indicar quem vai e quem fica, através dos actos eleitorais. O natural é que novos candidatos que tenham mais votos substituam políticos menos votados e ascendam gradualmente às chefias dos partidos. Mas se o sistema eleitoral impede os eleitores de expressar preferências dentro duma lista, está a impedir o eleitorado de exercer o seu papel na
renovação dos partidos. Em consequência, perpetuam-se os caciques e apenas os que têm a sua anuência sobem nas estruturas partidárias.

 

5. OS PARTIDOS NÃO ESCOLHEM BONS DEPUTADOS - E) Listas fechadas à ordenação pelos votos produzem elencos parlamentares altamente desequilibrados. João Duque afirmou na TV ter examinado o CV de  cada um dos deputados e constatado que nenhum teve experiência de integrar os quadros de administração duma empresa. Os desequilíbrios são nítidos a muitos níveis, por exemplo na representação desproporcionada de maçons e juristas. Basta recordar as frequentes cenas embaraçosas envolvendo deputados. Se fossem os eleitores a ordenar as listas, os partidos estariam sujeitos à concorrência a nível dos candidatos individuais. Passariam a propor bons candidatos, pois arriscavam-se a perder votos para outros partidos, com candidatos melhores.

 

6. LISTAS: ZONA DE CONFORTO DOS BOYS - Não é por acaso que os políticos nunca falam do sistema eleitoral. Não querem que os cidadãos se apercebam do que está errado na "democracia" portuguesa e comecem a exigir mudanças na sua "zona de conforto". Livres do escrutínio, os partidos sofrem
todos de caciquismo avançado. Ao longo das décadas capturaram não só o sistema político, como o próprio regime e as instituições do Estado. Os problemas de obesidade do Estado, corrupção e desgoverno vêm daí. É por isso que a denúncia de actos escandalosos nunca resulta em
penalização. Até é recebida com indiferença! O pior que pode acontecer a um cacique partidário é passar o mandato seguinte no parlamento. Mas o sistema não dá meios para o tirar de lá.

 

7. NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS POR POLÍTICOS QUE NÃO PODEMOS ESCOLHER - Analisando o sistema português, percebe-se que é injusta a ideia de que os políticos são maus porque os eleitores não sabem votar. Os portugueses até são bastante exigentes. O problema é que não dispõem quaisquer meios para impor a sua exigência. O sistema nega aos portugueses praticamente todos os direitos eleitorais: não podem expressar preferências dentro duma lista; só os votos em partidos entram nas contagens, o parlamento enche-se sempre com 230 deputados, não importa quantos votem. 2 votações, uma com 99% do eleitorado e outra com 1%, podem produzir exactamente o mesmo elenco parlamentar. Na prática, nem podem negar o voto aos partidos.

 

8. QUALQUER DEMOCRACIA MODERNA TEM SEMPRE O VOTO NOMINAL - O sistema português é o "sistema proporcional de listas fechadas". As listas são "fechadas" porque a ordem pela qual os lugares são distribuídos é a IMPOSTA pelo partido. Naturalmente, os políticos evitem esta designação, preferindo "sistema representativo" - mais outro logro. Na Europa, quase só é usado na Albânia, Ucrânia e Rússia (e Itália, nas eleições nacionais). Existe um sistema "parecido" - listas "abertas" - em que a ordem das listas é em função de quem tem mais votos.São muitos os países europeus que o usam, incluindo a Itália nas eleições municipais, regionais e europeias, mas também Áustria, Dinamarca, Holanda, Finlândia, Noruega, Suécia, Suíça, etc.

 

9. NÃO HÁ BONS ARGUMENTOS CONTRA ESTA REIVINDICAÇÃO - Não é possível desbloquear a partidocracia sem introduzir o voto nominal. Mas para uma reforma eleitoral se concretizar, é essencial que esta seja simples e pacífica e não pode dar pretextos para negociações "intermináveis" entre bancadas. Uma hipótese realista é o sistema PASSAR DE LISTAS FECHADAS PARA LISTAS ABERTAS. As listas são incluídas no boletim de voto para os eleitores as ordenarem em função de quem tem mais votos - ditos preferenciais. Se esse voto também contar como um voto na lista, o método de D'Hondt pode continuar a ser usado tal como agora, bem como os actuais círculos eleitorais. Nenhum candidato tem garantia prévia de ser eleito: passa a haver escrutínio.

 

Por Anónimo

in Comentários Revista de Imprensa do DN

publicado por portuga-coruche às 07:07
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Deputados insultados no Parlamento e nas ruas

Insultos e ameaças refletem aumento de tensão social. Deputados já a sentem fora e dentro do  Parlamento.

O semanário "Sol" escreve que o protesto de um grupo de empresários do sector da restauração nas galerias da Assembleia da República, na quarta-feira, é o episódio mais recente da contestação que tem afetado os deputados nas últimas semanas. Mas a contestação já passou a barreira dos insultos e os limites do Parlamento.


Um dos casos mais graves aconteceu com Duarte Pacheco, do PSD, à saída da Assembleia da República, no dia em que Vítor Gaspar entregava o Orçamento do Estado. Com centenas de manifestantes a cercarem o Parlamento, o deputado viu o seu carro oficial ser atacado a murro e  a pontapé quando tentava sair da garagem.


No dia-a-dia, também alguns deputados já começaram a ser contestados e ameaçados. O eurodeputado Paulo Rangel, por exemplo, saiu do seu veículo para auxiliar uma senhora que tinha acabado de  chocar com outro condutor e os curiosos que se juntaram à volta, quando o reconheceram,  começaram a insultá-lo, tendo sido chamada a polícia para evitar o agravamento da situação.

 

in DN "Revista de Imprensa" 

 

Alguns Comentários que, a meu ver, merecem destaque:

 

jpaixao - 26.10.2012/12:33

há dias nas Amoreiras, impane, passava o filho de Menezes, esse profissionalão da AR, não resisti: Imberbe de *** vai trabalhar, aprende a trabalhar e só depois chulas. Chuleco de ***...não resisti. Fui paludido por quem passava ao lado...o pequeno traste apressou o passe e lá foi para a escada rolante. Por mim é só vê-los: ando cá com uma esperança que ainda vou apanhar o Amorim, a esse dou-lhe um estalo nas trombas. Carlos as minhas mãos exigem!


Testemunha Ocular - 26.10.2012/12:26
Aqui há dias o Francisco Assis estava no Canas de Campo de Ourique. Estava numa mesa não imediatamente ao meu lado, mas de frente para ele. Ao lado dele estava um casal. A páginas tantas o homem diz em voz projectada ao empregado : "é possível mudar de mesa? Não consigo  acabar a refeição com este traste aqui ao lado". eheheh Tudo a rir-se. Foi tema de conversa o resto do jantar em todas as mesas. O Assis fez de conta, claro, mas ouviu tudinho e ficou  vermelho.

 

josé pinto - 26.10.2012/12:25
Vai sair caro ao estado a contratação de tantos guarda-costas para proteger todos estes gatunos e suas famílias da revolta do Povo.Eles não dão descanso ao Povo, mas também não irão ter descanso.


O pior está para vir - 26.10.2012/11:40
Com o que ganham com todas as mordomias que têm com a reforma ao fim de doze anos e com o subsidio de integração são demasiado bem pagos para a mherda que fazem. Não foram eleitos para controlar a acção dos sucessivos governos? O que fizeram? Peixeiradas politicas entre eles? Já Paulo Morais escreve para quer ler que a AR é um autêntico "Escritório de Representações" sem que PR, o PGR e a PAR façam seja o que fôr. Foram eleitos pelo povo para servir os interesses do povo mas só defendem os interesses deles e do partido. Cambada de xulos, corruptos e parasitas.


Isto... - 26.10.2012/11:37
... é só o começo ! E não são apenas os dos partidos que estão no poder. Os outros também. Uns desgovernaram e outros governaram-se. Tenho muito receio pelo que possa acontecer dentro de pouco, a miséria está instalada para uns, enquanto outros vivem de benesses em que governantes não tocam... Proteção mútua. E o sistema judicial está envolvido nesta teia...

 

Luis Alves - 26.10.2012/11:35
Os "politicos" nao dizem que o povo tem sempre razao? Andam a semear ventos, e nao e a austeridade, e agora colhem tempestades.Se fosse politico, livra!, ja tinha feito uma cooperativa e comprado um aviao.Cooperantes nao faltam......

 

Quem com ferro mata .... - 26.10.2012/11:29
Este governo e os seus deputados enxovalham todos dias os portugueses por isso não se admirem dos portugueses lhes pagarem na mesma moeda ...

 

 

publicado por portuga-coruche às 07:00
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Quinta-feira, 25 de Outubro de 2012

Procuram-se políticos deste calibre em Portugal!

 

 

«Não temos medo dos mercados, eles que paguem a crise.

Ninguém há-de morrer de fome num país com mais ovelhas que gente e mais canas de pesca que telemóveis»

 

Olafur Grimssom
Presidente da Islândia

 

publicado por portuga-coruche às 07:20
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Espanha: O drama de quem tem de entregar a casa ao banco

 

Um homem de 54 anos enforcou-se esta manhã na frutaria do irmão, em Granada, Espanha. Para hoje estava marcada a ordem de despejo da sua casa por incumprimento do empréstimo habitação. Os ‘sem lar’, como já são conhecidos, multiplicam-se por toda a Espanha e, só não perdem a casa, como têm toda a vida em suspenso desde então.

Não são mendigos, indigentes ou imigrantes ilegais. Trata-se de gente de trabalho, da classe média espanhola, que a braços com o desemprego e outros dramas que nasceram na crise financeira, deixaram de conseguir pagar as prestações dos créditos habitação. No fim da linha, são despejados. Mas o pior vem depois. Até saldarem a dívida, vêem-se com penhoras de rendimentos e não podem comprar nada. 

Elena Parrondo e o marido estão à beira de ficar sem casa. «Não poderei fazer um contrato de telefone, comprar um carro ou pagar um aluguer. Tudo me será penhorado», desabafa em declarações ao El Mundo. O casal vai pagar todos os dias, em todos os movimentos, o único crime que cometeu: ter caído no desemprego.

A história repete-se por todo o país. O marido de Elena trazia para casa um bom salário no sector da construção. Mas as obras pararam e atiraram milhares para o desemprego. Os mais experientes foram trocados por jovens mal pagos e com contratos precários.

Com quatro filhos para alimentar, um subsídio de mil euros e uma prestação de 680, o casal tomou a dura decisão: «Pensámos muito e deixámos de pagar a hipoteca».

O suicídio que marcou a manhã em Granada ocorreu no mesmo dia em que activistas do Movimento Stop aos Despejos estão em Maracena para mostrar solidariedade com uma mulher que vive sozinha com os três filhos e que enfrenta uma ordem de despejo a ser cumprida até dia 30.

 

por Andreia Félix Coelho

in SOL

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GNR detém três assaltantes

 Suspeitos confessaram crimes


A GNR anunciou esta terça-feira a detenção de três homens, com idades entre os 23 e os 35 anos, por posse ilegal de armas, os quais confessaram serem os autores de dois assaltos com recurso a arma de fogo.

 

Segundo a GNR, os três detidos, dois residentes em Samora Correia, Benavente, e um outro em Lisboa, assaltaram as bombas de gasolina na localidade do Biscainho, concelho de Coruche, e roubaram uma viatura através do método de carjaking, num troço de uma estrada municipal que liga a EN10 e a EN118, também em Benavente.


Ambos os crimes foram praticados hoje de madrugada pelos três suspeitos, encapuzados, com ameaça de arma de fogo e separados por cerca de 40 minutos.


No assalto às bombas de combustível, os homens apoderaram-se de um cofre com 200 euros.


Durante a operação, os militares do posto territorial da GNR de Samora Correia apreenderam uma caçadeira de canos serrados, calibre 12 milímetros (mm), com a coronha cortada, uma pistola calibre 6.35 mm, com três munições, e uma pistola de alarme com oito munições.


Além das armas, a GNR apreendeu um rádio de transmissões de curto alcance com auricular, dez cartuchos de caçadeira calibre 12 mm, três tacos de bilhar, três gorros passa-montanhas, três pares de luvas, nove sacos com 63.15 euros em dinheiro, um envelope com 290 euros em notas, três telemóveis, um GPS e uns óculos.


Em comunicado, a GNR acrescenta que os três detidos vão ser presentes ao Tribunal Judicial de Benavente para primeiro interrogatório judicial e aplicação de eventuais medidas de coacção.

 

in Correio da Manhã

 

publicado por portuga-coruche às 07:07
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Professora bateu mais de cem vezes em crianças durante 30 minutos

 Foram mais de 100 as agressões, entre bofetadas e pontapés, que uma professora infligiu a crianças de 5 e 7 anos, num infantário ilegal, situado no Norte da China. A educadora foi detida e o estabelecimento encerrado. Veja o vídeo (as imagens podem chocar os leitores mais sensíveis).

As imagens das agressões foram capturadas por uma câmara colocada no interior de uma sala do jardim de infância Blue Sky, em Taiyuan, na província chinesa de Shanxi, no Norte do país.

Nas imagens, vê-se a professora, Li Zhuqing, agredir uma criança de 5 anos, a quem causou, alegadamente, lesões nos olhos, avança a Imprensa local, e mais três crianças de 7 anos.

O pai de da menina que ficou com lesões oculares disse ao jornal "China Daily" que Li Zhuqing "além de bofetadas, deu pontapés com força". Agora, o encarregado de educação exige uma indemnização de mais de 60 mil euros. "Ela não devia ser professora. É um monstro", classificou.

 

 

 

ATENÇÃO: IMAGENS PODEM SER CHOCANTES

 

 

 

A educadora agrediu a criança depois de a menina lhe dizer que não sabia qual era o resultado da soma de dez mais um. Quando chegou a casa, com a cara inchada e hematomas, o pai exigiu ver as imagens das aulas e o caso foi denunciado.

 

Entretanto, a polícia deteve a professora e encerrou a escola, que funcionava sem licença. A Blue Sky acolhia um total de 43 crianças que foram reencaminhadas para outros infantários.

O caso levou as autoridades a avançar com uma inspeção mais profunda sobre os infantários locais e foram descobertos cerca de 200 a funcionar ilegalmente.

Um dos responsáveis pela pasta da Educação na província de Shanxi, Wang Shuhong, admitiu que não existem infantários legais suficientes para todas as crianças.

 

in Jornal de Notícias

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Quarta-feira, 24 de Outubro de 2012

O maior escândalo financeiro da história de Portugal!

Foi a maior burla de sempre em Portugal, qualquer coisa como 9.710.539.940,09 €uros!!!

(paga por todos nós, contribuintes, que não podemos reclamar e sem que nenhum dos conhecidos criminosos tenha sido responsabilizado…)

 

João Marcelino, diretor do Diário de Notícias, de Lisboa, considera que “é o maior escândalo financeiro da história de Portugal. Nunca antes houve um roubo desta dimensão, “tapado” por uma nacionalização que já custou 2.400 milhões de euros delapidados algures entre gestores de fortunas privadas em Gibraltar, empresas do Brasil, offshores de Porto Rico, um oportuno banco de Cabo Verde e a voracidade de uma parte da classe política portuguesa que se aproveitou desta vergonha criada por figuras importantes daquilo que foi o cavaquismo na sua fase executiva”.

O diretor do DN conclui afirmando que este escândalo “é o exemplo máximo da promiscuidade dos decisores políticos e económicos portugueses nos últimos 20 anos e o emblema maior deste terceiro auxílio financeiro internacional em 35 anos de democracia. Justifica plenamente a pergunta que muitos portugueses fazem: se isto é assim à vista de todos, o que não irá por aí?”

 

O BPN foi criado em 1993 com a fusão das sociedades financeiras Soserfin e Norcrédito e era pertença da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que compreendia um universo de empresas transparentes e respeitando todos os requisitos legais, e mais de 90 nebulosas sociedades offshores sediadas em distantes paraísos fiscais como o BPN Cayman, que possibilitava fuga aos impostos e negociatas.

 

O BPN tornou-se conhecido como banco do PSD, proporcionando “colocações” para ex-ministros e secretários de Estado sociais-democratas. O homem forte do banco era José de Oliveira e Costa, que Cavaco Silva foi buscar em 1985 ao Banco de Portugal para ser secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e assumiu a presidência do BPN em 1998, depois de uma passagem pelo Banco Europeu de Investimentos e pelo Finibanco. O braço direito de Oliveira e Costa era Manuel Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e Administração Interna nos dois últimos governos de Cavaco Silva e que deve ser mesmo bom (até para fazer falcatruas é preciso talento!), entrou na política em 1992 com quarenta contos e agora tem mais de 400 milhões de euros. Vêm depois os nomes de Daniel Sanches, outro ex-ministro da Administração Interna (no tempo de Santana Lopes) e que foi para o BPN pela mão de Dias Loureiro; de Rui Machete, presidente do Congresso do PSD e dos ex-ministros Amílcar Theias e Arlindo Carvalho.

 

Apesar desta constelação de bem pagos gestores, o BPN faliu. Em 2008, quando as coisas já cheiravam a esturro, Oliveira e Costa deixou a presidência alegando motivos de saúde, foi substituido por Miguel Cadilhe, ministro das Finanças do XI Governo de Cavaco Silva e que denunciou os crimes financeiros cometidos pelas gestões anteriores. O resto da história é mais ou menos conhecido e terminou com o colapso do BPN, sua posterior nacionalização e descoberta de um prejuízo de 1,8 mil milhões de euros, que os contribuintes tiveram que suportar. Que aconteceu ao dinheiro do BPN? Foi aplicado em bons e em maus negócios, multiplicou-se em muitas operações “suspeitas” que geraram lucros e que Oliveira e Costa dividiu generosamente pelos seus homens de confiança em prémios, ordenados, comissões e empréstimos bancários.

 

Não seria o primeiro nem o último banco a falir, mas o governo de Sócrates decidiu intervir e o BPN passou a fazer parte da Caixa Geral de Depósitos, um banco estatal liderado por Faria de Oliveira, outro ex-ministro de Cavaco e membro da comissão de honra da sua recandidatura presidencial, lado a lado com Norberto Rosa, ex-secretário de estado de Cavaco e também hoje na CGD. Outro social-democrata com ligações ao banco é Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, que se mantém em prisão preventiva por envolvimento fraudulento com o BPN e também está acusado pela polícia brasileira do assassinato de Rosalina Ribeiro, companheira e uma das herdeiras do milionário Tomé Feteira. Em 2001 comprou a EMKA, uma das offshores do banco por três milhões de euros, tornando-se também accionista do BPN.

 

Em 31 de julho, o ministério das Finanças anunciou a venda do BPN, por 40 milhões de euros, ao BIC, banco angolano de Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, que tinha sido o primeiro grande accionista do BPN. O BIC é dirigido por Mira Amaral, que foi ministro nos três governos liderados por Cavaco Silva e é o mais famoso pensionista de Portugal devido à reforma de 18.156 euros por mês que recebe desde 2004, aos 56 anos, apenas por 18 meses como administrador da CGD. O Estado português queria inicialmente 180 milhões de euros pelo BPN, mas o BIC acaba por pagar 40 milhões (menos que a cláusula de rescisão de qualquer craque da bola) e os contribuintes portugueses vão meter ainda mais 550 milhões de euros no banco, além dos 2,4 mil milhões que já lá foram enterrados. O governo suportará também os encargos dos despedimentos de mais de metade dos actuais 1.580 trabalhadores (20 milhões de euros).

 

As relações de Cavaco Silva com antigos dirigentes do BPN foram muito criticadas pelos seus oponentes durante a última campanha das eleições presidenciais. Cavaco Silva defendeu-se dizendo que apenas tinha sido primeiro-ministro de um governo de que faziam parte alguns dos envolvidos neste escândalo. Mas os responsáveis pela maior fraude de sempre em Portugal não foram apenas colaboradores políticos do presidente, tiveram também negócios com ele. Cavaco Silva também beneficiou da especulativa e usurária burla que levou o BPN à falência. Em 2001, ele e a filha compraram (a 1 euro por acção, preço feito por Oliveira e Costa) 255.018 acções da SLN, o grupo detentor do BPN e, em 2003, venderam as acções com um lucro de 140%, mais de 350 mil euros. Por outro lado, Cavaco Silva possui uma casa de férias na Aldeia da Coelha, Albufeira, onde é vizinho de Oliveira e Costa e alguns dos administradores que afundaram o BPN. O valor patrimonial da vivenda é de apenas 199. 469,69 euros e resultou de uma permuta efectuada em 1999 com uma empresa de construção civil de Fernando Fantasia, accionista do BPN e também seu vizinho no aldeamento.

 

Para alguns portugueses são muitas coincidências e alguns mais divertidos consideram que Oliveira e Costa deve ser mesmo bom economista(!!!): Num ano fez as acções de Cavaco e da filha quase triplicarem de valor e, como tal, poderá ser o ministro das Finanças (!!??) certo para salvar Portugal na actual crise económica. Quem sabe, talvez Oliveira e Costa ainda venha a ser condecorado em vez de ir parar à prisão….ah,ah,ah.

 

O julgamento do caso BPN já começou, mas os jornais pouco têm falado nisso. Há 15 arguidos, acusados dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas nem sequer se sentam no banco dos réus. Os acusados pediram dispensa de estarem presentes em tribunal e o Ministério Público deferiu os pedidos. Se tivessem roubado 900 euros, o mais certo era estarem atrás das grades, deram descaminho a nove biliões e é um problema político.

 

Nos EUA, Bernard Madoff, autor de uma fraude de 65 biliões de dólares, já está a cumprir 150 anos de prisão, mas os 15 responsáveis pela falência do BPN estão a ser julgados por juízes “condescendentes”, vão apanhar talvez pena suspensa e ficam com o produto do roubo, já que puseram todos os bens em nome dos filhos e netos ou pertencentes a empresas sediadas em paraísos fiscais. Oliveira e Costa colocou as suas propriedades e contas bancárias em nome da mulher, de quem entretanto se divorciou após 42 anos de casamento. Se estivéssemos nos EUA, provavelmente a senhora teria de devolver o dinheiro que o marido ganhou em operações ilegais, mas no Portugal dos brandos costumes talvez isso não aconteça. Dias Loureiro também não tem bens em seu nome. Tem uma fortuna de 400 milhões de euros e o valor máximo das suas contas bancárias são apenas cinco mil euros. Não há dúvida que os protagonistas da fraude do BPN foram meticulosos, preveniram eventuais consequências e seguiram a regra de Brecht: “Melhor do que roubar um banco é fundar um”.

 

in Blog Ironia de Estado

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Segunda-feira, 22 de Outubro de 2012

Saiba o que é a Perella

Conheça melhor a empresa que foi escolhida, por ajuste direto, para assessorar aprivatização da EDP e da REN e o que levou José Maria Ricciardi (presidente do BESI) a protestar junto de vários membros do Governo.


A história da escolha do banco de investimento anglo-saxónico Perella Weinberg para assessorar o Caixa Banco de Investimento (CaixaBI) e o Estado nas privatizações da EDP, REN suscitou dúvidas sobre quem contratou quem.

O banco de investimento da Caixa reclama a paternidade do contrato com a Perella e diz que já está a trabalhar com a empresa, cujo rosto tem sido o português Paulo Pereira. "O CaixaBI acertou as condições com a Perella, com quem desde então está a colaborar de forma muito satisfatória", afirmou fonte oficial do banco. E esclarece: "A relação contratual é necessariamente entre o CaixaBI e a Perella".

A polémica sobre a origem da contratação estalou porque a Perella não constava da lista das entidades pré-qualificadas para a realização de operações públicas de venda (privatização da EDP e da REN). Não podendo por isso ser contratada diretamente pelo Ministério das Finanças, como se admitiu (na imprensa) ter acontecido. A questão terá sido levantada por quem ficou de fora do negócio, colocando sobre escrutínio a escolha da Perella.

  

Como nasce a Perella 

Constituída em 2006 por ex-quadros de topo da Morgan Stanley, Goldman Sachs e Merril Lynch, a Perella é uma instituição reputada com base em Londres e Nova Iorque. A empresa conta com a assessoria de mais de €280 mil milhões em transações no sector energético.

Tem 28 partners na área da assessoria estratégica - a que está a assessorar o CaixaBI - entre os quais Paulo Pereira, que trabalhou 20 anos na Morgan Stanley.Fundou a Perella juntamente com duas estrelas da alta finança: Joseph Perella, ex-vice-chairman da Morgan Stanley, e Peter Weinberg, ex-CEO Goldman Sachs International.

Paulo Pereira não é um desconhecido em Portugal, assessorou a Sonaecom na oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Portugal Telecom. E participou na compra da espanhola Hidrocantábrico pela EDP. Tem no seu curriculum profissional transações concluídas com sucesso no valor de €450 mil milhões.Formado em Economia na Católica e com MBA do INSEAD, foi aluno do social-democrata e líder do departamento europeu do FMI António Borges, de quem se tornou amigo.




Por Anabela Campos e Isabel Vicente

in Expresso

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Domingo, 21 de Outubro de 2012

FOROS DE SALVATERRA Casal de idosos burlado em 110 euros

Dois idoso, de 79 e 71 anos, foram burlados em 110 euros e perderam ainda uma aliança, em Foros de Salvaterra, Salvaterra de Magos

Segundo o diário online O Mirante, o casal foi abordado, ontem de manhã, por dois homens que lhes disseram que as notas que possuíam atualmente iam sair de circulação, oferecendo-se para trocá-las por outras novas.

Já na posse do dinheiro, pediram à senhora para ver a aliança que tinha no dedo e puseram-se em fuga num carro de cor branca, diz o mesmo jornal, citando a GNR.

 

Por Joana de Belém

in Diário de Notícias

 

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Sexta-feira, 19 de Outubro de 2012

Coruche: Sequestrado no carro

Um homem foi sequestrado ontem de madrugada por três encapuzados quando se encontrava dentro da própria viatura, na Estrada Nacional 119, em Coruche. A vítima foi forçada, com ameaça de pistola, a conduzir até um local ermo, onde o trio de assaltantes lhe roubou 80 euros e bens pessoais.

 

in Correio da Manhã

 

Comentários de destaque:

 

camelo 13h49

Não seriam funcionários das finanças?...

 

 

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